Ramal Dona Ana—Moatize

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Ramal Dona Ana—Moatize
Info/Ferrovia
Informações principais
Área de operação Moçambique
Tempo de operação 1949–Presente
Operadora Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique
Especificações da ferrovia
Extensão 254 km (158 mi)
Bitola 1067 mm
Diagrama e/ou Mapa da ferrovia

O Ramal Dona Ana—Moatize,[1] igualmente conhecido como Troço Dona Ana—Moatize e Caminho de Ferro de Tete,[2] é um troço ferroviário de bitola do Cabo, que liga a Estação Ferroviária de Dona Ana (em Nhamayabué), no Caminho de Ferro de Sena, à Estação de Cargas de Moatize, na periferia da cidade de Moatize, em Moçambique.

Possui 254 km de extensão, sendo operado, em sua totalidade, pela empresa estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).[3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Na década de 1920 o Caminho de Ferro de Sena chegou até a localidade moçambicana de Nhamayabué, rumando em seguida para Vila Nova de Fronteira para conectar-se com os troços férreos já construídos no Maláui. Em 1935 a linha ferroviária entre o centro-sul do Maláui e Moçambique já estava em plena operação.[4]

Construção[editar | editar código-fonte]

Embarque de passageiros na estação Moatize do ramal Dona Ana—Moatize, em 1982.

Na década de 1940, o governo português decide por iniciar a exploração do carvão mineral existente na província de Tete. Para isso, em 1947[4] inicia a construção de um ramal ferroviário que deveria partir da estação de Dona Ana, em Nhamayabué, até as minas de carvão de Moatize.[5]

A construção foi feita em cerca de dois anos, totalizando 254 km de ferrovias,[3] que foram abertas a operação definitivamente em 1949.[5]

Operações[editar | editar código-fonte]

O Ramal Dona Ana—Moatize e o Caminho de Ferro de Sena permaneceram como importantes ligações de transporte a granel para o centro do país até a Guerra de Independência de Moçambique e a Guerra Civil Moçambicana, quando foram destruídas pelos grupos rebeldes em emboscadas.[6]

Ao final da Guerra Civil, a linha chegou a ser reutilizada para escoamento mineral, mas foi preterida por Nacala por ser mais sinuosa e lenta, além do baixo calado e alto movimento de cargas do porto da Beira. Caiu em ostracismo a partir de 2010, operando em baixa capacidade desde então.[7]

Recuperação[editar | editar código-fonte]

Em 2021 o governo moçambicano anunciou a reabilitação do Caminho de Ferro de Sena entre Nhamayabué e Blantire, na expectativa de incrementar o escoamento mineral pelo ramal Dona Ana—Moatize e incentivar a retomada do transporte de cargas ferroviárias a partir do sul do Maláui.[5]

Estações principais[editar | editar código-fonte]

As principais estações do Ramal Dona Ana—Moatize são:

Referências

  1. Falume Chabane (21 de março de 2020). «21 de Março de 1959....Cidade de Tete» (PDF) 3876 ed. O Autarca – Jornal Independente. 10 páginas 
  2. Fernandes, Jorge Luis P. República (Popular) de Moçambique: As Alterações Toponímicas e os Carimbos do Correio. Edições Húmus Ldª. Biblioteca Electrónica de Filatelia. Edição: 1ª. Setembro de 2006. pg. 157.
  3. a b «Linha de Sena» (HTML). CFM. Consultado em 6 de fevereiro de 2020 
  4. a b The Complex of United States - Portugal Relations: Before and After the Coup. Washington: Committee on Foreign Affairs of the United States House of Representatives. 1974. p. 371-373.
  5. a b c «PR lança 1ª pedra para reconstrução da linha férrea Dona Ana/ Vila Nova da Fronteira que liga Moçambique e o Malawi». Rádio Moçambique. 29 de maio de 2021. Consultado em 31 de maio de 2021 
  6. Phiri, Patson. Rehabilitation work starts on Nacala railway line. Southern African News Features 06 No 44, Southern African Research and Documentation Centre. Maio de 2006.
  7. Ntoampe, Kelello; Auer, Erika.EIA Summary: Nacala Rail and Port Project. African Development Bank. 2016. pg. 11