Retrato de uma Jovem (Ghirlandaio)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Retrato de uma Jovem
Retrato de uma Jovem (Ghirlandaio)
Autor Domenico Ghirlandaio
Data c. 1490
Técnica pintura a óleo
Dimensões 44 cm × 32 cm 
Localização Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa

Retrato de uma Jovem, ou Ritratto di Giovane Donna, em italiano, é uma pintura a têmpera sobre madeira do pintor italiano da Renascença Domenico Ghirlandaio, pintado cerca de 1490, com 44 cm × 32 cm de dimensão, e que se encontra actualmente no Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A personagem retratada nesta tábua lembra as figuras da família Sassetti pintadas a fresco pelo artista para a Capela Sassetti da Igreja da Santa Trindade, em Florença. Traja à moda florentina da época com sobreposição de indumentária ajustada ao corpo e decote enfeitado por colar de coral.

As representações femininas de Ghirlandaio, como as de Botticelli, estão sujeitas a um compromisso estético que privilegia a estilização idealista e a unidade decorativa do conjunto, numa época em que se assiste à difusão do retrato entre a burguesia e ao gosto pela caracterização realista da figura. O delicado equilíbrio da forma e a harmonia das associações cromáticas deixam adivinhar a aspiração a um ideal de ordem como princípio de composição. Este fenómeno corresponde a uma tendência generalizada de humanização da arte. Belo exemplo das representações do Quatrocento, a personagem apresenta a cabeça voltada a três quartos, sobre fundo neutro, de acordo com prática anterior à introdução de paisagem em segundo plano. O corte situa-se um pouco abaixo dos ombros e o rosto, embora tratado sem excessiva atenção ao detalhe, manifesta uma procura de figuração naturalista, uma vontade, como já foi dito, de “fazer verdadeiro”.[1]

História recente[editar | editar código-fonte]

De acordo com a página do Museu Gulbenkian, foram os seguintes os proprietários conhecidos da obra: Conde Savonelli, Roma, 1860; George Spiridon, 1860-1887; Joseph Spiridon, Paris, 1887-1929; venda por Joseph Spiridon a Cassirer & Helbing, em Berlim, a 31 de maio de 1929. Adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio de Duveen a Arthur Julius Goldschmidt, em junho de 1929.[1]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • European Paintings from the Gulbenkian Collection (catálogo da exposição). Washington, D.C.: Galeria Nacional de Arte, 1950, p. 36-37, n.º 13, il.
  • Ronald G. Kecks – Domenico Ghirlandaio, Catalogo completo. Florença: Octavo, 1998, p. 134-135, 137.
  • Katharine Baetjer e James David Draper (eds.) - “Only the Best”. Masterpieces of the Calouste Gulbenkian Museum, Lisboa (catálogo da exposição). Nova Iorque: Museu Metropolitano de Arte, 1999, n.º 19, il., p. 46-47.
  • Luísa Sampaio - Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Milão: Skira; Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2009, n.º 7, il., p. 30-31.
  • Ghirlandaio y el Renacimiento en Florencia (catálogo da exposição). Madrid: Museu Thyssen-Bornemisza, 2010, p. 86-87, n.º 21, il., p. 289-290.
  • Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011, p. 106, n.º 81, il.

Referências