Rima real
Este artigo ou parte de seu texto pode não ser de natureza enciclopédica. (Setembro de 2016) |
Rima real (rhyme royal) - estrofe de sete versos, sendo todos decassílabos heroicos [carece de fontes] com rima ABABBCC[1]. Foi introduzida por Geoffrey Chaucer, considerado um dos grandes poetas da língua inglesa, no século XIV[2]. O esquema de rimas ABABBCC tem sido utilizado por muitos poetas nos séculos XV e XVI (por exemplo, John Lydgate, Robert Henrysson, Thomas Wyatt, Thomas Sackville, Stephen Hawes, Edmund Spenser).
Um exemplo notável foi também William Shakespeare, que usou a estrofe em seu poema, "A Violação de Lucrécia", como segue um exemplo no original:
- From the besieged Ardea all in post,
- Borne by the trustless wings of false desire,
- Lust-breathed Tarquin leaves the Roman host,
- And to Collatium bears the lightless fire
- Which, in pale embers hid, lurks to aspire
- And girdle with embracing flames the waist
- Of Collatine's fair love, Lucrece the chaste.
- (William Shakespeare, The Rape of Lucrece)
No século XIX, William Morris usou a estrofe num poema longo, The Earthly Paradise[3]. Nos Estados Unidos, a rima real foi utilizada por Emma Lazarus. Na literatura inglesa, a rima real desempenha o mesmo papel da oitava camoniana (ABABABCC) nas literaturas italiana, portuguesa e espanhola.[carece de fontes] Esquema de rimas ABABBCC foi utilizada em português por Francisco de Sá de Miranda e Gil Vicente. Um exemplo de seu uso é o poema por Gil Vicente:
- Adorae montanhas
- O Deos das alturas,
- Tambem as verduras,
- Adorae desertos
- E serras floridas
- O Deos dos secretos,
- O Senhor das vidas;
- Ribeiras crescidas
- Louvae nas alturas
- Deos das creaturas.
- Louvae arvoredos
- De fruto presado,
- Digam os penedos:
- Deos seja louvado,
- E louve meu gado
- Nestas verduras
- Deos das alturas.
- (Gil Vicente, Villancete)
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ James Wilson Bright, Raymond Durbin Miller, The Elements of English Versification, Boston 1910, 113; Joseph Berg Esenwein, Mary Eleanor Roberts, The art of versification, Springfield [1913], 111-112.
- ↑ https://www.britannica.com/art/rhyme-royal