Roberto de Souza

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Foto oficial como membro da Academia Brasileira de Belas Artes

Roberto de Souza (Rio de Janeiro, 1943) é um pintor brasileiro. O principal tema de sua obra são as transformações urbanas do Rio de Janeiro, em especial de Ipanema.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Roberto de Souza nasceu em uma família de artistas, à qual se integraram outros nomes importantes da arte brasileira, como Enrico Bianco.[1] A mãe era escultora e o tio, Aurélio d'Alincourt, também pintor, foi seu primeiro mestre.  Começou a estudar desenho de perspectiva e aquarela aos 16 anos, quando passa a conviver com o círculo de pintores que frequentavam a Escola Nacional de Belas Artes e o Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), sendo influenciado principalmente por Manoel Constantino e Helios Seelinger.  Além do tio Aurélio d'Alincourt, seus mestres foram também Osvaldo Teixeira e Edgar Walter,[2] ambos destacados paisagistas.

Retratos e figuras, notadamente crianças e nus, são temas recorrentes em suas telas. Fez os retratos de Jorge Amado, de Roberto Campos e Roberto Requião, ente outras personalidades. Seu tema por excelência, porém, é a cidade do Rio de Janeiro, em especial o bairro de Ipanema, onde nasceu e cresceu.  O bairro, a que ele se refere como a província afetiva de sua infância e juventude, desde logo passou a predominar em sua pintura, que se caracteriza por uma fidelidade quase documental à colorida paisagem urbana daquela parte do Rio de Janeiro. Roberto de Souza “retrata o bairro atual com o olhar afetivo de ontem, quando casas com jardins imperavam entre a ponta do Arpoador e o Jardim de Alá.”[3] Ainda no início da carreira, o próprio artista definiu sua obra como engajada no realismo romântico.[4]

Viveu alguns anos na Bahia, nos anos 1960, quando trabalhou com o pintor Jayme Hora, tendo realizado então várias exposições individuais na capital do estado. De volta ao Rio, interessado pelo estudo de paisagem, começa a praticar o gênero sob a orientação de Edgar Walter e Osvaldo Teixeira, de quem se tornará professor auxiliar. Nessa condição, passa a frequentar o Instituto de Belas Artes e a participar mais ativamente do mercado de arte nacional e internacional. Foi um dos fundadores, com outros artistas de sua geração, da Feirarte de Ipanema, em 1969. Fundou ainda a Casa de Cultura de Vargem Grande e o Centro Cultural da Faculdade Nuno Lisboa. É de sua autoria o painel “Vista da Baia da Guanabara”, realizado para a Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro. 

Nos anos 1980, cria com dois sócios o Ateliê Ipanema de Artes, do qual se torna coordenador e principal professor de pintura. No ateliê, o mais destacado de seus alunos foi o escritor e humorista Chico Anysio.[5] Em dezembro de 1991, o artista e seu pupilo mais famoso participam de uma concorrida exposição numa galeria na cidade de São Paulo. Nos quatro anos seguintes, com o título Eu e meu Mestre, meu Mestre e eu, outra exposição com obras dos dois artistas percorre boa parte das capitais do Brasil.[6][7][8] Em 2006, torna-se titular da cadeira nº 12 da Academia Brasileira de Belas Artes e integrante da diretoria da instituição (Conselho Consultivo/Deliberativo) , passando a atuar como jurado em importantes salões de arte no país.[9]

 Realizou mais de uma dezena de exposições individuais, entre outras no Museu do Estado da Bahia, em Salvador, e na Galeria Vitória, em Brasília (DF). Expôs também no Centro de Eventos Empresariais da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro e na Galeria D’Art House, em Portugal.[10]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • Roberto de Souza foi premiado em vários salões, inclusive o da Sociedade Francesa de Belas Artes, em 1987.
  • Menção Honrosa: Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1967.
  • Medalha de Bronze: Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1968.
  • Medalha de Prata: Salão Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1971 e 1972
  • Medalha de Prata: Salão de Maio da Sociedade Brasileira de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1970.
  • Medalha de Ouro: Salão de Maio da Sociedade Brasileira de Belas Artes, Rio de Janeiro, 1973.
  • Medalha de Ouro: V Salão Maçônico, Rio de Janeiro, 1978.
  • Placa Comemorativa 100 anos de Ipanema: Faculdade da Cidade, 1994.

Referências

  1. Perfeito, Vera (18 de junho de 2000). «Ipanema Impressionista». Revista de Domingo do Jornal do Brasil 
  2. Ayala, Walmir (1980). Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. Brasília: Instituto Nacional do Livro / Ministério da Educação e Cultura. pp. pág. 318 
  3. Perfeito, Vera (18 de Junho de 2000). «Ipanema Impressionista». Revista de Domingo do Jornal do Brasil 
  4. Ayala, Walmir (junho de 1976). «Galeria». Revista Casa e Decoração (Editora Vecchi) 
  5. Anísyo, Chico. «Chico Anísio, quem é esse cara / Pintor». Rede Globo. Consultado em 12 set. 2017 
  6. Xavier Filho, Sérgio (dez 1991). «Crise sobre tela». Revista Istoé, pág. 60 
  7. De Almeida, Gilberto (dez de 1991). «A arte do amor». Revista Istoé, pág 49 
  8. Cultural, Instituto Itaú. «Roberto de Souza | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural 
  9. «Academia Brasileira de Artes». www.academiabrasileiradeartes.org.br. Consultado em 28 de setembro de 2017 
  10. Cultural, Instituto Itaú. «Roberto de Souza | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 28 de setembro de 2017