Sapienti consilio

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A Sapienti consilio é uma Constituição apostólica promulgada pelo papa Pio X, em 29 de junho de 1908, com o fim de estabelecer uma reforma geral da Cúria Romana.

Marco histórico[editar | editar código-fonte]

A Sapiente consilio encontra-se no marco das cinco grandes reformas que a Cúria Romana tem tido em sua história, instituição cujo objectivo é ajudar ao Romano pontífice no governo da Igreja católica.[1] A primeira grande reforma foi a de Gregório VII, que em meados do século XI, lhe deu uma maior organização aos clérigos que ajudavam ao papa na administração da Igreja romana, a segunda foi a de Sisto V que com a constituição apostólica Immensa Aeterni lhe deu à mesma praticamente a fisionomia que mantém na atualidade. A terça na Sapiente consilio, com a que Pio X restrutura a Cúria Romana sobre a base das reformas feitas trezentos anos dantes por Sisto V.[2]

Conteúdo[editar | editar código-fonte]

A Sapienti consilio trata de racionalizar as concorrências dos diferentes organismos da Cúria Romana, suprimindo os órgãos não diretamente eclesiásticos e reorganizando os dezanove dicastérios nos que se encontrava dividida, nas seguintes categorias: Congregações, Tribunais e Escritórios, tendo em conta as concorrências da cada um, redefinidas pelo papa no mesmo documento.[3][4]

Consequências[editar | editar código-fonte]

A reforma de Pio X, recolhida em grande parte a Sapienti consilio, introduziu um espírito novo na Cúria Romana, definindo-a em especial modo como o organismo que serve ao Pastor Supremo da Igreja e não a um simples chefe de Estado. Seria o passo prévio às seguintes reformas de Paulo VI em 1967, com a constituição apostólica Regimini Ecclesiae universae, e à de João Paulo II em 1988, com a Pastor Bonus.[5]

No entanto, não todos ficaram satisfeitos com a reforma de Pio X. Os orientais, por exemplo, se sentiram ofendidos porque foram incluídos na Congregação de Propaganda Fide, razão pela qual, Bento XV fundou a Congregação para as Igrejas Orientais em 1917.[5]

Referências

  1. Cf.Luis-Miguel Muñoz Cárdaba, Principios eclesiológicos de la «Pastor Bonus» Roma 1999, p. 14. ISBN 88-7652-843-1
  2. Cf. Salvador Aragonés, Las claves de la reforma de la Curia Romana (1), En: Aleteia, (5 de noviembre de 2013), consultado el 13 de marzo de 2015.
  3. Cf. Luis-Miguel Muñoz Cárdaba, Principios eclesiológicos de la «Pastor Bonus», p. 25.
  4. Cf. José Orlandis, El pontificado romano en la Historia, Madrid 2003, p. 255. ISBN 84-8239-729-X
  5. a b Cf. Vicente Cárcel, Historia de la Iglesia, vol. III: La Iglesia en época contemporánea, Madrid 2003, p. 291. ISBN 84-8239-383-9

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FELICIANI, Giorgio, La riforma della Curia romana nella costituzione apostolica « Sapienti consilio » del 1908 e nel Codice di diritto canonico del 1917, En: «Mélanges de l'École française de Rome», Italie et Méditerranée 116/1 (2004), pp. 173-187.