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Sattva

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No induismo, sattva (pureza, ou literalmente: existência, realidade) é um aspecto (gunas) que caracteriza um comportamento/qualidade, sendo a mais rara das três gunas. Um conceito filosófico e psicológico desenvolvido pela escola hindu samkhya.[1][2]E segundo esta filosofia: sāttvika é puro ou equilíbrio; rājasika é movimento, e; tāmasika é obscuro ou violência.

Como adjetivo utiliza-se sāttwika (satívica) como adjetivo de pureza na qualidade de bondade.

  • सत्-त्व ou सत्त्व, em devanágari.
  • sat-tvá, no sistema IAST.
  • Pronuciado satuá.

Etimologia

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O significado segundo Monier Williams:[3]

  • Ser, existência, entidade, realidade (īśvara-sattuá: ‘A existências do amor”).
  • Verdadeira essência, naturalidade, disposição mental, caráter.
  • Essência espiritual, espírito, mente.
  • Ares vitais, vida, consciência, força de caráter, firmeza, energia, resolução, coragem, independência, sentido comum, sabedoria, magnanimidade.

Objetos satívicos

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Para que um objeto ou alimento seja satívico, deve ser concebido sem contaminação e não deve propagar nenhum tipo de doença para a humanidade. A sua presença purifica o ambiente. Quando uma pessoa consome este tipo de comida, deve sentir que está a comer um alimento puro. O alimento deve ser saudável, nutritivo e limpo. Não deve possuir efeitos embriagantes ou afrodisíaco. Deve ser concebido sem dor ou extermínio de outro ser vivo. Também se exclui a comida picante (raya guna) ou fermentada (tama guna).

Alguns objetos que se podem considerar satívicos são:

  • Flores, frutas e comida que — de acordo com a tradição hinduísta— se pode oferecer a Deus.
  • A árvore nim
  • O leite de origem animal.

Personalidade satívica

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Uma pessoa (ou criatura) satívica é que possui tendências predominantemente satívica”.

  • Uma pessoa que sempre trabalha para o bem estar de todos.
  • Vive de maneira moderada e modesta.
  • Trabalha moderadamente.
  • Leva uma vida casta.
  • Come moderadamente.
  • Lida sempre com a verdade, sem lastimações.
  • Não ofende ou insulta
  • Não é egoísta.
  • Não engana nem trapaceia.
  • Não proliferam maus pensamentos.
  • Possui sabedoria além de boa memória e concentração.
  • Ocupa-se de algum tempo para sempre aumentar seu conhecimento.
  • Adora o seu Deus e faz meditações e orações.
  • Pensamentos, palavras e atitudes coincidem.

Exemplos:

  • Santos e bhaktas (devotos) como Tulsidas e Tukaram.
  • Antigos rishis como Vásishta e Kasiapa
  • Devas: seres divinos dos céu; no que as escrituras hindus consideram como a segunda modalidade (rayas).
  • Algumas floras e faunas como o lotus (que simboliza a pureza) e a vaca (que simboliza a mãe terra).

Referências

  1. Gerald James Larson (2001). Classical Sāṃkhya: An Interpretation of Its History and Meaning. [S.l.]: Motilal Banarsidass. pp. 10–18, 49, 163. ISBN 978-81-208-0503-3 
  2. James G. Lochtefeld, Rajas, in The Illustrated Encyclopedia of Hinduism: A-M, Vol. 2, Rosen Publishing, ISBN 9780823931798, pages 546-547
  3. Dicionário sânscrito inglês do britânico H. H. Wilson (1786-1860).