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Teatro de Misterio

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O Teatro de Mistério foi um radioteatro produzido e irradiado semanalmente pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro na segunda metade do século XX. Os episódios eram escritos por Hēlio do Soveral (1918-2001). O autor criava histórias originais, recusando o pedido de ouvintes de adaptar textos estrangeiros. [1] Os episódios tinham boa audiência na época que a Rádio Nacional liderava as emissoras [2] e eram inicialmente apresentados às quartas-feiras de 22:10 as 23:00 horas. [3]

O primeiro episódio do Teatro foi irradiado no dia 6 de novembro de 1957.[4] Houve um coquetel às 23 horas na Rádio Nacional entre os participantes da primeira audição, logo após o encerramento desta. Hēlio do Soveral tinha entāo vinte e um anos de experiencia escrevendo histórias policiais. [5] O Teatro continuou a ser irradiado por décadas.

Inicialmente chamado “Teatro de Mistērio Philco”, (e por títulos similares de acordo com a empresa que estivesse patrocinando o programa), o primeiro episódio foi “A Arma do Crime”[6] e se passava em Santa Teresa. Nele o testamento de um milionário especificava que a herança seria repartida entre quatro herdeiros que não se casassem no decorrer de um ano. Então uma série de homicídios ocorriam “de maneira imprevisível”, com muitos suspeitos, até o criminoso ser revelado “de maneira espetacular”.[7] Outros episódios foram: “Questão de Provas” [8], “O Assassino Bate à Sua Porta”[9], “História de Duas Mãos”[10], “O Caso dos Estranhos Acidentes” [11], “Assalto no Beco”[12], “Perigo na Pedra do Conde” [13], etc. Atualmente mais de trezentos episódios abrangendo parte das décadas de setenta e oitenta estão disponíveis na internet.

Diretores e interpretes

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Os episódios do Teatro tiveram diferentes diretores como, por exemplo, Rodolfo Mayer[14] e Floriano Faissal[15] O primeiro episodio apresentou narraçāo de Caue Filho e, dentre outros, os interpretes foram Ismenia dos Santos, Celso Guimarães, Domicio Costa, Gerdal dos Santos e Saint Clair Lopes como comissário.[16] Rodolfo Mayer ,em episódios posteriores, interpretou o “Inspetor Marques”[17] acompanhado pelo "Detetive Zito" (Gerdal dos Santos -). [18] O “Inspetor” teve interpretes como Milton Rangel e, nos anos 70, Domicio Costa como o “Inspetor Santos”.

Histórias do Inspetor Marques foram publicadas em 1962. O crítico Miguel Carqueijo afirmou que se baseavam em modelos ingleses e estadunidenses, mesclando boas tramas com inverossimilhanças.[19] Um critico anônimo elogiou o temporariamente denominado “Teatro de Mistério Gessy” na peça “Um Acidente de Onça” mas criticou o roteiro ingenuo e a interpretação excessivamente caricata do modo de falar caipira. [20] As gravações disponiveis na internet revelam um claro interesse em abrasileirar a série com personagens estereótipos do carioca, como Jorgão (José Valuzzi) por exemplo.

  1. "Radiolândia", página 225, 1958
  2. "Radiolândia" página 2525, 1958
  3. "A Noite" edição 15764, 1957
  4. "Tribuna da Imprensa", edição 2384, 1957
  5. "A Noite edição 15760, 1957
  6. “A Noite”, edição 15754, 1957
  7. “A Noite” edição 15760, 1957
  8. “A Noite”, edição 15770, 1957
  9. “A Noite”, edição 15793, 1957
  10. “A Noite”, edição 15770, 1962
  11. “A Noite”, edição 17032, 1962
  12. “Luta Democrática” edição 2134, 1961
  13. ”Luta Democrática” edição 1705, 1959
  14. “Revista do Radio”, edição 502, 1959
  15. “A Noite”, edição 15764, 1957
  16. “A Noite”, edicao 15764, 1957
  17. “Luta Democrática”, edição 2134, 1961
  18. https://www.yumpu.com/pt/document/read/13034865/o-mais-famoso-dos-herois-da-radio-nacional-era-casa-da-palavra
  19. https://www.portalentretextos.com.br/post/departamento-de-policia-judiciaria
  20. ”Jornal do Brasil “, edição 249, 1958