Teste HTP

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O Teste HTP do inglês, House, Tree, Person é um teste de grafismo aplicado em avaliações psicológicas, sendo frequentemente utilizado em testes de admissão de empresas e por órgãos do serviço público.

O HTP foi projetado por John N. Buck (1906-1983), originalmente baseado na escala Goodenough de capacidade intelectual, ou seja é utilizado em avaliações psicológicas para avaliar características de personalidade[1]. O HTP foi desenvolvido em 1948, e atualizado em 1969. Buck incluiu tanto as medidas qualitativas como quantitativas de habilidade intelectual no manual (House-Tree-Person™ (H-T-P™) Projective Drawing Technique ) de 350 páginas proposto ao avaliador para classificação e interpretação adequada dos desenhos.

John N. Buck, foi um dos primeiros psicólogos clínicos que ganhou reconhecimento nacional por suas diversas contribuições para o campo. Além de desenvolver o House-Tree-Person (H-T-P) como técnica projetiva elaborou uma série de outros inventários psicológicos. Ele publicou suas pesquisas em revistas e jornais e apresentou palestras em universidades conhecidas. Estas realizações profissionais foram bastante notáveis à luz do fato que Buck era paraplégico e não tinha diploma universitário, mas apenas dispersos treinamentos formais em psicologia. [2]

Fundamentos[editar | editar código-fonte]

O teste HTP deriva da interpretação das teorias de Sigmund Freud, ampliando-se o conceito de que "A criança é o pai do homem". Considerando que o desenho é um hábito comum entre as crianças, o teste HTP, aplicado em adultos, é utilizado para a detecção da realidade interna, tentando ultrapassar a barreira sobre como utilizamos uma máscara: a beleza, perfeição e estética. Neste sentido, através do uso do desenho, busca-se a exatidão da psique através do que se revela: a essência, o fenômeno existencial, o homem como é.[3]

Para Hammer [4] a casa a árvore e a pessoa são conceitos de grande potência simbólica carregadas de experiências emocionais e ideacionais associadas ao desenvolvimento da personalidade que se projetam quando estes conceitos são desenhados. A casa por exemplo, além da qualidade gráfico-estética (tipo perspectiva, proporção, etc.) pode ser interpretada em seus componentes: teto, paredes, porta, janelas, chaminé (fumaça) e acessórios (onde se incluem os componentes de paisagem) na ótica da teoria psicanalítica. Segundo ele:

Podríamos decir que el dibujo de la casa generalmente representa alguna de las siguientes :entidades fundamentales: a) la imagen de uno mismo, con sus elementos correspondientes: área :de la Fantasia, yo, contacto con la realidad, accesibilidad, predominio oral, anal o Fálico y :b) la percepción de la situación familiar; pasado, presente y futuro deseado, o alguna :combinación de los tres. (Hammer, 1978 p.123)

Traços de personalidade[editar | editar código-fonte]

O teste consiste em se submeter uma folha em branco com o tema Casa, Árvore e Pessoa. Através da análise do desenho produzido busca-se um traço de personalidade: a imagem interna de si mesmo e de seu ambiente. Considera-se, no teste HTP, que os desenhos têm grande poder simbólico, reveladores de experiências emocionais e de ideais ligados ao desenvolvimento da personalidade.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Vetor Editora, Teste HTP , Vetor Editora, 28 de Novembro de 2019
  2. Rowe F.B.; Crews W.D. Jr.; Finger F.W. John N. Buck (1906-1983): did he practically establish clinical psychology in Virginia? J Clin Psychol. 1993 May;49(3):428-34.
  3. Sandra Dalle M.Siqueira, Walkyria de Fátima Doro, Edna de Oliveira Santos (2003). «Desenhando a realidade interna» (PDF). PSIC. 4 (2): 70-6. Consultado em 14 de outubro de 2007 
  4. Hammer, Emanuel F. Interpretacion del contenido de la tecnica proyectiva grafica casa-arbol-persona. in Hammer, Emanuel F. (org.) Tests proyectivos gráficos, psicometria y psicodiagnóstico.Buenos Aires: Paidos, 1978