Tia Baptista

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Baptista do Céu Custódia, popularmente conhecida como Tia Baptista, era filha de Gaspar Cabral e de Maria Lopes e nasceu em Gouveia, onde foi baptizada na Igreja de S. Julião a 25 de agosto de 1679. Entrou no Convento de Madre de Deus (atual Igreja Matriz de Vinhó) aos cinco anos, onde as irmãs mais velhas Maria dos Anjos e Catarina da Glória se encontravam em clausura. O irmão Rafael Cabral era padre.

Tomou o hábito aos 22 anos e desempenhou as funções de vigária da casa, pomareira e mestre das noviças. Teria sido eleita abadessa se, para se escusar, não se tivesse coberto de flores, de forma a pensarem que estava louca.

Ainda em criança foi-lhe dado um boneco com a imagem do Menino Jesus, que passou a cuidar, vestindo-o com roupinhas feitas por ela (chapéu bicorne, casaca, botas e espada à cintura como se fosse um general) e louvando-o em quadras, orações e ladainhas, também por ela escritas, e que passavam a canções quando lhe tocava o pandeiro. O boneco ocupa a posição central da capela com o seu nome na atual igreja.

O nome popular “ Tia Baptista ” foi lhe dado quando, já enferma, pediu às restantes religiosas para lhe chamarem tia porque se se visse diante de Deus queria pedir por todas as sobrinhas.

Diz-se que a Tia Baptista tinha dons de profecia, pois tudo o que dizia depois viria a acontecer, e há testemunhos dos milagres por ela operados antes e depois da sua morte: cegos que ficaram a ver, mudos que passaram a falar, paralíticos que saíram do convento a andar, doentes terminais que ficaram sanados, entre outros casos não explicáveis à luz da ciência.

Faleceu a 18 de maio de 1767, estando sepultada na Igreja Matriz de Vinhó.[1] Em carta enviada por uma clarissa ao Padre Manuel de S. Jerónimo, da Congregação do Sr. Jesus da Boa Morte de Lisboa, relata-se que esteve em câmara ardente quatro dias, nos quais esteve com semblante alegre e corado e que, contando com oitenta e oito anos de idade não parecia ter mais do que trinta.

A caridade e a misericórdia eram as principais virtudes que a destacavam. O povo e os enfermos que acorreram às grades do convento para suplicar e receber graças e favores da freira santa encontraram no espírito trovadoresco forma de mostrar a sua gratidão a esta serva de Deus.

Hoje, as suas quadras são cantadas em Vinhó no dia de aniversário da sua morte e levadas pelo país e pelo mundo através do cancioneiro do Rancho Folclórico de Vinhó.

Referências