Usuário(a):Ana Cláudia Caseiro/Testes

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Ana Cláudia Caseiro/Testes
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O Museu Regional Casa dos Ottoni é um museu vinculado ao Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM e localizado em uma antiga residência na cidade do Serro, Minas Gerais. A edificação foi doada à União por Júlio Benedito Ottoni, em 1918, para a instalação do Patronato Agrícola do Serro. Passou a integrar a rede de casas do IPHAN a partir de 1942.[1][2][3]

Edificada no século XVIII, a casa fica situada na parte baixa da cidade, ao lado da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Foi a residência da família Ottoni, que proporcionou figuras de grande expressão à história do Brasil, sendo os principais representantes: Teófilo Benedito Ottoni e Cristiano Benedito Ottoni e José Elói Ottoni (Poeta brasileiro).

Na década de 1980 o edifício foi restaurado para receber as instalações do museu, que abriga interessante acervo composto de mobiliário de época, imagens sacras, pinturas, fotografias, itens de manufatura do queijo e pequenos objetos do cotidiano.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

De Ivituruí a Serro[editar | editar código-fonte]

Corria o ano de 1701 quando chegou à região que era conhecida pelo nome de Ivituruí, termo de origem tupi-guarani que significava “morro de ventos frios” (ivi = vento; turi = morro; huí = frio), uma bandeira chefiada pelo guarda-mor Antônio Soares Ferreira. Tal como ocorreu em outras partes do território colonial, a terra já era habitada por índios – no caso, botocudos e maxacalis. Às margens dos córregos Quatro Vinténs e Lucas foram encontradas as jazidas de ouro que, então, deram origem ao Arraial das Lavras Velhas. Conta-se que a responsável pela descoberta foi a negra de origem mina Jacinta de Siqueira.[4] Na época, era costume contar com escravos dessa procedência, em especial mulheres, nas expedições que buscavam o mineral, por eles terem larga experiência em mineração na África.[5] O nome Quatro Vinténs teria se originado da quantidade de ouro retirada do leito do córrego na primeira bateada da negra Jacinta.

Em seus primórdios, o arraial também recebeu o nome de Arraial do Ribeirão das Minas de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro do Frio. Com a sua crescente produção aurífera, o arraial viu também aumentar sua importância para a Coroa Portuguesa e para a Colônia, sendo elevado a freguesia em 1713 e a vila no ano seguinte. Tendo recebido o nome de Vila do Príncipe em homenagem a D. José I, príncipe português, a vila viveu um grande impulso desenvolvimentista, com destaque para a instalação do Senado da Câmara e a criação da Comarca do Serro Frio. Se, antes, a vila pertencia à comarca de Sabará, àquele tempo Vila de Sabarabuçu, a partir de então ela se tornou a sede da maior comarca da capitania das Minas Gerais, a qual abrangia todo o norte e nordeste do estado e fazia divisa com a Bahia. A mineração, que tanto rendeu à Coroa e tão importante foi para o desenvolvimento da vila, no entanto, encontrou sua decadência em princípios do século XIX. A partir de então, os habitantes do local se voltaram para a agricultura de subsistência, pecuária e produção de queijo – o seu “ouro branco”. Não obstante, a vila continuou como centro administrativo e jurídico da região e, em 1838, foi elevada a cidade por lei provincial. A dificuldade de acesso ao município, que não conseguiu se incorporar à malha ferroviária, fez com que ele ficasse distante da modernidade e de novas concepções arquitetônicas e urbanísticas, mantendo muitas de suas características coloniais. Em função disso e também por seu papel na história brasileira, a cidade foi a primeira a ter o seu complexo arquitetônico tombado pelo IPHAN, em 6 de março de 1938 . A cidade também tem reconhecido seu patrimônio imaterial: o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas. Ele abarca várias regiões mineiras, dentre elas o Serro, tendo sido registrado em 07 de agosto de 2002 pelo IEPHA e em 13 de junho de 2008 pelo IPHAN. Hoje, o queijo do serro é reconhecido mundialmente como marca registrada do município e, ainda, do estado de Minas Gerais, levando o nome da cidade por todos os lugares. Além do queijo, o Serro possui uma cultura imaterial rica, autenticamente mineira e repleta de saberes tradicionais, festas religiosas e populares – destaque para a Festa de N. Sra. do Rosário e a Festa do Divino –, Congado, estórias pitorescas, etc.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. IEPHA/MG (2015). «Relação de Bens Protegidos em Minas Gerais apresentados ao ICMS Patrimônio Cultural» (PDF). Ministério Público de Minas Gerais. Consultado em 9 de novembro de 2017. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2017 
  2. «Cidades Históricas Brasileiras:Serro». Cidades Históricas. Consultado em 9 de novembro de 2017 
  3. Queiroz, Maria da Graça Soto Queiroz (2010). Serro - MG (PDF). Brasília: [s.n.] 84 páginas. ISBN 978-85-7334-152-2 
  4. «Guia do Serro - MG - Brasil: JACINTA DE SIQUEIRA, A DESCOBRIDORA DO OURO NO SERRO FRIO». Guia do Serro - MG - Brasil. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  5. «PAIVA, Eduardo França. Bateias, carumbés, tabuleiros: mineração africana e mestiçagem no Novo Mundo.» (PDF) 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Categoria:Atrações turísticas de Serro * Categoria:Museus de história do Brasil Categoria:Museus biográficos do Brasil