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Pedro Veneroso (Belo Horizonte, 24 de outubro de 1987) é um artista plástico brasileiro com extensa pesquisa sobre as interseções entre a arte, a ciência e a tecnologia.

Formação acadêmica[editar | editar código-fonte]

Graduação[editar | editar código-fonte]

Pedro Veneroso iniciou sua carreira artística em 2006, ano em que ingressou no curso de Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. No período de sua graduação, desenvolveu pesquisas em fotografia, vídeo, desenho, gravura, objetos, textos e instalações, buscando combinar as técnicas tradicionais da arte com práticas e tecnologias contemporâneas. Desde o início de sua formação, as práticas inter e transdisciplinares e midiáticas se mostraram um importante marco de sua produção e pesquisa, caracterizadas pela busca de relações entre diferentes meios, linguagens, técnicas e áreas do conhecimento. Em 2008, ainda estudante da escola, iniciou sua pesquisa sobre os cruzamentos entre tecnologias analógicas, digitais e a arte contemporânea, área que se tornaria seu principal foco de pesquisa a partir de então. Durante o curso, empreendeu extensas pesquisas teóricas sobre a filosofia da arte, a semiologia barthesiana, a teoria literária, a arte contemporânea (em particular a arte conceitual), a poesia concreta, a filosofia pós-estruturalista e as novas mídias. Formou-se em 2011, com habilitação em gravura.

Mestrado[editar | editar código-fonte]

Em 2016 concluiu o mestrado em Estudos Literários na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, orientado pelo Prof. Dr. Luis Alberto Brandão. Sua dissertação [1], aprovada com distinção pela banca de defesa, propôs uma teoria filosófica rizomática para a análise das realidades concreta e virtual a partir de uma ótica não-linear e anti-hierárquica. Baseada na filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, a dissertação se estrutura a partir de uma ramificação da teoria do rizoma[2] – combinada com os conceitos de heterotopia[3], em Michel Foucault, ucronismo[4], em Edmond Couchot, virtual[5], em Pierre Lévy, hipertexto[6] e com a semiologia[7] de Roland Barthes – que propõe modos relacionais, dinâmicos, múltiplos e heterogêneos de análise do mundo e, mais especificamente, das dimensões espaço-temporais na literatura, na computação e nas artes visuais.

Doutorado[editar | editar código-fonte]

Em 2018 ingressou no curso de doutorado em Artes na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, orientado pelo Prof. Dr. Carlos Henrique Falci. Nesse contexto, desenvolve uma pesquisa intitulada "Teoria da indeterminação: arqueologia da instabilidade dos códigos" que dá continuidade ao empreendimento teórico iniciado em sua dissertação de mestrado. A partir do reconhecimento da impossibilidade de uma definição estável da arte, fruto dos empreendimentos teóricos fomentados pelas filosofias da arte do século XX – em particular as teorias de Arthur Danto, Morris Weitz, Rosalind Krauss, Hal Foster e Dick Higgins –, Pedro propõe a investigação do potencial do desenvolvimento de uma teoria da indeterminação com implicações para a filosofia, a computação e a arte contemporânea em interseção com as ciências e com as tecnologias. A premissa se baseia no conceito de semelhanças familiares, de Ludwig Wittgenstein, por meio do qual o autor analisa como o conceito de jogo não possui uma definição estável que seja capaz de descrever todos os tipos de jogos. Ao contrário, os jogos são definidos por semelhanças familiares que eles possuem entre si, de modo que o conceito opera como uma referência para uma definição difusa. No contexto da tese, Pedro iniciou uma pesquisa sobre a história da arte em interseção com a ciência e com a tecnologia, os sistemas complexos, inteligência artificial e algoritmos genéticos e evolutivos.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Pedro Veneroso é filho de Maria do Carmo de Freitas Veneroso, artista plástica e professora titular da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, e José Marcos Veneroso, empresário atuante no ramo da automação industrial.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Rizomas: espaços-tempos concretos e virtuais na literatura e na computação» (PDF). Consultado em 14 de setembro de 2018 
  2. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34.
  3. FOUCAULT, Michel. Des espaces autres. Disponível em: http://foucault.info/documents/heterotopia/foucault.heterotopia.en.html.
  4. COUCHOT, Edmond. Réinventer le temps à l'heure du numérique. http://interin.utp.br/index.php/vol11/article/view/108/96.
  5. LÉVY, Pierre. O que é o virtual?. Rio de Janeiro: Editora 34, 1996.
  6. LANDOW, George. Hypertext 3.0: critical theory and new media in an era of globalization. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2006.
  7. BARTHES, Roland. O rumor da língua. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2004.