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Virgínia Moura
Militante do Partido Comunista Português
Dados pessoais
Nascimento 19 de julho de 1915
S. Martinho do Conde, Guimarães, Portugal
Morte 19 de abril de 1998 (82 anos)
Porto, Portugal
Partido Partido Comunista Português,
Profissão engenheira civil

Virgínia Moura (S. Martinho do Conde, Guimarães, 19 de Julho de 1915Porto, 19 de Abril de 1998) foi a primeira engenheira civil que se formou em Portugal que se tornou conhecida por ser uma activista política resistente ao Estado Novo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Juventude[editar | editar código-fonte]

Cortesia diasdeumfotografo

Era filha de mãe solteira, estigma que lhe condicionou a vida e a ajudou a forjar o seu precoce carácter revolucionário.

Com apenas 15 anos de idade participou numa greve estudantil, na Póvoa de Varzim, em protesto contra o assassinato, pela polícia, de um jovem estudante chamado Branco. Três anos depois deste episódio ligou-se ao Partido Comunista Português, ao integrar o Socorro Vermelho (uma organização de apoio aos presos políticos portugueses e espanhóis), e aí conheceu o companheiro de toda a vida, António Lobão Vital, então estudante de Arquitectura. Viveram juntos durante 42 anos, até à morte de Lobão Vital. Nunca tiveram filhos, apesar de ambos os desejarem.

Primeira mulher portuguesa a obter o título de engenheira civil, foi-lhe negado o acesso à Função Pública, pois a ficha policial já então a assinalava como séria opositora da ditadura fascista. Cursou ainda Matemáticas e frequentou a Faculdade de Letras de Coimbra.

Oposição ao Estado Novo[editar | editar código-fonte]

Antes do 25 de Abril de 1974 participou activamente em movimentos pró-democráticos. Destacou-se a sua participação e empenhamento no comício de apoio à candidatura de Norton de Matos à presidência da República, na Fonte da Moura, em 1949; foi julgada por "traição à Pátria", em 1951, por ter assinado uma declaração que exigia a Salazar negociações com o governo indiano relativamente a Goa, Damão e Diu; esteve ligada à candidatura de Humberto Delgado, às movimentações populares estudantis de 1962 e aos congressos da oposição democrática de Aveiro (1969 e 1973); foi presa dezasseis vezes pela PIDE (a primeira das quais em 1949), nove vezes processada, três vezes condenada e foi repetidamente agredida pela polícia em actos públicos. No decurso do seu activismo político e cívico integrou, também, o Movimento da Unidade Antifascista, o Movimento de Unidade Democrática Juvenil, o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e o Movimento Nacional Democrático.

Desenvolveu uma intensa actividade cultural no Porto nos anos quarenta e cinquenta, tendo colaborado (sob o pseudómino de Maria Selma) em vários jornais e revistas, promovido a edição da revista «Sol Nascente» e diversas conferências com a participação de Teixeira de Pascoais, Maria Isabel Aboim Inglês e Maria Lamas.

Ainda na clandestinidade, foi membro do Comité Central do Partido Comunista Português.


Após o 25 de Abril[editar | editar código-fonte]

Depois do 25 de Abril e nas novas condições de liberdade, Virgínia Moura continuou a luta em defesa e consolidação do regime democrático. Veio então o reconhecimento público da sua acção cívica tendo sido distinguida com a Ordem da Liberdade e com a Medalha de Honra da Câmara Municipal do Porto.

Notas

Fontes[editar | editar código-fonte]

Virgínia Moura, mulher de Abril - Álbum de memórias, Edições Avante! 1996

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

http://montalvoeascinciasdonossotempo.blogspot.pt/2011/04/virginia-moura-passionaria-portuguesa.html

Avante nº1273 http://www.pcp.pt/avante/1273/7303c5.html

Página da Universidade do Porto http://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?P_pagina=1004350