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Ensino jesuítico no período colonial brasileiro[editar | editar código-fonte]

A Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa fundada em 1534 na Europa, no contexto da Contrarreforma Católica. De caráter missionário e educacional, sua atuação no Brasil tem início em 1549 quando chegam na Bahia e fundaram escolas que iriam começar o processo de catequização dos indígenas.

O método de ensino e a estrutura escolar que foram implementados pelos jesuítas (membros da Companhia de Jesus) na época foram essenciais para a formação daquela sociedade colonial, tanto em aspectos estruturais e sociais quanto em aspectos administrativos e ideológicos. A catequização dos nativos era de interesse também da Coroa Portuguesa, pois os convertia à fé católica, os ensinava a ler e escrever em português, faria o nativo a abandonar as tradições do seu povo e tornar-se menos propenso a se rebelar contra os conolonizadores. 

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

A educação jesuítica se deu no período de 1549, com a criação do Governo Geral na colônia (devido ao fracasso do sistema das capitanias hereditárias, o governo português realizou a centralização da administração colonial) até 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal. Entender o cenário social em que se encontrava o Brasil colônia é fundamental para compreender o papel que teve a educação jesuítica implementada e como ela afetou os métodos de ensino ao longo da História do Brasil. O sistema colonial no Brasil se estabeleceu com uma economia monocultora e escravocrata, ainda que estas fossem contraditórias com os princípios dos jesuítas, que eram contra a escravidão e à mortandade dos nativos.

A Companhia de Jesus acabou, entretanto, desempenhando um papel colonizador juntamente aos portugueses recebendo até mesmo subsídios do Estado português. A ordem dos jesuítas surgiu em um contexto de conter o avanço protestante na Europa (Reforma Protestante) e um dos meios utilizados para fazer isso foi a educação de índios e homens, as missões para converter à fé católica os nativos das regiões sendo colonizadas pelas metrópoles.

O ensino jesuítico[editar | editar código-fonte]

Os jesuítas possuíam uma hierarquia de estrutura militar, pregavam a obediência aos superiores, a valorização do indivíduo e a busca da perfeição humana através da palavra de Deus. Eram como soldados de Cristo, agiam disseminando a fé, “purificando” os pagãos e ensinando também as classes menos favorecidas a ler e escrever. Os padres jesuítas foram os primeiros professores do Brasil (considerando uma educação formal e ignorando os conhecimentos repassados nas tribos nativas). Foram criados escolas e colégios jesuítas que eram subsidiados pelo Estado português com o objetivo de educar indígenas, mamelucos e filhos dos colonos, difundir a língua portuguesa e formar sacerdotes, preservando a fé e os valores morais. A implementação da educação jesuítica no Brasil se deu através de um formalismo pedagógico, ou seja, apesar da diferença existente entre os valores morais (ensinados nas escolas) e a realidade dos trópicos, deveria-se sempre aparentar “homem civilizado” (de acordo com os padrões europeus da época: : O modelo ideal de homem, o homem puro,cristão e livre dos pecados), com o objetivo de integrar o “selvagem” ao mundo burguês.Juntamente com suas atividades de catequização, os jesuítas tentaram desenvolver no indígena a preocupação burguesa com o trabalho, com o produtivo.

Inicialmente os colégios jesuítas tinham o objetivo de instruir os nativos e crianças, mas posteriormente passaram a educar os descendentes dos colonizadores, criando consequentemente uma elite intelectual brasileira. No entanto, para manter a dependência com a metrópole, não foram criadas universidades no Brasil. Eram prioritárias as escolas de ensino elementar e alguns colégios que preparavam a elite local e a encaminhava para um curso superior em Portugal.

Na educação e na catequese, os sermões dos jesuítas eram essenciais. Neles, os padres usavam uma linguagem simples, direta e que impressionasse o público, este por sua vez não acostumado à reflexão sobre assuntos morais. Com os sermões, os jesuítas procuravam estimular as pessoas a sentirem o remorso, medo, a culpa,  pregando a ideia de pecado, de céu, de inferno, de diabo e a possibilidade de salvação dos infiéis pelo perdão dos pecados, pela misericórdia divina e pela conversão dos povos nativos através de sua adesão ao catolicismo.Os primeiros jesuítas vieram em 1549 liderados por Manuel da Nóbrega, juntamente com o Governador Geral Tomé de Sousa. Nesse mesmo ano criaram já a primeira escola de “ler e escrever” no Brasil. O padre Manuel era um grande defensor dos índios e ajudou na fundação da aldeia de Piratininga (que viria a se tornar a cidade de São Paulo), assim como comandou a fundação de cinco escolas jesuítas.O plano de estudos organizado pelo padra Manuel da Nóbrega consistia em duas fases: na primeira, onde se aprendia os estudos elementares, como o português, a doutrina cristã e a alfabetização. Em um segundo momento desse processo de aprendizagem, o aluno poderia fazer o ensino profissionalizante ou o ensino médio, seguindo suas aptidões pessoais.

Ratio Studiorum[editar | editar código-fonte]

O Ratio Studiorum foi o método de ensino que estabelecia uma orientação e administração do sistema educacional a ser seguido, com objetivo de instruir o professor/padre jesuíta sobre a natureza das suas atividades educacionais. Era uma coletânea de regras que funcionava como manual para as aulas jesuítas, tendo sido influenciada pelas correntes filosóficas humanistas, valores universalistas e renascentistas, provenientes da cultura européia. Essa sistematização da pedagogia jesuítica consistia em 467 regras que orientavam o ensino em uma filosofia aristotélica e teológica.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. SHIGUNOV NETO, Alexandre  and  MACIEL, Lizete Shizue Bomura. O ensino jesuítico no período colonial brasileiro: algumas discussõesEduc. rev. [online]. 2008, n.31, pp. 169-189. ISSN 0104-4060. (acessado em 19 de maio de 2015)
  2. ROSÁRIO, Maria José Aviz; SILVA, José Carlos da. A educação jesuítica no Brasil Colônia. (acessado em 20 de maio de 2015)