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Antonia Gertrudes Pusich (Cabo Verde, Outobro de 1805 - Lisboa outobro de 1883) foi uma jornalista, poetisa, dramaturga deixando uma vasta obra e exerceu grande influencia entre os cultores do primeiro romantismo portugues. Foi a primeira mulher que em Portugal funda e dirige um jornal, de que também é redactora.

Biografía[editar | editar código-fonte]

Poetisa, autora teatral e eximia pianista, natural de Sao Nicolau (Cabo Verde), nascida a 01 de Outubro em 1805. Foi baptizada na paróquia local de Nossa Senhora do Rosário.  Antonia era filha do Almirante Antonio Pusich e de Ana Isabel Nunes. Outro factor que influenciaria grandemente a trajectória de vida da futura escritora portuguesa foram os seus casamentos. Casou três vezes, e é precisamente desses casamentos que provêm os descendentes ainda vivos de António Pusich. D. Antónia casou pela primeira vez a 02 de Julho de 1822  (tendo menos de dezassete anos) com o desembargador João Cardoso de Almeida Amado Viana Coelho, ouvidor geral de Cabo Verde e, mais tarde, deputado parlamentar, nascido no Brasil. Desse casamento provém um filho - João António Pusich de Almeida Amado, nascido a 16 de Fevereiro de 1825, que casou com D. Maria Benedita Viegas de Luna, originária de Elvas. O neto deles foi Humberto de Luna da Costa Freire e Oliveira (Lisboa, 1888 - id, 1952), oficial do exército e célebre escritor, poeta e dramaturgo. Casou pela segunda vez aos 22 anos (em 1827) com o tenente-coronel Francisco Henriques Teixeira, que seis anos mais tarde (em 1833) faleceu vítima de peste. Antónia e Francisco Henriques Teixeira tiveram um filho chamado Miguel, nascido em Peniche em 1832. E a terceira nupcia de D. Antónia, também viúvo - José Roberto Garcês de Mello Araújo Fernando de Almeida, portador do título honorífico de cavaleiro da Ordem Militar de Avis - lutara do lado “certo”, isto é, do lado dos vencedores. O casamento dos dois viúvos decorreu na igreja paroquial de S. Isabel em Lisboa, a 16 de Abril de 1836. Antónia morreu aos 78 anos, em Outubro de 1883 em Lisboa.

Caracterização da Obra[editar | editar código-fonte]

Poetisa, dramaturga, jornalista, compositora, deixou uma obra vasta e excerceu grande influencia entre os cultores do primeiro romantismo portugues. Antonia G. Pusich foi uma das primeiras mulheres em Portugal que, como jornalista e diretora de publicações periodicas, pos o seu nome no cabeçalho, sem se esconder, como muitas fizeram, atras de pseudonimos masculinos e foi precursora das ideias feministas. Colaborou com artigos e poesias em varios jornais literarios e politicos de Lisboa, cidade em que residia e foi redatora de um periodico semanal intitulado “A Beneficencia”.

Entre 1849-1851 dirigiu a assamblea Literaria, onde, alem de outros nomes, nomeadamente de mulheres, colabora o folhetinista Julio Cesar Machado. Cultivou em prosa e verso a moda da literatura gótica em numerosas composições poeticas dispersas pelos jornais literarios da época.

Da vasta obra que deixou publicada, destaca-se o poema "Olinda ou A Abadia de Connor Place (1848) e Saudade (1859). Fez teatro e escreveu sobre membros da familia real, como Canto saudoso ou lamentos na solidão a memoria do Dom Pedro Quinto (1861). Redigiu uma monografia sobre o seu pai em 1872: Biographia de Antonio Pusich contendo 18 documentos de relevantes serviços prestados a Portugal por este ilustre varão; Resumo da historia da republica de Ragusa e sua antiga literatura, um documento importante para o conhecimento da Historia de Cabo Verde de um determinado periodo.

 Obras[editar | editar código-fonte]

  •   O sonho, os gemidos, e os rogos da classe inactiva que recebem a par dos efectivos dedicados ao governo de Sua Majestade Fidelíssima em nome da mesma classe por D. Antónia Gertrudes Pusich, Tipografia Lusitana, Rua do Abarracamento de Peniche, n.o 43, Lisboa, 1844
  •  Preces ou cântico devoto aos fiéis portugueses por D. Antónia Gertrudes Pusich, na Tipografia de G. M. Martins, Rua dos Capelistas n.o 62, Lisboa, 1848
  • Olinda ou a Abadia de Cumnor-Place. Poema original em 5 cantos por D. Antónia Gertrudes Pusich, na Tipografia de G. M. Martins, Rua dos Capelistas n.o 62, Lisboa, 1848 À Sua Majestade El-Rei Fidelíssimo o Senhor D. Fernando II. no seu faustíssimo dia natalício no ano de 1848, Tipografia, G. M. Martins, Lisboa, 1848
  • Preces ou cântico devoto dedicado aos fiéis portugueses por D. Antónia Gertrudes Pusich, na Tipografia de G. M. Martins, Rua dos Capelistas, n.o 62, Lisboa, 1848
  • Galeria das Senhoras na Câmara dos Senhores Deputados ou as minhas observações por D. Antónia Gertrudes Pusich, Tipografia de Borges, Rua da Oliveira (ao Carmo) n.o 65, Lisboa, 1848
  • Cântico devoto em honra e memória das dores de Maria Santíssima, e da sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Deus e Redentor, Tipografia de Joaquim Manuel Eusébio, Portas de Santo Antão, n.o 9, Lisboa, 1857
  • Homenagem a Sua Majestade a Rainha de Portugal Dona Estefânia, Tipografia J. B. Morando, Lisboa, 1858
  • Lamentos à saudosa memória da Ill.ma e Ex.ma Sr.a D. Maria Henriqueta do Casal Ribeiro por D. Antónia Gertrudes Pusich, Imprensa Silviana, Lisboa, 1859
  • Saudade à memória da virtuosa rainha de Portugal, à Senhora D. Estefânia, falecida em 17 de Julho de 1859, dedicada a seu augusto e saudoso consorte, El-Rei o Senhor D. Pedro V, Tipografia do Futuro, Lisboa, 1859.
  • Parabéns a Sua Majestade o Senhor D. Fernando II em memória do consórcio da sua filha a Senhora Infanta de Portugal-Princesa de Saxónia D. Maria Ana e do nascimento da primeira Neta do Mesmo Augusto Senhor por D. Antónia Gertrudes Pusich, Lisboa, 186028 12. Canto saudoso ou lamentos na solidão à memória do virtuoso Monarcha o Senhor Dom Pedro Quinto por D. Antónia Gertrudes Pusich, Tipografia do Futuro, Rua da Cruz de Pau, n.o 35, Lisboa, 1861
  • Biografia de António Pusich. Contendo 18 documentos de relevantes serviços prestados a Portugal por este ilustre varão. Resumo da história da República de Ragusa e sua antiga literatura por D. Antónia Pusich, Lallemant Frères Typ., R. do Tesouro Velho, 6, Lisboa, 1872
  • Breves considerações acerca dos mapas organizados pelo benemérito Presidente da Relação de Lisboa sobre a Estatística criminal e inventários orfanológicos na área da sua jurisdição por D. Antónia Pusich, Tipografia do jornal - o País, Largo do Carmo,
  •   Lisboa, 1874 15. Homenagem a Luís de Camões, Tipografia Coelho & Irmão = Rua de S. Bento, 127 - 129, Lisboa, 1880
  • Memória ao benemérito Duque de Avila e de Bolama falecido em 4 de Maio de 1881 por D. Antónia Pusich, Tipografia do Diário de Lisboa, Rua do Arco a Jesus, 19, Lisboa, 1881- “Assembleia Literária” (jornal de instrução), Lisboa, [1849?]- 1851 (proprietária e redactora: Antónia Pusich)
  • “Beneficência” (jornal dedicado à Associação consoladora dos aflitos), Lisboa, 1852-1855 (proprietária e redactora: Antónia Pusich)
  •  “A cruzada” (jornal religioso e literário), Lisboa, 1858 (proprietária e redactora: Antónia Pusich) 

 Prosa[editar | editar código-fonte]

  • Pusich, A. (1849). “ Quadro de amor e ventura”, Colecçao de poesias oferecidas aos assinantes da Revista Popular.Pags 46-48.
  •  Pusich, A. (1851-1852). “À Santissima Virgem Mae de Deus”, Miscelanea poetica. Pag 200.
  •  Pusich, A. (s/d). “Hercules Musagete”. E “Os Fastios de Publico Ovidio Nasao”,  Academia Real das Ciencias, MDCCCLXII. (Tomo II). Pags. 571-574.
  •  Pusich, A. (1917). “Madeira”, Poetisas Portuguesas. Pags. 243-245.
  •  Pusich, A. (25 de Outubro de 1843). “Da Fama, que na Esfera ilustre gira...”, O correio das Damas. (Nº 47). Pag 173.
  •  Pusich, A. (1844-1845). “A torre do Fato”, Revista Universal Lisbonense ( Tomo IV). Pags 577-578.
  •  Pusich, A. (1855). “Ao Exmo. Snr. Antonio Pusich”, A Grinalda. Pags 97-99.
  • Pusich, A. (1857). “Um Artista Portugues”, O bardo (vol. I).   Pags 145-147.
  • Pusich, A. (1857). “A uma extremosa e incosolavel viúva”, O bardo (vol I). Pags 209-211.
  •  Pusich, A. (1857). “Mocho”, O bardo (Vol.I). Pags 225-227.
  • Pusich, A. (1857). “À Insigne cantora M. Castellani, na noite do seu benefício em Lisboa”, O bardo (Vol. I). Pag 241.
  •  Pusich, A. (1857). “O veterano Portugues”, O bardo (Vol. I). Pags 273-277.
  •   Pusich, A. (s/d). “Misterios da Poesía”, O bardo (Vol.II). Pags 33-36.
  • Pusich A. (s/d).  “Voz de amizade”, O bardo (Vol.II). Pag 180-182.
  • Pusich, A. (1866). “ A Sua Majestade El-Rei o senhor D. Fernando e seus Augustos Filhos em saudosa memoria de sua majestade Rainha a Senhora D. Maria Segunda”,Ilustração Popular (nº32). P. 3.
  • Pusich, A. (1867). “À Saudosa memória do Senhor D. Miguel de Bragança”, Ilustração Popular (Vol.II). P. 81-82.

Drama[editar | editar código-fonte]

  • Júlia.
  • A Conquista de Tunes.
  • Ashaverus.

Comedia[editar | editar código-fonte]

  • O Regedor de Paróquia.
  • Espargo no Monte.

Referencias[editar | editar código-fonte]

  • Talan, Nikica. (2005). In memoriam à esquecida Antónia Gertrudes Pusich. Croacia. (s/n).
  • Conceição Flores, Constância Lima Duarte, Zenóbia Collares Moreira. (2009). Diccionario de escritoras portugesas: Dass origens à atualidade. (s/l). Mulheres.
  • ISBN 978-85-86501-82-1
  • Instituto Portugués do livro e da Leitura. 1991. Diccionario cronológico de autores portugueses. Portugal. Publicações Europa-America. ISBN 972-1-03157-7.