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Usuário(a):Anateresa16/Testes

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Emília Daússe[editar | editar código-fonte]

Emília Daússe nasceu em Nyaakamba, Localidade de Kachembe, Distrito de Marara, Província de Tete.

É filha de Daússe Chibozo Tembo e de Jacinta Faquero.

A história de Emília Daússe é caracterizada por fortes vestígios de esforços conducentes à libertação da terra e do povo moçambicanos, através da sua integração nas fileiras da FRELIMO, primeiro como combatente na clandestinidade e, depois, guerrilheira, tendo actuado na Frente de Tete.[1]

Vida[editar | editar código-fonte]

Emília estudou a 1.ᵅ e 2.ᵅ classes na Escola Primária de Nyaakamba. Ela passou muito tempo em Nyaakamba mas também viveu muito tempo em Zimbabwe junto aos seus pais que eram machambeiros.

Por causa da cegueira do pai, muito jovem, ela sentiu-se obrigada a procurar emprego remunerado para sustentar os pais e os irmãos. Conseguiu então emprego em uma cantina cujo dono era de raça branca, de nome Valentim. A loja localizava-se no Songo onde o dono da cantina tinha a sua segunda mulher, com quem teve uma criança. Além do emprego na cantina, Emília Daússe tomava conta desta criança.

Passado algum tempo, Emília tornou-se a terceira esposa de Valentim, o dono da loja. Ela gozava de total confiança do marido, que lhe permitia o controle de todo movimento da loja.[2]

Adesão à FRELIMO[editar | editar código-fonte]

A adesão de Emília a FRELIMO, data da década 60. Numa primeira fase ela dava comida aos guerrilheiros da FRELIMO, servindo em um pote de água e levando na cabeça fingindo estar a tirar água do rio para que os portugueses não desconfiassem.

Ela evidenciou-se na mobilização das suas companheiras para o transporte do material de guerra a viveres para o abastecimento ao chamado quarto sector.

O seu bom desempenho valeu-lhe o alistamento para receber treinos político-militares no campo de Nachingwea, na Tanzânia, em 1972, e uma vez concluída a formação regressou a província de Tete levando-a a ocupar posições de destaque.

Destacou-se também, pelo sucesso obtido na espinhosa tarefa que os guerrilheiros da FRELIMO tinham na travessia do rio Zambeze, para o estratégico quarto sector. Refira-se que este sector era baluarte do avanço da luta armada para a frente de Manica e Sofala e sua extensão para o sul dos país.[3]

Contributo para a sociedade[editar | editar código-fonte]

Os actos de coragem e bravura, excepcionais de Emília foram de extrema importância para a libertaçāo de Moçambique , pois permitiram contornar a forte vigilância da tropa colonial nesta região e abastecer ao quarto sector, com material bélico, medicamentos e produtos alimentares.

De uma ou de outra forma ela contribuiu também para a emancipação da mulher moçambicana e também para o alcance da Liberdade por meio do destacamento femenino bem como contribuiu no recrutamento de muitos combatentes na província de Tete.

Morte[editar | editar código-fonte]

Ela perdeu a vida no dia 11 de Novembro de 1973 em nyalurio , uma região da província de Tete, depois de cair numa emboscada da tropa colonial portuguesa.

No dia 11 de Novembro Emília e Lúcia Samissone sua colega e amiga de trabalho chefiavam duas secções para levar material em Chinsinga a margem do rio Zambeze.

A secção da Lúcia samissone levava medicamentos e a de Emília armamentos. Estrategicamente as secções deviam andar separadas para evitar danos maiores em caso de emboscadas.

Quando chegaram ao rio Sangere o grupo de Lúcia atravessou sem problemas. Minutos depois ouviu-se um barulho de armas onde foi atacado o grupo de EMÍLIA DAÚSSE . Foi atacada e baleada, perdendo a vida aos 20 anos de idade.[4]

Referências

  1. Navala, Agnelo; Malimusse, Laurindo (2014). «Vida e Obra de Emilia Dausse». Hispania. 62 (4). 733 páginas. ISSN 0018-2133. doi:10.2307/340170 
  2. Eliane, Eliane (2012). «Emilia Dausse». Consultado em 28 de Marco de 2019  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  3. Nkuda, Paulina (2008). A Mulher Mocambicana na Luta de Libertacao Nacional. Mocambique: Papiro Editores. 6 páginas 
  4. Nkuda, Paulina (2008). A Mulher Mocambicana na Luta de Libertacao Nacional. Mocambique: Papiro Editores. 6 páginas