Usuário(a):André Luiz Santos da Soledade/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mileva Maric e Albert Einstein

Em 1948, morria sozinha e desconhecida em Zurique, Mileva Maric. Poucas histórias no mundo científico seriam tão dolorosas e injustas como a dela! Uma mulher brilhante, com pensamentos e atitudes muito além do seu tempo! Nascida num período em que as mulheres eram responsáveis pela criação dos seus filhos e pela manutenção da casa, Mileva, diferentemente das demais, tinha outros anseios. A sua vocação para os estudos, e seu interesse por temas relacionados à Física e à Matemática, levaram o seu pai a pleitear uma permissão especial para que ela estudasse numa Escola Secundária, que, na época, era apenas para homens. No Outono de 1896, ela ingressou no renomado Instituto Federal Suíço de Tecnologia -ETH, em Zurique, onde iniciou os seus estudos de Física. Era a única mulher numa turma de seis alunos, e a quinta mulher a fazer parte daquela instituição. Nesse mesmo ano, ingressava na mesma classe de Mileva, o jovem Albert Einstein, por quem mais tarde ela se apaixonaria e se casaria. Sabe aquele ditado que diz que por trás de todo grande homem, existe uma grande mulher? Pois é! Acho que, no caso de Maric, a história dessa grande mulher, por uma ironia ou não do destino, foi ofuscada e escondida por trás de Albert Einstein.

No início, tudo não passava de uma relação de estudos compartilhados, experiências, ideias e inspiração mútua. Mileva se destacava nos estudos e isso fascinava o jovem Einstein, que logo se sentiu atraído pela jovem e passou a cortejá-la. Mesmo se sentindo atraída por ele, Maric renunciou por várias vezes o envolvimento, afinal, ela estava ciente dos desafios que enfrentaria como mulher num mundo estritamente masculino e preconceituoso. Finalmente, depois de muitas investidas, em 1898, Mileva e Einstein se tornaram um casal e, nesse mesmo ano, os dois colaram grau. Einstein graduou-se, em Física, em 1900, enquanto Maric tentou duas vezes obter um diploma, mas seus esforços foram interrompidos quando ela ficou grávida em 1901. A filha, mantida em segredo pelas famílias, provavelmente foi dada em adoção ou faleceu depois do nascimento, só sabemos dela, graças às cartas deixadas por Einstein. Deprimida e envergonhada com a gravidez, Mileva retorna à casa dos seus pais e abandona definitivamente os planos de se graduar na ETH. Em janeiro de 1903, depois de vários conflitos, Einstein e Mileva, finalmente, se casaram.

Em 1905, Einstein publicou a primeira versão da Teoria da Relatividade, na qual o nome de Mileva aparece como coautora. No entanto, não sabemos o porquê, essa referência desaparece nas versões posteriores. Ao que tudo indica, Mileva teve papel decisivo na elaboração da Teoria da Relatividade, e isso está mais evidente num conjunto de 54 cartas de amor trocadas entre eles, encontradas em 1986, em que Einstein fala por várias vezes “a nossa teoria”, “nosso trabalho” e “nossa investigação” . Em uma das cartas, ele escreveu: “Quão feliz e orgulhoso serei quando nós dois juntos tivermos levado nosso trabalho sobre o movimento relativo a uma conclusão vitoriosa!”

Mas, quando Albert subiu para a estratosfera científica, Mileva foi relegada aos deveres domésticos e a criação dos filhos. Cada vez mais solitária e isolada, ela se tornou presa de suas próprias inseguranças, que a mergulharam numa depressão. Foi um destino trágico para uma mulher que não era apenas um gênio em seu próprio direito, mas que também pode ter contribuído para a Teoria da Relatividade.

Separaram-se em 1914 e divorciaram-se dois anos mais tarde. Como parte do acordo, Einstein prometeu a Mileva os valores provenientes do Prêmio Nobel, dinheiro que ela recebeu em 1922. Ele nunca mais voltaria a produzir física ao mesmo nível da obra de 1905.