Usuário(a):Cadela Sideral/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Chantal Mouffe (nascida a 17 de Junho de 1943) é uma académica de origem belga que desenvolve trabalho na área da teoria política.

Chantal Mouffe estudou em Lovaina, Paris e Essex e tem trabalhado em várias universidades na Europa, América do Norte e América Latina. Foi professora convidada em Harvard, Cornell, Princeton e no Centre National de la Recherche Scientifique. De 1989 a 1995, foi directora de departamento no Collège International de Philosophie em Paris. Actualmente, é Professora de Teoria Política na Universidade de Westminster, no Reino Unido.

Trabalho Teórico[editar | editar código-fonte]

É mais conhecida pela sua contribuição, juntamente com Ernesto Laclau, para o desenvolvimento da Análise de Discurso, também referida como Essex School of Discourse Analysis. Também com Laclau, é co-autora do livro Hegemony and Socialist Strategy - Towards a Radical Democratic Politics, sem edição portuguesa, que se tornou seminal em áreas de estudo como a teoria crítica, teoria da democracia, subjectivação política ou movimentos sociais, apresentando uma articulação entre uma abordagem pós-marxista, que parte da releitura de Antonio Gramsci, e pós-estruturalista, com atenção à análise e descontrução de identidades, narrativas e jogos de linguagem nas questões do poder político, sendo centrais neste trabalho os conceitos de "hegemonia" e "antagonismo".

A título individual, tem trabalhado sobre os conceitos "política" e de "agonismo". Em relação a este último, Mouffe define-o do seguinte modo: «tendo como finalidade ser aceite como legítimo, o conflito necessita de adoptar uma forma que não destrua a associação política. Isto significa que algum tipo de ligação deve existir entre as partes em conflito, de forma a que não tratem os seus oponentes como inimigos a irradicar, ao considerar as suas exigências ilegítimas, que é exactamente o que acontece na relação antagonista de amigo/inimigo. (…) Se queremos reconhecer, por um lado, a permanência da dimensão conflitual antagonista ao mesmo tempo que, por outro, permitimos a possibilidade de "domesticação", precisamos de perspectivar um terceiro tipo de relação. A este tipo de relação proponho chamar "agonismo". Enquanto que o antagonismo é uma relação nós/eles na qual as duas partes são inimigas que não partilham qualquer referencial comum, o agonismo é uma relação nós/eles entre partes em conflito que, apesar de admitirem que não existe qualquer solução racional para o seu conflito, reconhecem a legitimidade do seu oponente. São "adversários", não "inimigos".»[1]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. MOUFFE, Chantal (2005). On the Political. Londres – Nova Iorque: Routledge. 20 páginas 

Obras[editar | editar código-fonte]

  • (ed.) Gramsci and Marxist Theory. Londres – Boston: Routledge / Kegan Paul, 1979.
  • (with Ernesto Laclau) Hegemony and Socialist Strategy: Towards a Radical Democratic Politics. Londres – Nova Iorque: Verso, 1985.
  • (ed.) Dimensions of Radical Democracy: Pluralism, Citizenship, Community. Londres – Nova Iorque: Verso, 1992.
  • The Return of the Political. Londres – Nova Iorque: Verso, 1993.
  • Le politique et ses enjeux. Pour une démocratie plurielle. Paris: La Découverte/MAUSS, 1994.
  • (ed.) Deconstruction and Pragmatism. Londres – Nova Iorque: Routledge, 1996.
  • (ed.) The Challenge of Carl Schmitt. Londres – Nova Iorque: Verso, 1999.
  • The Democratic Paradox. Londres – Nova Iorque: Verso, 2000.
  • (ed.) Feministische Perspektiven. Viena: Turia + Kant, 2001.
  • (ed.) The legacy of Wittgenstein: Pragmatism or Deconstruction. FranKfurt am Main – Nova Iorque: Peter Lang, 2001.
  • On the Political. Londres – Nova Iorque: Routledge, 2005.
  • Hegemony, Radical Democracy, and the Political, edited by James Martin, Londres: Routledge, 2013.
  • Agonistics: Thinking The World Politically. Londres – Nova Iorque: Verso, 2013.
  • Mouffe C, 1995 ‘Post-marxism: democracy and identity’, Environment and Planning D vol.13 pp. 259–266 ML: P305 E30.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]