Usuário(a):Guilherme de Baskerville/Gravura
Gravura é uma técnica ou processo de impressão que utiliza-se de uma matriz cujas imagens impressas podem ser multiplicadas.[1][2][3][4] Gravura pode também designar a imagem gravada na matriz ou a própria impressão final produzida pelo processo de gravura.[5][6]
Técnicas bastante conhecidas de gravura são a xilografia, que usa matrizes de madeira, e a calcografia, que usa matrizes de metal. Exemplos populares de gravura são as ilustrações da literatura de cordel, a arte ukiyo-e e carimbos comuns[7].
Adicionalmente, outra acepção da palavra remete ao entalhe de materiais cuja superfície gravada é em si mesma o produto final, como gravuras rupestres[8], embora, por se tratar de uma prática que não produz um produto final indireto - uma gravura impressa - ela diferencia-se do conceito tradicional de gravura como técnica ou processo.[9]
Processo[editar | editar código-fonte]
O processo de gravura baseia-se na impressão de uma imagem em uma superfície apropriada, chamada de suporte. Para que isso ocorra é utilizada uma superfície intermediária, a matriz, onde será realizada a composição original a ser impressa. Os materiais de uma matriz podem ser diversos, dos mais tradicionais, como madeira, metal e vidro[10], aos mais simples, como carimbos de batata[11], folhas[12] e estêncils de mão[13]. Os suportes, embora tradicionalmente sejam de papel, podem também ser de outros materiais, como o cetim ou o vellum[14].
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Uma matriz de madeira com composição de Albrecht Dürer.
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Sanção matando o Leão, entre 1497-98. Gravura impressa com a matriz anterior.
Cada impressão, também chamada de gravura, é considerada uma arte final e original em si mesma, e não mera cópia ou reprodução de um original,[15] e o número de impressões permitidas por cada técnica pode variar desde uma única cópia, como na monotipia, a centenas, como na calcogravura.
Quando há a possibilidade de se imprimir mais de uma imagem, o artista pode realizar uma impressão em série de um número determinado de gravuras, denominada "edição", onde, tradicionalmente, cada gravura é assinada e numerada pelo artista.[16][17] Se ele desejar, pode fazer algumas impressões especiais que não contabilizam para uma edição: provas de artista (PA) são gravuras reservadas ao próprio autor; e provas de estado (PE) são gravuras realizadas ao longo do processo de gravação, que mostram o estado inacabado da matriz para auxiliar o artista a visualizar o estado da obra naquela etapa.[18]
Técnicas de gravura[editar | editar código-fonte]
Uma vez que a gravura utiliza-se da impressão de uma matriz, pode-se dividir as impressões entre aquelas que utilizam ou não tinta. As que não a utilizam, denominadas gravuras a seco, marcam o suporte com o relevo da composição e são tipicamente conhecidas por seu uso industrial, apesar de haver artistas que a usam como meio expressivo, entre os quais estão os brasileiros Tarsila do Amaral, Sérvulo Esmeraldo, Lyria Palombini e Arthur Luiz Pisa.[19]
Dentre as técnicas que utilizam tinta, podem ser divididas em gravura em relevo, a entalhe, plana e por permeação, além das técnicas mistas.[20]
Referências
- ↑ Prints and printmaking 1996, p. 9
- ↑ What is printmaking?
- ↑ What is a print? 1999, p. 1
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 17-21
- ↑ Dicionário Houaiss da língua portuguesa 1996, p. 1481
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 18
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 22
- ↑ Dicionário Houaiss da língua portuguesa 1996, p. 1481
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 18
- ↑ What is printmaking?
- ↑ Prints and printmaking 1996, p. 9
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 65
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 110
- ↑ Prints and printmaking 1996, p. 9
- ↑ Prints and printmaking 1996, p. 10
- ↑ What is a print? 1999, p. 1
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 131
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 133
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 22-23
- ↑ Introdução à gravura e à sua história 2006, p. 128-129
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Costella, Antonio F. (2006). Introdução à gravura e à sua história. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira. 141 páginas. ISBN 8585681330
- Griffiths, Antony (1996). Prints and printmaking. an introduction to the history and techniques. Los Angeles: University of California Press. 150 páginas. ISBN 0520207149. OL 2246814W
- Houaiss, Antônio; Villar, Mauro de Salles (2001). «Gravura». Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva. 2922 páginas. ISBN 857302383X
- «What is a print?» (PDF). The Museum of Modern Art. 1999. Consultado em 24 de dezembro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 28 de setembro de 2021
- «What is printmaking?». The Metropolitan Museum of Art. Consultado em 24 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 13 de setembro de 2022
- «Xilogravura». Museu Casa da Xilogravura. Consultado em 24 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2022