Usuário(a):Heidumacson Santos de Macedo/Testes
ASARIAS BARRETO DOS SANTOS.
(*1900 +1982) - Sobrinho em 2º grau de Tobias Barreto. Figura representativa da música e da poesia em Tobias, sem sombra de dúvida, o autodidata Asarias Barreto dos Santos, nome desconhecido nos meios intelectuais de Sergipe. Dentro da modéstia deste pequeno livro, no qual se procura estudar, de relance, a vida de alguns cidadãos, políticos de major evidencia, homens de cultura, filhos, todos, de Tobias Barreto, não se pode colocar de lado o mimico e poeta Asarias Barreto. Filho de Antônio Francisco dos Santos e de Adelaide Augusta do Rosário, nasceu Asarias, parente ainda de Tobias Barreto, a 14 de outubro de 1900, Desde pequeno, demonstrava muita inteligência e grande religiosidade. Passando a infância, adolescência e mocidade na terra natal. Desde muito cedo despertou a sua vocação para a música. Assentado como -Guarda do Estado e como Professor do Colégio Monsenhor Basilíscio Raposo – Em seu primeiro emprego como guarda e cobrador de imposto, saía de Tobias Barreto em que seu Jaconias o enviava a Samambaia a lombo de animal, para cobrança do tributo, quando retornava seu superior indagava da importância cobrada em que teve como negativa de que jamais cobraria nenhuma tarifa pois se tratava de estado miserabilidade das pessoas da feira. Era um homem profundamente comprometido com a fé - quase um beato. Católico fervoroso, não perdia sequer uma missa, além de cobrar de seus filhos que não faltasse a igreja para fazer as orações costumeiras. Certo dia chegou a um jogo de futebol em que seu filho Barreto estava participando, com um relógio na mão apontando que já estava atrasado para ir à igreja, ao que, todo desconcertado, seu filho prontamente lhe atendeu.
Levava vida simples, andava pelas ruas da cidade, sempre de chinelos e um surrado paletó, parando nas esquinas e nas residências de pessoas amigas, onde se sentava e pouco conversava, saindo subitamente, sem ao menos dar "até logo" Encontrando conhecidos que lhes eram simpáticos bebendo em qualquer bar, não se recusava a tomar um ou dois copos de cerveja. Retirava-se imediatamente a fim de prosseguir em suas habituais caminhadas. Algumas vezes declamava poesias suas. Indagava, depois, a opinião dos ouvintes e, em seguida, com leve sorriso, afastava-se silenciosamente. Era o seu modo de viver. Ainda criança, estudou o ABC em casa, com a mãe. Já sabendo ler, caiu-lhe as mãos o Segundo Livro, de Hilário Ribeiro, aprendendo-o em um dia, motivo de admiração para os pais e amigos, passou para a escola do professor Josué Montalvão. Aprimorou seu Português, estudando as Gramáticas de Carneiro Ribeiro, Abílio Cesar Borges, João Ribeiro e Eduardo Carlos Pereira. Manifestando, desde cedo, inclinação para a música, vai estudar com o mestre Rufino Aquino, tabelião de Tobias Barreto. Procura, logo após, o regente da "Banda 10 de Junho", Abílio Pereira Leite, em 1915, sendo nela incorporado com o instrumento de sua predileção - o Bombardino. Nunca deixou de ler. Recebia volumes de teoria musical do Rio de Janeiro e de São Paulo - Contraponto, Regras de Harmonia, Instrumentos, etc. Algumas de suas composições: "Jose Nate" (dobrado), Marche 15 de Agosto", "Fernando Matos" (dobrado), "padre Pimenta" (dobrado) e "Paixão de Jesus Cristo" (marcha fúnebre), harmonizando ainda cinco missas de Battman, acompanhadas de arranjo. A pedido do monsenhor João Barbosa de Souza, então vigário de Tobias Barreto, compôs o hino oficial do CONGRESSO EUCARISTICO letra e músicas - e de acordo com instrumentação musical da banda da Policia Militar de Aracaju, distribui a partitura do hino. Asarias analisou as composições de Beethoven, as produções e Bach, composições sacras de João Palestrina e a sinfonia O GUARANI de Carlos Gomes. Ao ser fundado, em Tobias Barreto, o Ginásio Monsenhor Basiliscio Raposo, foi escolhido para lecionar música, sempre amigo dos estudantes, um dos professores mais queridos. Assumiu, durante alguns anos, a regência da banda musical "Nossa Senhora lmperatriz", que desenvolveu igualmente com grande competência no âmbito musical civil as funções de maestro e regente da Filarmônica. Poeta, escreveu DO ARREBOL AO LUAR em 1973, GORJEIOS-CAMPOS, em 1974, e LÍRICAS E CONDOREIRAS em 1975. Deixou mais um livro de versos pronto, a ser editado, sendo desconhecido seu título. Publicou poesias nos jornais A Cruzada, correio de Aracaju e Diário da Manhã recebendo elogios do historiador Elias do Rosário Montalvão e do escritor João Pereira Barreto. O Jornal de Campos criado em 1928, teve nele um dos melhores colaboradores, onde publicava suas composições poéticas na coluna GABINETE DE LETRAS. Foi Poeta, Escritor, Compositor e Maestro, fazendo parte da Filarmónica local, a Lira Nossa Senhora Imperatriz dos Campos, da terra em que nascera... No dia 12 de agosto de 1982, Tobias Barreto deu adeus a um de seus filhos mais ilustres, seu sepultamento ocorreu no cemitério de sua terra natal, Tobias Barreto, a noite do mesmo dia, acompanhado da Lira em que esteve à frente quando maestro, que executou entre algumas das canções que compunha no trajeto a marcha fúnebre. Recebeu de inúmeras pessoas que acompanhava o funeral, a última salva de palmas no portal do campo santo!