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Usuário(a):Luis Carvalho Costa/Testes

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1863 - Nascimento de Vladimir Ivanovich Vernadsky em São Petersburgo a 12 de Março de 1863 (calendário Juliano). Seu pai, Ivan Vernadsky (1821-1884), era na altura professor de economia e estatística no Alexandrovsky Lycee[1].

1868 - A família muda-se para Kahrkov (Ucrânia)[2].

1881 - Dá entrada na Universidade de São Petersburgo. Foi estudante de alguns dos mais relevantes cientistas do Império Russo, tais como: Dimitri Mendeleev (1834-1907), criador da tabela periódica, ou Vasili Dukuchaev (1846-1903) , fundador da podologia)[2].

1885 - Completa com sucesso o exame de candidato doutoral em mineralogia e geognosia (nome dado no século XIX à ciência que estuda a estrutura e disposição das camadas rochosas da terra), hoje geologia[1].

1886 - Casa com Natalia Staritskaya (1860-1943)[2].

1887 - Nasce George Vernadsy (1887-1973)[2].

1888 - Deixa São Petersburgo para estudar cristalografia em Minuque sob a supervisão do cientista Alemão Paul von Groth (1843-1927)[1].

1889 - Vernadsky deixa Munique para se estabelecer em Paris onde começa a trabalhar com o químico Louis Le Chatelier (1850-1936) e o mineralogista Ferdinand Fouqué (1820-1904)[1].

1890 - Regressa à Rússia encorajado por Aleksei Pavlov (1854-1929) para ocupar uma posição de docente na Universidade de Moscovo[1].

1891 - Completa a sua tese de mestrado "On the sillimanite group and on the role of he alumina in the silicates"[2].

1897 - Submete a sua tese doutoral em cristalografia intitulada "On the Planes of Gliding"[1].

1898 - Nascimento da sua filha Nina Verndasky (1895-1985).

1902 - Torna-se professor de mineralogia e cristalografia da universidade de Moscovo[2].

1903 - Publica a sua primeira obra referência intitulada "Fundamentos de Cristalografia". Por volta do mesmo ano publica o seu primeiro artigo sobre história e filosofia da ciência intitulado "On a Scientific Worldview"[1].

1908 - Participa numa conferência cientifica patrocinada pela Associação Britânica para o Avanço da Ciência. Conhece John Joly (1857-1933), um pioneiro do estudo da radioactividade e da radioterapia[1]. Eleito membro da Academia das Ciências[2].

1909 - Vernadsky reporta na Reunião de Naturalistas Russos sobre os princípios básico de uma nova ciência, a geoquímica. No mesmo ano Vernadsky organiza o que se viria a tornar o primeiro laboratório radiológico Russo[1].

1910 - Vernadsky visita o geólogo Eduard Suess (1831-1914) em Viena, o primeiro académico a usar o termo "Biosfera". Um termo que Vernadsky viria a adoptar para descrever a esfera da matéria viva e das suas interacções[1]. Visita Marie Curie Sklodowska (1867-1934) em Paris[2].

1911 - Vernadsky resigna voluntariamente da sua posição de professor da Universidade de Moscovo em protesto ás repressões políticas instauradas pelo imperador Nicolas II. Regressa a São Petersburgo para liderar o recém criado laboratório mineralógico da Academia de Ciências Russa. No mesmo ano, Alexander Fersman (1883-1945), estudante de Vernadsky, inicia a primeira série regular de aulas sobre geoquímica.

1912 - Vernadsky publica o artigo "Sobre a Troca de Gases da Crosta Terrestre" no qual sublinha que quase todos os gases da terra são de origem biológica e presentes em processos cíclicos. É importante referir que ideias semelhantes ás de Vernadsky expressa no seu artigo só viriam a ser amplamente divulgadas nos anos 70 por James Lovelock (1919 - ) e colegas.

1914 - Início da primeira grande guerra.

1915 - Vernadsky lidera a comissão para o estudo das reservas naturais e produtivas da Rússia (KEPS).

1916 - Vernadsky inicia os seus trabalhos na área da biologia e começa a elaborar os princípios básicos da sua nova disciplina, a biogeoquímica.

1917 - É diagnosticada tuberculose a Vernadsky e este é aconselhado a abandonar Petrogrado. Viaja para a Ucrânia onde inicia a escrita do livro "Matéria Viva" que infelizmente só seria editado em 1978. Após a revolução de Outubro de 1917 Vernadsky viaja para Kiev, onde contribui para a organização da academia Ucraniana de ciências.

1918 - Vernadsky é eleito o primeiro presidente da academia Ucraniana das ciências.

1919 -  Durante o Verão de 1919, Vernadsky trabalha da estação biológica de Dniepr com o objectivo de determinar a composição química de várias espécies animais. Nesse verão, floresce uma curiosa relação pessoal entre Vernadsky e um dos seus assistentes, Feodosij Dobrzhanskij. Dobrzhanskij, então com 19 anos, caminhava todas as semanas entre Kiev a Dniepr (19 km) com uma mochila cheia de correio e mercearias para Vernadsky. O estudante escreve no seu diário que trabalhar com Vernadsky "é quase felicidade" (em Levit e2001).

1920 - Vernadsky e família mudam-se para a Crimeia. O plano inicial era viajarem para Rostow mas problemas de saúde e o desenrolar da guerra civil (Novembro de 1917 a Outubro de 1922) acabam por fazer com  que Vernasdy se instale em Simferopol e passe a  lecionar na universidade de Tauride. De referir que a Crimeia em geral e a Universidade de Tauride em particular eram na altura um refúgio para cientistas de sentimento anti-Bolchevique como Igor Tamm (1895-1971) ou Abram Ioffe (1880-1960). No mesmo ano Vernadsky é eleito reitor da universidade de Tauride, que ainda hoje ostenta "Vernadsky" no seu nome oficial.

1921 - Com o avanço dos Bolcheviques é ordenada a evacuação da Crimeia. Vernadsky e sua esposa rejeitam serem evacuados e apenas Gorge, seu filho, é evacuado para Praga. Vernadsky é preso pela Cheka e enviado para Moscovo. Por intervenção de Lenin (segundo Jacques Grinewald em Neuvraumont 1998) ou por pressão de S.F Oldenbrug (segundo Levit 2001), na altura secretário permanente da academia de ciências Russa, Vernadsky acaba por ser prontamente libertado e retoma o seu trabalho na estação biológica de Murmansk.

1922 - É fundado sob a direcção de Vernadsky o instituto do rádio (elemento químico) em Petrogrado. No mesmo ano, Vernasdky insta-se em Paris onde viria a lecionar um curso de geoquímica na universidade de Sorbonne. As suas aulas são frequentadas pelo paleontólogo Teilhard de Chardin (1881-1955) e o matemático-filósofo Edouard Le Roy (1870-1954). Chardin, Le Roy e Vernadsky viriam a desenvolver mais tarde o conceito de Noosfera.

1923 - Vernadsky trava conhecimento com Niels Bohr (1885-1962) numa reunião da Associação de Ciência Britânica, Vê também nesse ano ser-lhe prolongada a estadia em Paris por mais um ano.

1924 - Edição do livro seminal "La Géochemie" (em Francês) com base no trabalho desenvolvido durante as suas palestras em Sorbonne. A Academia Russa de Ciências exorta Vernadsky a regressar. No mesmo ano morre Lenine.

1926 - Vernadsky regressa a Leninegrado. São impressas as primeiras 200 cópias de "A Biosfera", livro que começou em França e terminaria em 1925 em Praga. A Biosfera viria a ser traduzida para Francês em 1929 e Inglês em 1998. Em Novembro do mesmo ano estabelece a comissão para a História do Conhecimento (1926-1932) que viria mais tarde a tarde dar lugar ao Instituto da História da Ciência e Tecnologia (1946).

1927 - Vernadsky faz um incursão de três meses pela Europa visitando a Semana da Ciência Soviética que se realizou em Berlim desse ano e onde travou conhecimento com Albert Einstein (1879-1955).

1928 - Vernadsky publica o livro "A Evolução das Espécies e Matéria Viva" onde expõe pela primeira vez as suas ideias sobre a evolução. No mesmo ano, o antigo departamento designado de Matéria Viva no KEPS é reorganizado e renomeado de BIOGEL, Laboratório Biogeoquímico da Academia de Ciências.

1929 - Têm início vários assaltos ideológicos à Academia de Ciências por parte do Partido Comunista. Vernadsky lidera a resistência interna da Academia mas sem sucesso. Em Novembro do mesmo ano Vernadsky elabora o relatório "O Estudo dos Fenómenos da Vida e da Física Moderna" para a Sociedade de Ciências Naturais de Leninegrado no qual introduz a noção de "tempo biológico" (ver Levit 2001).

1930 - A comissão para a História do Conhecimento criada em 1926 é transformada em Instituto da História da Ciência e Tecnologia com Vernadsky substituindo Nikolai Bukharin (1888-1938) como director.

1931 - Tem lugar o segundo Congresso Internacional da História da Ciência e Tecnologia em Londres. A comitiva Soviética é liderada por Bukharin. Vernadsky não participa. Vernadsky passa o ano de 31 em Peterhof, um subúrbio de Leninegrado. Em Dezembro do mesmo ano escreve História das Águas Naturais, no qual descreve a história geológica das águas e a influência planetária da humanidade sobre o valioso recurso.

1932/1933 - Viagens a França, Alemanha, Inglaterra, Polónia e Checoslováquia. Em Inglaterra conhece Frederick Soddy (1877-1956), Nobel da química em 1921 pelo desenvolvimento da teoria dos isótopos. Tenta publicar o seu livro Matéria Viva e a versão Alemã de A Biosfera. Ambos os livros são censurados. Matéria Viva viria a ser publicada em 1940.

1934 -

1935 - Vernadasy muda-se para Moscovo devido à transferência da Academia de Ciências para a capital. Viaja pela última vez até França e iniciam-se as dificuldades em Vernadsky publicar os seus trabalhos menos técnicos.

  1. a b c d e f g h i j Levit, George (2001). Biogeochemistry–Biosphere–Noosphere: The Growth of the Theoretical System of Vladimir Ivanovich Vernadsky. Berlin: Verlag für Wissenschaft und Bildung. p. 10 
  2. a b c d e f g h Vernadskiĭ, V. I. (1998). The biosphere. Mark A. McMenamin. New York: Copernicus. OCLC 37211183