Usuário(a):Mariuzaum

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"A poesia de Mário Andrade Câmara concerne e transporta-nos a uma miscelânea de sentimentos, situações e ações dispostas, às vezes cruamente, de modo a nos tornar íntimos das comezinhas vicissitudes quotidianas decalcadas em seus textos, dum modo ficcional e pessoal de encantador estilo. Outras vezes, deseja conduzir-nos a um mundo surreal e exteriorizado das muitas fantasias (e fantasmas) que sempre povoaram a atmosfera humana. Extrai, assim, do papel, uma revigorante leitura da alma dos homens, que lhe emprestam, em profusão, o humor. Arranca da vida sons e tonalidades de rara visão e beleza, numa natureza contemplativa de magia das sensações mais profundas dos seres, sem deixar de tatear sobre o bucolicismo óbvio, e de se mostrar em suas influências pessonianas, modernistas e interiores. É uma leitura peculiar e devassável, que ocasiona real deslumbramento do pensamento franco." (Augusto Afonso de Castilho Coelho)

De Aguçada Visão

Quando tu olhas nos meus olhos
Tentando discernir pra onde olho
Intentando interpretar meus pensamentos
Foge-te somente o fato
Consumado
De que cada mente é uma mente
E que os olhos mentem

Se olho pra ti agora
É porque já ultrapassei de ti
O pensamento

Meus olhos seguem lentamente
Mas a mente é célere
E vê de olhos fechados
O que teus olhos abertos não enxergam

O olhar é o fio da lâmina
De tênue beleza tanta
Quanto cortante e grave.
(Mário Andrade Câmara)