Usuário(a):Paulo.B Atlântico Business School/A informação como um ativo estratégico da empresa

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No artigo Measuring The Value Of Information: An Asset Valuation Approach[1] informação é apresentada como um ativo estratégico das organizações, separando-se, de uma forma clara, a gestão das tecnologias de informação da gestão da informação. De acordo com este artigo, existem inúmeras empresas, organizações que recorreram às tecnologias de Informação (TI) para transformar os seus negócios e alcançar uma vantagem competitiva significativa. Há, inclusivamente, empresas cujo core business se baseia de forma exclusiva na gestão das TI para prestar serviços aos seus clientes. Apesar destes fatos, não é possível estabelecer uma relação direta entre investimento em TI e o desempenho global das empresas ou organizações. Não existindo uma relação direta entre estas duas varáveis, isso significa que não é o investimento em TI que determina o sucesso ou insucesso das organizações, mas o fato de elas serem capazes de se concentrarem e gerirem a informação. A TI é apenas o meio de obter, gerir e fornecer informação, a informação é o recurso subjacente que pode ser usado para obter vantagem competitiva no mercado. No entanto, enquanto o hardware e o software, em alguns casos, são objeto de análise e registo na contabilidade das empresas, a avaliação da informação tem sido amplamente ignorada, mesmo que seja um ativo muito mais valioso do ponto de vista empresarial. O hardware e o software são meros recursos utilizados para criar e gerir informação, a informação é o ativo empresarial subjacente que é produzido e mantido por esta tecnologia. É a informação fornece a capacidade de prestar serviços, de tomar melhores decisões, de melhorar o desempenho, de obter vantagem competitiva… ao mesmo tempo que pode ser vendida diretamente como um produto com valor em si mesmo. Como se pode observar, uma parte do custo e do valor de um sistema de informação reside nas informações armazenadas. Para serem mais eficazes, as estratégias de TI devem centrar-se na melhoria e sustentação do valor da informação - o produto - em vez de se focar nos sistemas e tecnologias - equipamento de produção. Se a informação é um ativo das organizações, importa perceber se se comporta como os restantes ativos. Normalmente um ativo é definido como um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual se espera benefícios económicos futuros. Assim sendo, um ativo tem as seguintes características:

  1. Permite a obtenção de benefícios económicos futuros que podem resultar do uso ou venda. A informação satisfaz este requisito, porque permite prestar serviços, tomar decisões eficazes ou ser transacionada.
  2. É controlado pela organização. O controlo, neste sentido, significa a capacidade da empresa / organização gerir o ativo em seu benefício, regulando o acesso de outros. A informação também satisfaz este requisito. Se uma organização regista e gere informação, só ela tem acesso a esses dados e pode decidir de que forma os vai utilizar: obter nova informação, decidir ou vender a outra entidade.
  3. É resultado de transações passadas. Isso significa que o controlo sobre o ativo foi obtido através de transações passadas, compra ou desenvolvimento interno. A informação também satisfaz este requisito. As informações normalmente são obtidas como um subproduto de transações que ocorreram ou como resultado de uma compra, acesso a uma base de dados.

Partindo do potencial de serviço e dos benefícios económicos que se podem obter com um ativo, pode-se concluir que a informação é um ativo da empresa e como tal deve ser considerado[2].

Como qualquer outro ativo, a informação tem um custo (aquisição, armazenamento, gestão e manutenção) e um valor (quanto vale para a organização?). No entanto, a informação tem propriedades únicas que devem ser compreendidas para se poder medir seu valor.

A informação é, no limite, infinitamente partilhável[editar | editar código-fonte]

Talvez a característica mais singular da informação como ativo seja que ela pode ser partilhada entre um número infinito de utilizadores, áreas de negócio, organizações... sem que haja perda do valor para cada uma das partes[3].

Do ponto de vista da empresa, o valor da informação é cumulativo, ao contrário do que acontece com o valor dos outros ativos. Em geral, a partilha de informação tende a multiplicar o seu valor - quanto mais pessoas utilizam a informação, mais benefícios económicos podem ser gerados. A informação pode ser partilhada, mas também pode ser infinitamente copiada. No entanto, a duplicação de informação não duplica seu valor - duas cópias têm o mesmo valor de uma única cópia porque nenhuma "nova" informação é criada. Duplicação da informação apenas gera custos adicionais.

O valor da informação aumenta com o uso[editar | editar código-fonte]

Para a maioria dos ativos o valor diminui à medida que o tempo passa. Este desgaste reflete-se na taxa de depreciação. No entanto, a informação aumenta o seu valor quanto mais é utilizada. O principal custo da informação está no seu registo (captura no sistema), armazenamento e manutenção - os custos de utilização são quase insignificantes. A informação não tem um valor real em si mesma - só se torna valiosa quando é utilizada. Se a informação não for utilizada não proporciona benefícios económicos e, portanto, já não pode ser considerada um ativo. Informação não utilizada deve ser considerada como um passivo da empresa porque não gera valor e tem custos de armazenamento e manutenção.

A informação tem um “ciclo de vida” e é perecível[editar | editar código-fonte]

Enquanto existe, a informação tem um ciclo de vida e valores de existência diversificados. Se um cliente da empresa atualizou o seu endereço, o endereço antigo pode ter pouca ou nenhuma importância, mas os números relativos à venda de produtos podem ser muito relevantes para decisões no futuro. A informação tem uma vida útil relativamente curta no nível operacional, mas para fins de apoio à decisão, tem um tempo de vida mais prolongado[4]. Se se considerarem também as questões legais e jurídicas, o valor da informação permanece atual durante muito tempo.

O Valor da Informação Aumenta com Precisão[editar | editar código-fonte]

Em geral, quanto mais precisa for a informação, mais útil e, consequentemente, mais valiosa. Informações incorretas ou imprecisas podem resultar em custos muito elevados para uma organização em erros operacionais ou de tomada de decisão[5].

O nível de precisão exigido está diretamente relacionado com o tipo de informação e a forma como vai ser utilizada. Em alguns casos pode exigir-se um rigor de 100%, como é o caso da gestão financeira. Noutras situações 80% de precisão pode ser suficiente. Quando a exatidão das informações cai abaixo de um certo nível, a informação torna-se um passivo e, neste ponto, os utilizadores vão parar de usar esses dados. Para fins de tomada de decisão, saber a precisão das informações é tão importante quanto ter informações precisas. Se quem decide sabe quão precisas, ou imprecisas, são as informações com as quais está a trabalhar, pode incorporar uma margem de erro nas suas decisões.

O valor da informação aumenta quando combinado com outras informações[editar | editar código-fonte]

A informação torna-se geralmente mais valiosa quando pode ser comparada e combinada com outras informações. A informações sobre os clientes e as informações de vendas são, cada uma por si, valiosas fontes de informação. No entanto, relacionar as características do cliente com os seus padrões de compra pode ajudar a impulsionar o trabalho desenvolvido pelo marketing para que os produtos certos sejam promovidos junto de públicos específicos. Do ponto de vista empresarial, relacionar estes dois conjuntos de informação é muito mais valioso.

Mais informação não significa melhor informação[editar | editar código-fonte]

Para a maioria dos ativos a quantidade está diretamente relacionada com os benefícios esperados, o mesmo não acontece com a informação[6].

Hoje em dia, um dos maiores problemas das organizações não é a falta de informação, mas o excesso de informação. Os seres humanos têm uma capacidade limitada para processar informações e quando a quantidade de informação excede esses limites, a capacidade de processamento e compreensão diminuiu significativamente, o que afeta diretamente o desempenho na tomada de decisão.

A informação é inesgotável[editar | editar código-fonte]

A maioria dos recursos são escassos e esgotáveis. No entanto a informação é auto geradora - quanto mais se usa, mais se produz. Isto acontece porque as informações novas ou derivadas são frequentemente criadas como resultado de ações como: resumir, analisar, combinar… diferentes fontes de informação. As informações originais permanecem e as informações derivadas são adicionadas à base de ativos existente.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. MOODY, D., & WALSH, P. (1999). Measuring The Value Of Information: An Asset Valuation Approach. Seventh European Conference on Information Systems (ECIS’ 99) (p. 17). Frederiksberg, Denmark: Copenhagen Business School.
  2. Glazer, R., "Measuring the Value of Information: The Information Intensive Organisation", IBM Systems Journal, Vol 32, No 1, 1993.
  3. Glazer, R., "Marketing in an Information Intensive Environment: Strategic Implications of Knowledge as an Asset", Journal of Marketing, 55, No. 4, 1991.
  4. Inmon, W.H. “EIS and the Data Warehouse”, Database Programming and Design, November, 1992.
  5. Wang, R.Y. and Strong, D.M., Beyond Accuracy: What Data Quality Means to Data Consumers, Journal of Management Information Systems, Vol 12, No. 4, Spring, 1996.
  6. O’ Reilly, C.A., Individuals and Information Overload in Organisations: Is More Necessarily Better?, Academy of Management Journal, Vol 23, No. 4, 1980.