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Origem[1]

A grande maioria dos pesquisadores acreditam que a linguagem, melhor dizendo, a comunicação entre os primeiros hominídeos surgiu em um estado de pré-linguagem ou protolinguagem. Caracteriza-se como a mais singela e completa linguagem, um protoléxico, ou seja, “armazenamento para sinais significativos aprendidos, mas sem sintaxe” (The Oxford Handbook of language Evolution, 2012), podendo ser verbal ou gestual e contar com componentes mimetizados. Contudo, a forma verbal há mais indícios de ser dominante.

Embora diversos grupos metazoa possam ter incríveis capacidades cognitivas e comunicativas, compreender a linguagem em macacos (orangotangos, gorilas, chimpanzés e bonobos) é também compreender o desenvolvimento da linguagem na linhagem hominins. Tais estudos, desde os primórdios foram envolvidos por controvérsias no âmbito não apenas de desdobramentos social, mas em primazia no âmbito acadêmico, uma vez que refletem também diferentes categorias de pensamento: os que defendem visões darwinianas de “continuidade entre as mentes dos macacos e dos animais” versus “tradição cartesiana de diferenças mentais qualitativas agudas entre humanos e outros animais”, o que também demonstra a dificuldade de uma definição uníssona na definição de “símbolo” e essa diafonia leva autores a interpretarem uma mesma configuração relativa à linguagem dos macacos de forma diferente mesmo frente a comportamentos muito semelhantes.

Embora a ausência da capacidade dos grandes macacos de mimetizarem com precisão a fala humana, ainda sim são capazes de criar e reproduzir muitos sons, isto é, são capazes de aprenderem por observação gesticulações, não restrito para os que vivem em cativeiro, introduzindo a ideia de diferentes tipos e nível de imitação[2][3]. Tal nível de imitação demanda: uma análise sequencial das ações em porções que o compõe, o exercício de cada porção e o reagrupamento hierárquico de modo a atingir uma transmissão compreensível à um dado interlocutor.  E ao de fato ser dominado, cada vocábulo passa a ser incorporado como sequências comportamentais.

Diversos estudos, demonstram que tais animais usam gestos manuais e lexigramas (“unidades linguísticas representando símbolos de forma geométrica”[4]) de modo a fazer referência à objetos, lugares, pessoas e ações, incluindo inclusive não circunscritos no tempo presente e de modo visível. Além de usarem gestos e/ou lexigramas para pedir objetos ou requerer ações, alguns são capazes de fazer comentários de forma espontânea sobre si e sobre semelhantes.

Casos clássicos: Lucy, Koko e Washoe, foram capazes após treinamento de emitirem sinais para bonecas e/ou gatos, usando lexigrama. De forma adicional, foram capazes de inventarem combinações de signos para se referir a alimentos e animais ou outros objetos, os quais não foram ensinados a eles. Esses gestos e lexigramas, funcionaram como “não icônicos”, isto é, refere-se a sinais arbitrários de objetos ou ações, o que corresponde às definições clássicas de símbolo, mas há críticas com a questão de que quando um símbolo é verdadeiro, não atende apenas a rotulagem isolada, mas tem correspondência com outros símbolos, nesse caso, a literatura traz ao menos três exemplos: Kanzi, Sherman e Austin.

Adicionalmente, os elementos mínimos para a existência da protolinguagem em macacos podem ser aferrado a partindo do fato de que todas as espécies dos grandes macacos têm a capacidade da criação de combinações orientadas: Sarah e Lana, eram dois macacos que foram treinados para compor lexigramas de quatro a cinco palavras da língua inglesa; Washoe, Nim, Chantek e Kanzi, pode ter inventado regras combinatórias próprias; além de que Washoe foi capaz de colocar o sujeito no início das frases em 90% das expressões criadas de forma espontânea; Nim e Koko, colocavam o advérbio “mais” antes de objetos e ações que solicitavam. Dessa forma, por constituir uma ordenação, podem ser considerados com fortes exemplos de protolinguagem, apesar apresentarem falhas na padronização (regras de sequência na composição de sentenças) mesmo nos mais treinados (infere-se que isso pode advir da relação com os próprios treinadores, que não usam de forma mandatória a complexidade gramatical avaliada). De forma geral, acredita-se que por essa dificuldade, a transição de protolinguagem para linguagem em humanos, deve ter envolvido principalmente o surgimento de capacidades mentais relacionadas à construção hierárquica.

Não obstante seja conhecido essas habilidades, o domínio (no que tange entendimento) e uso de sinais, não é um dado facilmente verificável em populações de macacos sem treinamento, isto é, em selvagens não foram ainda reportados uso de gestos ordenados para se referir a objetos ou eventos. E, possivelmente os macacos não possuam outras capacidades essenciais para a invenção da protolinguagem, como a teoria da mente (descrito pela primeira vez em 1978 com chimpanzés e diz respeito a hipótese de que possuem a capacidade de entendimento de crenças, desejos e intenções dos outros) ou o desenvolvimento da capacidade de compartilhamento de intenções (hipótese baseada que a inabilidade de compartilhar intenções e cooperação são os principais fatores que evitam que os grandes macacos desenvolvam a linguagem), ou talvez eles simplesmente não são motivados ou precisam usar a protolinguagem. Em suma, o que em geral se assume é que chimpanzés e bonobos são capazes de entender a mente do outro a assim podem cooperar, não sendo necessário o uso da protolinguagem que se investiga no mundo selvagem.

Uma questão central é quando a protolinguagem e a linguagem se desenvolveram, segundo estudos, partindo de que todos os grandes macacos podem ter o domínio dos componentes e a capacidade cognitiva necessária para a protolinguagem, estima-se que o último ancestral comum entre humanos e a linhagem dos grandes macacos existiu entre 14 à 20 milhões de anos atrás e com isso o desenvolvimento da protolinguagem é atribuída após divisão filogenética hominini-pan a cerca de 6-7 milhões de anos atrás, antes disso, acredita-se que se desenvolveram protolinguagem, a perderam.

Dados recentes para o favorecimento do aparecimento da protolinguagem em hominins foi entre 2,6-1,8 milhões de anos, onde a utilização de ferramentas pode ter favorecido a criação de um nicho que há 1,8 milhões pode ter desenvolvido uma protolinguagem-like, corroborando com a mudança de dieta, expansão do cérebro e a manufatura com maior intensidade de ferramentas que são complicadas para macacos. Contudo, como era protolinguagem (gestual, vocal ou combinação de ambos), ainda não há evidências, mas muito provavelmente, estava presente desde os Neandertais e deve estar relacionada com a presença do gene FOXP2.

Com a irradiação da linguagem por todas as populações humanas e isso envolve que humanos de todos os lugares, com diferentes hábitats, hábitos, culturas, estruturas sociais, são aproximados pela linguagem. Surge assim, o termo “leitura mental” referente à capacidade de inferir estados mentais de outros com base na direção do olhar, expressão facial e assim por diante, isso é extremamente desenvolvido em primatas diferente de humanos e essas diferenças podem ser atribuídas ao nível de cooperação existente entre ambos participantes da ação (condição sine qua non), o que os psicólogos chamam de “intersubjetividade”, o qual possui um papel importante para o entendimento tanto coletivo de sentimentos e planos, quanto subjetivo, sucesso reprodutivo, por exemplo.

A psiquê humana evolui no modo particular de vida com base na caça e coleta. De modo a compensar vulnerabilidades, populações humanas ancestral desenvolveu a cooperação social, o que permitiu a transmissão e trocas do conhecimento, visão conhecida como “mente social profunda” (a qual defende uma transmissão cultural coevolutiva com a leitura mental cooperativa). Isso é contrário nas sociedades de chimpanzés, uma vez que são hierárquicas.

Todavia, tal cooperativismo é resultante do processo e não causador, parte do processo de “contradominância” advindo do sistema caçador-coletor. Esse processo fomentou a intersubjetividade que caminhou junto com o desenvolvimento dos idiomas. Entretanto, a não prevalência desse primórdio igualitário pode ser investigado para além do aumento quantitativo de indivíduos: a articulação de estratégias.

O cenário mais aceito pelos cientistas envolve o chamado “modelo de alianças femininas”, centralizando as estratégias femininas na história das sociedades humanas pré históricas e com reverberação moderna. Conforme grupos humanos aumentaram de tamanho, a inteligência (“como capacidade de negociar alianças”), foi uma seleção artificial para o aumento do córtex; apesar de positivo a priori, culminou em um custo maior da prole (amadurecimento tardio e maior necessidade energética), intensificando os custos para a mãe, tanto na gravidez, quanto nos cuidados pós nascimento. Nesse contexto, surge a hipersociabilidade humana e a intersubjetividade, na busca por ajudantes fidedignos (em geral, parentas das mulheres) e quanto aos machos, como as fêmeas buscavam: bons genes que atendessem a sua necessidade principal (inteligência), tempo para cuidados, energia e comida, os machos vivendo em uma sociedade caçadora-coletora, os mais aptos exibiam-se (sem violência) através da destreza da caça servindo-as.

Isso conduz a relação de sinais sexuais, estratégias reprodutivas e condições para evolução da linguagem. Normalmente, em chimpanzés exibições com fins sexuais desencadeiam violência, mas como em humanos a ovulação tornou-se escondida (não há estro), obrigou os machos a passarem mais tempo com suas parceiras para aumentar as chances de reproduzir; isso culminou no conflito de que a única chance do macho saber sobre a fertilidade feminina, é através da menstruação. Em qualquer sociedade primata as formas mais comuns de conflitos têm relação com o sexo, ao mulheres serem vistas como inférteis, a menstruação poderia incitar machos a escolher parceiras tendo essa base biológica como parâmetros, levando ao abandono e conquistando novas parceiras. Assim, a comunidade feminina, ao tomar nota da menstruação de uma membra, medidas estratégicas já eram tomadas, frente à ameaça que qualquer dano possa ser feito (por meio de tabus culturais, por exemplo).

Tal contexto específico, desencadeia a transição da linguagem e cultura simbólica, isto é, toda vez que uma mulher menstruar, é entendido como ameaça, o perigo do macho tirar proveito sem prover condições a futura grávida. Assim, o isolamento da mulher “alvo” e criação uma “rede de solidariedade” espalhando ideias a serem compartilhadas, forneceu as condições necessárias para a linguagem evoluir.

Bases genéticas da linguagem[editar | editar código-fonte]

        A linguagem, assim como diversas características de Homo sapiens, é derivada do efeito de genes sobre o desenvolvimento do ser humano, entretanto, genes não são os únicos proponentes do desenvolvimento da linguagem, destacando-se a influência de fatores culturais[5][5]. Entretanto, como elementos culturais evoluem de maneira consideravelmente mais rápida do que organismos biológicos pode ser intuitivo concluir que estes têm uma influência igualmente superior na linguagem humana, porém, existem maneiras com que a evolução biológica consegue acompanhar a evolução cultural além de mutações genéticas, notavelmente por meio da plasticidade genotípica, capacidade de um mesmo genótipo produzir diferentes fenótipos de acordo com o ambiente, e por meio do desenvolvimento de órgãos ou sistemas selecionadas de modo a priorizarem rápidas adaptações às mudanças externas, neste caso o cérebro[6]. Tendo em vista a possível influência que genes exercem sobre a linguagem, cientistas buscam encontrar genes específicos que possam ter atuado diretamente sobre a origem da linguagem em seres humanos.

        O primeiro gene a ser confiavelmente associado à linguagem é o gene Forkhead Box Protein 2 (FOXP2)[7], associado com a linguagem após estudos com uma família britânica cujos integrantes todos apresentavam deficiências linguísticas, alcunhada família KE[8]. Este gene codifica proteínas com terminais com formato de garfo que se ligam a regiões regulatórias de outros genes, influenciando sua expressão. Ao longo da evolução dos mamíferos os genes FOXP2 foram extremamente bem conservados, destacando sua importância no desenvolvimento deste grupo, contudo, a sequência do FOXP2 de seres humanos apresenta algumas diferenças quando comparado com o de seus parentes viventes mais próximos, Chimpanzés e bonobos[7], considerando a disparidade das capacidades de fala destes grupos pode se inferir que estas diferenças estão ligadas diretamente a origem da linguagem, estudos genéticos sugerem que estas mutações tenham ocorrido entre 1,8 e 1,9 milhões de anos atrás[9], condizendo com o período de tempo em que se estipula a emergência do gênero Homo.

        Outro fator que corrobora a associação dos genes FOXP2 ao desenvolvimento da linguagem são os efeitos que seu impedimento causa em modelos experimentais animais, filhotes de camundongo que tiveram uma cópia deste gene impedida demonstrou severa alteração nas vocalizações dos filhotes[10]. Em pássaros mandarim (Taeniopygia guttata) nota-se maior expressão destes genes quando indivíduos juvenis estão aprendendo a cantar com os adultos, a inibição deste gene faz com que os pássaros jovens tornem-se incapazes de incorporar novas sílabas em seus cantos[11]. Além disso, nota-se que a expressão destes genes em pássaros e seres humanos ocorre em regiões anatomicamente análogas do cérebro[7].

        Os genes Contactin-associated protein-like 2 (CNTNAP2) são alvos da regulação das proteínas codificadas por FOXP2, estes genes estão relacionados com o desenvolvimento cortical e funcionamento axonal (Vernes et. al. 2008), em redes circuitos neurais relacionados à linguagem podem ser encontrados elevados níveis de CNTNAP2, além disso certos polimorfismos deste gene foram associados a atrasos e a deficiências no desenvolvimento das capacidades linguísticas em crianças com autismo[7].

        Outros genes associados a linguagem são os relacionados com microcefalia, microcephalin e ASPM, considerando o tamanho do cérebro como um fator crucial para o desenvolvimento da linguagem alguns autores consideram que estes genes possam estar ligados com a linguagem, particularmente considerando trabalhos[12] que relacionam mutações nestes genes com a perda de preferência por linguagens tonais (linguagens em que diferentes entonações de um mesmo fonema possuem significados distintos como chinês, vietnamita e iorubá), entretanto estes estudos possuem alguns problemas referentes a amostragem das pesquisas realizadas[7] assim como a própria inferência acerca da influência do tamanho cerebral sobre a linguagem, considerando que humanos acometidos por microcefalia ainda conseguem desenvolver capacidades linguísticas até certo ponto, especialmente quando comparados com chimpanzés, cujos tamanhos cerebrais se assemelham .

        Os genes ROBO1 e ROBO2, da família de genes Roundabout Homologue (ROBO) também são associados à desenvoltura da linguagem. Estes genes estão envolvidos na simetria bilateral do sistema nervoso devido a sua influência em axônios que atravessam a linha medial do cérebro. Estudos sugerem que polimorfismos dos genes ROBO1 estejam correlacionados diretamente com casos de dislexia[13]. Já o gene ROBO2 parece estar ligado à capacidade de incorporação de novas palavras[14]. Análises da evolução destes dois genes mostra seleção positiva para os genes ROBO1 na linhagem dos chimpanzés e seres humanos, entretanto estas mesmas análises não foram tão conclusivas para o ROBO2[15]

Bases morfo-anatômicas da linguagem[editar | editar código-fonte]

A aquisição da linguagem exigiu modificações morfo-anatômicas importantes no encéfalo, na medula espinhal e outras estruturas não-neurais [5][16].

O volume encefálico aumentou rapidamente, em volume absoluto e relativo ao tamanho corpóreo, na linhagem humana entre 2 milhões e 300 mil anos atrás. O encéfalo é um órgão altamente custoso do ponto de vista energético, portanto sua expansão  e manutenção na linhagem indica  que o mesmo confere uma vantagem evolutiva significativa[5]. Embora haja correlação entre o volume encefálico e a capacidade cognitiva geral, o mesmo não ocorre com a capacidade de linguagem, não havendo um volume encefálico separando claramente os primatas com e sem linguagem[5]

O neocórtex é visto tradicionalmente como a estrutura neural responsável pela linguagem. A aquisição da mesma estaria associada ao surgimento de novas estruturas neocorticais e/ou expansão das pré-existentes. O córtex humano é laterizado, sendo dividido em dois hemisférios, com o esquerdo controlando o braço direito e sendo dominante para a linguagem. Pensava-se que a preferência populacional por ser destro fosse uma exclusividade humana[1], o que levou à hipótese da evolução conjunta da lateralização, linguagem e caráter destro, embora saiba-se hoje que outros primatas são preferencialmente destros. O hemisfério esquerdo de bonobos, babuínos, chimpanzés e gorilas controla gestos comunicativos e vocalizações voluntárias, em contraste com o controle das vocalizações em outros primatas pelo hemisfério direito, indicando que a dominância do hemisfério esquerdo sobre essas habilidades pode ter precedido evolutivamente a dominância sobre a linguagem[5]. Dados anatômicos e comportamentais, contudo, não suportam a assimetria neural como exclusividade humana ou especialização específica para a linguagem.

A área de Broca localiza-se no hemisfério esquerdo e é considerada desde sua descrição como de grande importância para a linguagem [17][18]. Ela aparece cedo na linhagem humana, anteriormente ao advento da linguagem. Outros primatas apresentam estruturas homólogas, mas com organização distinta. Wilkins[5] defende que a expansão da estrutura teria permitido o aumento da percepção espacial, conferindo a coordenação dos membros superiores necessária para o uso de ferramentas e lançamento de projéteis. Como muitas estruturas espaciais são organizadas temática e espacialmente, essa expansão teria também fornecido a estrutura conceptual para componentes chave no desenvolvimento da linguagem[5].

Embora o papel do neocórtex se mantenha significativamente relevante, pesquisas das últimas décadas têm destacado a importância de estruturas não-corticais para a linguagem. Danos nos gânglios basais e cerebelo geram déficits no aprendizado procedural, memória de trabalho (curto-prazo), sintaxe, escolha e ordenação de palavras e dispraxia oral; estando associados à dispraxia orofacial resultante de mutações no gene FOXP2 mutations[17]. Tanto os gânglios basais quanto porções do cerebelo estão fortemente ligadas ao neocórtex por meio do tálamo, indicando que essas estruturas trabalham conjuntamente para possibilitar a linguagem[17]. O hipocampo e a amígdala também são componentes importantes, não afetando diretamente a linguagem, mas relacionados à memória declarativa e aprendizado emocional.

Uma das razões para o foco histórico no neocórtex é a percepção equivocada de que apenas ele teria aumentado durante a evolução humana, embora o tamanho  dos gânglios basais, cerebelo e  hipocampo seja de 2 a 3 vezes maior em humanos do que em outros grandes primatas[17]. Essa percepção é fruto em parte da ausência no registro fóssil da sua evolução, pois diferente do córtex elas são internas ao encéfalo e não deixam impressões na caixa craniana. Entretanto, o tamanho destas estruturas não-corticais guarda uma forte correlação com o volume encefálico total, que pode ser usado como um bom preditor[5].

As mudanças morfo-anatômicas relacionadas à aquisição da linguagem não se restringem a estruturas neurais, estendendo-se também ao trato respiratório e à musculatura [1] [12]. Humanos possuem uma cavidade oral diferente em relação a outros primatas, assim como uma laringe mais baixa, maior controle da respiração e ausência de sacos aéreos na laringe.  Acredita-se que a  reorganização do trato vocal foi facilitada pelo bipedalismo, por alterações na dieta[16] ou  ambos, e a estrutura laringeal moderna já estaria presente no ancestral comum de Neandertais e humanos anatomicamente modernos[11]. O controle mais fino da respiração é possibilitado por uma maior inervação por massa cinzenta medular dos músculos respiratórios torácicos e abdominais, com a terminação direta de muitas fibras corticais em neurônios motores da medula e tronco cerebral[5].

Criação, mudança e evolução da linguagem em humanos modernos[editar | editar código-fonte]

O contato sociocultural e também genético entre populações de humanos podem causar mudanças profundas na criação, evolução e transmissão da linguagem. As mudanças e reconstruções na linguagem através da abordagem histórica remontam a apenas 7000 anos, enquanto que a origem da linguagem data dos últimos 100 mil a 200 mil anos[19] . Isso evidencia a importância da análise de cenários modernos e construção de modelos para a compreensão da transmissão, evolução e criação da linguagem.

Uma das teorias que discorrem a respeito da evolução da linguagem é a gramaticalização, a qual compreende que o conjunto dos processos envolvidos  no desenvolvimento da linguagem é direcional. Assim, segundo ela, ao longo do tempo, formas como substantivos e verbos (formas lexicais simples) foram se transformando em outras como os auxiliares (formas gramaticais), os quais se transformaram em formas ainda mais gramaticais, como os marcadores de tempo verbal. Muitos pesquisadores defendem que essas formas lexicais, substantivos e verbos, deram origem às demais. A gramaticalização oferece, dessa forma, uma oportunidade de compreender estados linguísticos do passado[19].

Um exemplo moderno de como as mudanças na linguagem ocorrem, pode ser obtido com o estudo das línguas de contato (pidgins e crioulos). Nesses contextos, os recursos linguísticos utilizados, como a concatenação livre de palavras, refletem em parte o provável uso linguístico de humanos do passado, sendo assim úteis para entender a evolução da linguagem. Outro exemplo atual é o dos sistemas de sinais familiares (homesigns systems), onde crianças surdas desenvolvem sinais para se comunicar com seus pais ouvintes e, ao terem que se comunicar com outra criança surda também com seu sistema de sinais próprio acabam utilizando recursos linguísticos como a segmentação e a combinação. Assim como os pidgins, esses sistemas de sinais familiares (que assim como os pidgins não constituem uma língua completa) podem, em circunstâncias de transmissão sociocultural propícias, se desenvolverem em idiomas completos. As línguas orais e de sinais se desenvolveram simultaneamente, contribuindo uma com a outra, como acontece nos dias de hoje[19].

Assumindo o tamanho e dispersão dos primeiros grupos humanos africanos e comparando com a enorme variedade linguística na Nova Guiné atual, infere-se que a diversidade sempre tenha sido a norma, não existindo uma única língua ancestral. Nenhuma evidência aponta também para uma única língua ancestral das línguas não-africanas. A mudança na linguagem através de contato entre grupos humanos pode se dar de maneira radical, com mudança total de idioma. Dessa maneira, falantes de uma língua passam a falar outra completamente nova após o contato. Estudos de contato podem ainda ser associados à análise genética, revelando mudanças de linguagem pré-histórica, em humanos modernos[19].

Como mostram experimentos com humanos modernos em laboratório, onde os participantes devem transmitir línguas artificiais simples[20], a transmissão da linguagem reafirma a proposição de que o seu desenvolvimento é direcional: mesmo sem a intervenção da seleção natural, ocorre o desenvolvimento de um design nos dados parecidos com uma língua. Pode-se dizer que a linguagem evoluiu para ser aprendida através da sua transmissão, o que leva a concluir que a própria linguagem se constitui como um sistema adaptativo[20]. Numa situação semelhante, onde os agentes originalmente não compartilham a mesma linguagem, a interação social mostra-se mais uma vez importante, pois torna possível o aparecimento de uma comunicação verbal limitada.

Tais mecanismos socioculturais se mostram como grandes prescritores da evolução da linguagem. Pesquisadores mostraram que esse tipo de transmissão é responsável por características abstratas da linguagem. A seleção que ocorre é na própria linguagem: as propriedades da linguagem que dificultam a comunicação ou que não podem ser rapidamente aprendidas são descartadas, enquanto que outras características que facilitam e tornam a comunicação mais eficaz são mantidas e expandidas. Dessa forma, a mudança na linguagem segue em direção ao que é mais adequado ao cérebro humano. Para os autores[21], a mudança na linguagem (ao menos nesse aspecto mais abstrato, como é o caso da concordância) é muito rápida para os genes acompanharem, eliminando assim a necessidade de um ancoramento de tais mudanças à seleção natural. Entretanto, o aspecto biológico não é irrelevante, já que quem norteou a criação e transmissão da linguagem foram os aparatos cognitivos e neurais de humanos do passado.

Outros pesquisadores[22] apresentam a linguagem como um sistema auto-organizado, termo que neste contexto refere-se às interações entre o comportamento dos indivíduos (nível microscópico) e as convenções coletivas (nível macroscópico) que geram a linguagem (ordem) de forma espontânea, note que aqui a dimensão sociocultural aparece novamente em destaque. Ao emergirem, sistemas auto-organizados se sustentam e se retroalimentam sem forças de controle externas ao sistema, nem mesmo de apenas um dos constituintes dele. Essa proposição, por um lado, afasta a interferência das dimensões genéticas e biológicas na linguagem e por outro explica seu rápido desenvolvimento, ainda que utilizando aparatos cognitivos simples.

No caso da linguagem, os fatores considerados na auto-organização podem ser os falantes da língua e os diferentes sons e palavras. Por um lado os indivíduos têm que conseguir compreender o que se passa na população, por outro a população deve dar vazão à novas emergências, como uma palavra nova para um novo objeto, inicialmente consentida por diferentes indivíduos. Na perspectiva de uma população, esses níveis seriam respectivamente os usuários da linguagem, e a totalidade da comunidade linguística.  Na perspectiva de um indivíduo, o nível microscópico pode ser considerado itens como as palavras e seus sons, e o nível macroscópico pode ser considerado a língua completa[22].

A partir desse último ponto de vista, e se referindo ao nível dos sons, há os que estão mais próximos do espaço articulatório e acústico, os que estão mais longe. No nível macroscópico, ou seja, de todo sistema de som, a consequência disso é que haverá preferência no uso de determinados sons, seja por serem mais eficazes na comunicação, seja por serem mais fáceis de aprender. Ou seja, há uma pressão sobre os sons da fala individual em direção à sua distinção acústica e à facilidade articulatória. Dessa forma, os sistemas de sílabas tornam-se o meio do caminho entre essas duas características. Além disso, a facilidade de aprendizado também exerce pressão sobre eles [22].

A linguagem e significados: humanos versus animais[editar | editar código-fonte]

Considerando que as pesquisas evolutivas assumem constância entre macacos e humanos, é mostrado que precursores de significado conceitual e significado pragmático estão presente em ambos; é necessário algo além da habilidade de compreender significados para a desenvoltura da linguagem; e uma vez que a linguagem é desenvolvida, surgem habilidades para criar-se novos significados.

Dentro do chamado significado conceitual pode haver outras formas de obter significados que não seja por meio da expressão linguística. A linguagem humana assumindo uma relação entre palavras e objetos, trabalha com a expressão “conceito”, mas levando em conta que isso só pode ser designado para seres apropriados de uma linguagem, quando falamos sobre animais, falamos “proto conceito”[23]

Para os animais, as coisas do mundo são divididas em diferentes categorias e comportamentos associados a elas; essas coisas representam elas mesmas. As palavras são dadas a partir da convenção a categorias mentais fundamentadas na percepção e ação. Então dentro disso, os animais têm proto conceitos semelhantes que os ajudam na formação de palavras e seus significados.

Mas, diferentemente dos animais, os humanos têm referência deslocada, que é a capacidade de se referir a coisas que estão ausentes. O pensamento que há antes da evocação de alguma palavra ou sentença não é limitado ao aqui e agora, ou seja, o pensamento precede a comunicação referencial[23]. Isso acaba se tornando um pré-requisito para a formulação de símbolos na linguagem humana. Mesmo sendo uma capacidade exclusiva dos seres humanos, há evidências que mostram alguns animais pensando em coisas não presentes[24]. Apenas por volta dos 18 meses uma criança emerge-se na criança a permanência de objeto, mas anteriormente a isso, assim como os animais, quando um objeto sai do seu campo de visão o objeto deixa de existir.

É fato que humanos conseguem se recordar de objetos por mais tempo que qualquer outro animal. Isso está atrelada a chamada memória episódica, tipo de memória que está vinculada a capacidade de lembrar acontecimentos específicos e experiências pessoas denominada memória autobiográfica[25]. É sugerido que esse tipo de memória seja exclusivo de seres humanos, mas há estudos que mostram que os pássaros Aphelocoma Californica, podem ser dotados de alguma maneira por esse tipo de memória pois lembram onde armazenaram alimentos não perecíveis, que são visitados em maior período de tempo[26][27][28]. Mas nesse caso, há um fator que estimulou a memória episódica: a alimentação, coisa que não é necessária nos seres humanos.

Tanto humanos quanto animais conseguem se recordar de coisas mais abrangentes e gerais, como por exemplo, onde fica algum poço de água doce ou quais frutas são as melhores para consumir. Esse tipo de memória é nomeado de memória semântica e está relacionada às informações armazenadas que diz respeito a fatos, palavras, símbolos e seus significados, é aqui também que estão dados acadêmicas como fórmulas químicas, quem descobriu o Brasil e regras gramaticais[29].

Considerando que as informações mais importantes para a sobrevivência estão armazenadas duradouramente, não há necessidades de maiores comunicações entre os membros de uma espécie, mas se algum indivíduo se recorda de um evento que somente ele vivenciou, por uma motivação altruísta ele tem informações úteis para compartilhar com seus semelhantes. A comunicação linguística humana se trata em sua maioria das vezes em compartilhamento de informações sobre eventos[30][31]. Então a evolução da memória episódica, onde lembramos eventos específicos e os compartilhamos com quem não conhece, pode ter sido um fator na evolução da capacidade de linguagem referencial.

A memória pode ser concebida como uma relação com uma memória retrospectiva e prospectiva[32]. Ainda que os humanos tenham vantagem no armazenamento por um longo período de tempo, há registros de peixes como o salmão que recordam-se do caminho de volta para seu rio de origem a partir do odor do local[33]. Há exemplos de cães que também conseguem retornar para casa com base em um conhecimento detalhado da topografia semelhante a um mapa do território da casa em questão. Com isso, é possível visualizar que, mesmo que de forma mais precária que os humanos, os animais conseguem extrapolar seu pensamento e compreender conceitos para além do “aqui e agora”.

Esses protoconceitos[34] são a base na qual a evolução da capacidade semântica humana foi instituída. Humanos conseguem aprender a atribuir nomeação geral a partir de conceitos particulares. É por isso que nos diferenciamos dos animais. Mesmo que compreender o significado de uma palavra não seja a mesma coisa que conhecer seu uso gramatical ou gestação. Nenhum outro animal, além do humano, é capaz de relacionar sinais arbitrários a algum conceito específico. Mas há experimentos que conseguem provar que alguns animais são capazes de fazer cálculos que envolvem inferência transitiva. Mesmo que isso não seja acompanhado de um raciocínio verbal.

Os humanos são capazes de ter consciência dos próprios processos e pensamentos. Há evidências que mostram que alguns tipos de animais tem uma espécie de “metacognição”, que, mesmo sendo mais limitada que a do ser humano, consegue lhe atribuir pensamentos de incertezas, por exemplo[35][36]. Por mais que existam inúmeras semelhanças, é possível pontuar que somente os humanos são capacitados de proposições genuínas. Mas há argumentações que discutem sobre essa capacidade nos animais. Pode haver pensamentos não humanos que essencialmente é proposicional por natureza, mesmo com a ausência da linguagem.  

Quando falamos sobre o significado pragmático, a comunicação é triádica, envolve um emissor, um receptor e a informação que vai ser transferida[37]. A comunicação entre animais se dá de maneira simples assim, um falante e um ouvinte, e isso pode acontecer por meio de sinais sistematicamente interpretados. Então mesmo na ausência de linguagem, essa comunicação se assemelha à do homem, que é falada. Isso pois o significado pragmático das coisas existe dentro das espécies não humanas[38].

Mas distintamente dos animais, as expressões linguísticas humanas combinam a fala com conteúdo descritivo. Conversamos sobre situações, fazemos perguntas sobre o mundo, evocamos alguém, emitimos comandos e enfim; isso se dá pela relação convencional que fazemos entre palavras e mundo. Afinal, há uma relação convencional entre as palavras e o mundo.

A maneira mais básica em que as palavras são usadas para se referir às coisas é pela referência dêitica. “Deixis” significa apontar. Cada idioma tem um pequeno conjunto de palavras indicadoras, com pouco ou nenhum conteúdo descritivo além do que pode ser encontrado na situação imediata de enunciação. Por exemplo, palavras como “isto” ou “aquilo” pode ser substituído pelo gesto de apontar, e ainda por vezes os humanos apontam para algum objeto apenas para chamar atenção. O gesto de apontar não é comum nos animais. Tirando em experimentos controláveis, dentro de cativeiros onde foi ensinado e aprendido[39], não há nenhum registro que os animais apontem para um objeto querendo chamar a atenção de um terceiro elemento[37].  

Os gestos dêiticos são ocasionalmente combinados com sinais convencionalmente descritivos. Os ouvintes podem compreender pragmaticamente o significando apenas com base no contexto. E as faculdades mentais que envolvem essa atividade envolve a leitura e manipulação mental, coisas observadas em animais também[37].

Mas essa evolução que há no campo da linguística humana não abrange os animais. Há uma proposta de argumentação que sugere a “intencionalidade compartilhada”. Essa tese argumenta que somente os humanos estão dispostos a contribuir para que um outro semelhante alcance algum objetivo que não seja o seu próprio[40].

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  1. The Oxford Handbook of Language Evolution (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. 17 de novembro de 2011 
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