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Usuário(a):Pedro med/Testes/texto 3

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fonte: Nehmy, Rosa Maria Quadros, & Paim, Isis. (1998). A desconstrução do conceito de "qualidade da informação". Ciência da Informação, 27(1).

Com o surgimento das novas formas de comunicação, através da internet, tem se questionado a qualidade da informação colocado nas redes, e esse é tema central do texto, a qualidade da informação, a problematização do conceito, uma vez que o termo "qualidade" acaba sendo usado como julgamento de valor, este termo, "valor", é algo muito vago, pois existem vários tipos de valores, como por exemplo a filosófica e a econômica, no entanto apesar do termo "valor", possuir muitas significações, ele é utilizado como um termo similar à palavra "qualidade".

No texto é citado uma coletânea de artigos do Seminário NORDIFO, no qual, autores como Wormell, Ginman entre outros, presentes neste mesmo seminário, é expresso o quão subjetivo é o significado do termo "qualidade", uma vez que, as avaliações de uma informação para determinar sua "qualidade", vem sido avaliado com um caráter subjetivo, tornando o significado da palavra "qualidade" muito vaga e imperfeita. Essa vagueza do termo "qualidade da informação" é considera um "obstáculo epistemológico ao conhecimento", por não permitirem o desenvolvimento do conhecimento.

Durante o texto, é apresentado a definição da "qualidade da informação" segundo Marchand. Para Marchand existe cinco propostas teóricas de tratamento da qualidade da informação, na qual essas cinco categorias podem se agrupar em torno de duas linhas de pensamentos dominantes, que são as abordagens baseadas no "usuário" e no "produto". As outras três abordagens, "transcendente", "baseada na produção" e "qualidade enquanto atributo de valor", são abordagens que podem se agrupar com as duas abordagens principais.

A abordagem "transcendente" para Marchand, é uma categoria que ele mesmo questiona, uma vez que, apesar de Marchand o considerar uma abordagem na qual "tende perceber o valor da informação como absoluta e universalmente reconhecido"(Marchand, 1990), na qual a qualidade é "sinônimo de excelência, é extratemporal e permanente, com características que se mantêm apesar da mudança de gostos e estilos", ao utilizar a obra A República de Platão, Marchand diz que essa obra só posssui validade para os ocidentais, mostrando que as características como a universalidade, a excelência são subjetivas, pois e relativo ao usuário.

Para Marchand, a abordagem "baseada no produto" é uma abordagem que vê a qualidade da informação como termos precisos e passíveis identificação, mensurados e quantificados, nesse raciocínio, a informação é utilizado como "atributo de objetos", como documentos, dados, textos.

Já a abordagem "baseada no usuário" é uma abordagem na qual "entram em jogo no julgamento da excelência as particularidades individuais. Assim, os tipos e fontes de informação que mais satisfazem o usuário seriam as consideradas de melhor qualidade. Autores como Wagner(1990,p.70) expressam uma teoria na qual uma informação só teria qualidade dependendo do usuário e do contexto em que aquele usuário avista esta informação, dando um caráter subjetivo.

A quarta abordagem, "baseada na produção", para Marchand, a informação para ser de qualidade, é necessário que a informação se adeque a "padrões estabelecidos de necessidade de informação do consumidor", onde desvios, ou ainda o não cumprimento de algumas desses padrões acarreta na diminuição da qualidade da informação.

A quinta e última abordagem, a de "qualidade como um atributo de valor", para Marchand é uma abordagem limitada, pois a sua aplicação torna-se difícil, uma vez que qualidade e valor, possuem conceitos que apesar de correlacionados, possuem uma natureza distinta. Apesar disso o autor não diferencia o significado dos termos "qualidade" e "valor".

Na maioria das vezes ocorre uma correlação, ou até mesmo uma sobreposição das palavras qualidade e valor, com essa dificuldade em diferenciar qualidade e valor, Schwuchow (1990), propõe o uso da palavra "eficácia", onde ele afirma que a qualidade de um sistema de informação não pode ser avaliada de forma objetiva, mas dependente do usuário e do contexto em que este usuário se encontra ao ter acesso a informação. Outras vertentes como como a dos editores e bibliotecários, sobre a forma de avaliação, no final todas essas vertentes que tentam explicar o conceito de qualidade da infirmação, acabam caindo no mesmo problema, uma vez que o que torna uma informação de qualidade/valor, com relevância vai depender do usuário e do contexto em que o usuário estiver utilizando essa informação.

Noções como qualidade, eficácia, relevância possuem um carga valorativa, que não se consegue dar conta da complexidade dos fenômenos que se pretende estudar, em suma, a informação muitas vezes é taxado como um fenômeno muito positivo, que parece que se tenta esquecer o lado negativo da informação, existe uma maior preocupação em mostrar o lado positivo da informação que faz com que a preocupação em evitar a disseminação de informações falsas, mentiras, propaganda enganosa entre outras seja deixada em segundo plano.