Usuário(a):Rafique Anusse

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1.1 Introdução a Pedogeografia de Rafique Anusse[editar | editar código-fonte]

Geografia de solos, também chamada Pedogeografia, estuda a distribuição de solos, as associações características dos solos com a vegetação, drenagem, relevo, rochas, clima e o significado dos solos na economia e cultura de uma região. A pedologia (ciência do solo) surgiu no século passado e os geógrafos contribuíram muito para o seu desenvolvimento.  

A real natureza do solo como uma entidade isolada, separada do material rochoso subjacente, do qual é originário, foi descoberta por um geólogo russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. Uma classificação apropriada dos solos, baseada em suas características inerentes, ao invés de no material geológico do qual são formados, foi criada em 1927 pelo geógrafo americano C. F. Marbut.  

Na relação do ambiente com o homem, o solo é de fundamental importância. A agricultura ainda emprega os esforços de aproximadamente dois terços da população mundial, e a maior parte das matérias primas para a indústria é proveniente do solo. Muitos problemas de uso da terra tais como erosão, desertificação e plantações improdutivas requerem, para serem solucionados, um estudo completo das características e origens do solo.  

Para alguns geógrafos, os solos são a expressão de todos os outros factores do ambiente e como tal eles constituem indícios da região natural. Para "ler" estes indícios, no entanto, o geógrafo deve entender todos os vários factores — geológicos, biológicos, físicos e químicos — que originam os solos, bem como as forças naturais e humanas que os modificam.

Solo, cobertura exterior da maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica.

1.2 Histórico da Ciência do Solo

O conceito mais popular de solo vem a ser a capa mais superficial do globo terrestre. Para uns, solo é tido como a superfície inconsolidada que recobre as rochas e mantém a vida animal e vegetal na terra.

Dependendo do seu uso, pode ser visto sob diversos aspectos como: Para o geólogo, engenheiro de minas, engenheiro civil, o solo constitui verdadeiro estorvo, visto o seu interesse pelo subsolo onde são encontrados as riquezas minerais. Para a engenharia civil é visto também sob o aspecto de resistência e estabilidade das construções, aspecto que deu origem a mecânica de solos.

Para o Engenheiro Agrónomo o solo como a camada superficial da litosfera constituindo o meio natural para o crescimento das plantas.

O solo tem sido estudado e interpretado de diferentes maneiras a medida que os conhecimentos do homem evoluem.

O cultivo de plantas começou quando o homem foi se transformando de nómada em sedentário tendo isso ocorrido nos primórdios da humanidade.

Foram descobertos escritos de 2500 a.C. onde se menciona a fertilidade da terra.

Também Heródoto 2000 a.C. e Teofrasto 3000 a.C. deixaram registros sobre fertilidade do solo. Entre os romanos vários deixaram escritos sobre o tema sendo condensado por Petrus Crescentuis, em 1240, em um livro intitulado "De Agriculture Vulgare". Durante a idade média, um dos períodos mais obscuros da ciência, pouco ou nenhum conhecimento foi acrescentado sobre esse assunto.

No século XVIII apareceu a teoria fisiológica de Mitscherlich dizendo que o solo era um mero reservatório passivo de nutriente as plantas, considerando o solo como um objecto estático, só como sustentáculo das raízes.

No início do século XIX esse conceito foi rejeitado com o aparecimento da teoria Húmica de A. Von Thaer que dizia serem apenas as substâncias orgânicas responsáveis pela fertilidade do solo. Com o surgimento da teoria mineral de Justus Von Liebig, em 1840, a anterior foi abandonada embora hoje se saiba que ela é em parte verdadeira. Liebig determinou que eram as substâncias minerais do solo, os alimentos das plantas que entravam no metabolismo vegetal. Logo em seguida Humphreey Davy apoiou a teoria de Liebig reconhecendo a importância da rocha matriz para a fertilidade do solo. Só não soube explicar porque a mesma rocha determinava mais de um tipo de solo.

Com Carl Sprengel de 1830-1840 apareceram os conceitos de que o solo é função da influência do clima e dos seres vivos.  

Vasilí V. Dokuchaev, em 1887, após observações de solos na Rússia nas diversas latitudes estabeleceu relação entre o clima e a génese e evolução do solo. Sua única falha foi dar valor excessivo ao factor clima em detrimentos dos demais factores. Estabeleceu a primeira classificação de solo denominada de classificação climática.

Mais tarde, Nikolai M. Sibirtizev, discípulo de Dokuchaev, modificou a classificação climática propondo a classificação dos solos em três zonas climáticas: solos zonais, intrazonais e azonais.

Glinka, em 1927, estabeleceu o estudo do solo a partir do conhecimento do perfil. Em 1917, Wiegner definiu o solo como um sistema disperso obedecendo as leis químicas de dispersão passando o solo assim a ser um corpo activo e não mais estático. Marbut estabeleceu em três metros a profundidade do perfil de um solo, o que determinou contestação por ser a profundidade variável em diferentes solos.  

G. Milne, em 1935, efectuando pesquisas nas colónias inglesas mostrou existir agentes erosivos que atacaram a rocha produzindo depósitos de materiais estabelecendo também a importância do relevo na formação do solo.

Em 1945, Jenny sintetizou em um livro todos os conhecimentos que se tinha do solo até aquela data tornando-se um livro obrigatório de consulta para quem pretende estudar o solo.

Edafologia é o estudo do solo do ponte de vista de sua utilização pelas plantas. Resumindo, estuda a relação solo-planta. Pedologia é a ciência que estuda o solo.

1.3 Conceitos importantes 

Solo

Conjunto de materiais minerais, orgânicos, água e ar, não-consolidados, normalmente localizado à superfície da terra, com actividade biológica e capacidade para suportar a vida das plantas.

Solo tem o seu limite superior na atmosfera ou, quando submerso, numa camada de água pouco profunda. Nos limites laterais transita gradualmente para águas profundas ou áreas estéreis constituídas por rocha ou gelo. O seu limite inferior é, talvez, o mais difícil de definir. O solo inclui os materiais próximos da superfície que diferem do material rochoso subjacente como resultado da interacção, ao longo do tempo, do clima, dos organismos vivos, do material originário e do relevo. Normalmente, a sua variação é gradual até ao limite inferior com o material originário, onde cessa a actividade biológica, e coincide com a profundidade de enraizamento das plantas perenes nativas.

Pedologia, do grego pedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo dos solos no seu ambiente natural. É um dos dois ramos da ciência do solo, sendo o outro a edafologia. A pedologia estuda a pedogénese, a morfologia dos solos e a classificação de solos.

1 Definição do solo

Pode definir-se solo como uma formação móvel situada na superfície da crosta terrestre, na qual se desenvolvem as plantas. O solo tem, em relação à planta, um duplo papel:

- Serve-lhe de suporte(é o seu abstracto), devendo apresentar um estrutura física conveniente, que permita a penetração das raízes, a circulação do ar e a das soluções nutritivas;

- Fornece-lhe as substâncias químicas necessárias à sua alimentação. 

2.2 Composição volumétrica do solo

Se observarmos um determinado volume de solo, verificaremos que o mesmo é constituído de partículas sólidas, em íntimo contacto entre si, e de espaços entre estas partículas. Estes espaços, denominados poros ou vazios, permitem a constatação de que o solo é um corpo poroso constituído de material sólido e de poros com dimensões variadas.

Um solo agrícola ideal, na sua camada arável, deve ser constituído de 50% de material sólido e 50% de poros. O material sólido deve ser constituído de 45% de material mineral e 5% de matéria orgânica, e os poros devem ser constituídos de 25% para armazenamento de água e 25% para aeração.

Nos diferentes solos a distribuição dos sólidos e poros varia; da mesma forma esta distribuição também varia em um mesmo solo, em função da profundidade, práticas agrícolas, processos de formação, etc.

2.3 Componentes sólidos

Os componentes sólidos do solo são representados pela Matéria Mineral e pela Matéria Orgânica.

  • Matéria Mineral

A matéria mineral do solo é representada pelos minerais constituintes do material de origem do solo, e pelos minerais formados como resultado do seu intemperismo. Tais minerais possuem dimensões variadas, sendo classificados em função desse tamanho. Os minerais que constituíam o material de origem e que passam para o solo sem sofrer alterações são denominados minerais primários, enquanto que os minerais neoformados, produtos do intemperismo, são denominados minerais secundários.

Dentre os minerais secundários destacam-se os minerais de argila, os quais, por apresentarem cargas eléctricas na superfície, assumem uma importância muito grande no que se refere ao armazenamento de cátions e ânions nutrientes das plantas. Estes minerais não estão dispostos no solo uns sobre os outros, mas encontram-se agregados por agentes cimentantes, gerando, desta forma, um volume bastante grande de poros.

  • Matéria Orgânica

A matéria orgânica é representada pelos restos animais (excrementos e carcaças) e restos vegetais (folhas, galhos, raízes mortas e restos de cultura) em todos seus estágios de decomposição, sendo que os restos vegetais tem um significado muito maior como fonte de matéria orgânica para o solo. A matéria orgânica encontra-se principalmente na camada superficial do solo, e seu teor pode sofrer um acréscimo em função da adição feita pelo homem. A matéria orgânica decompõe-se até constituir o húmus, que é a matéria orgânica na forma coloidal, com características benéficas e atribui ao solo uma coloração mais escura.

No clima tropical, como é o nosso caso, a matéria orgânica decompõe-se rapidamente, porém, de uma maneira geral, seu teor não sofre muita alteração, uma vez que , enquanto ela sofre decomposição, mais matéria orgânica é adicionada ao solo. Em solos agrícolas o teor de matéria orgânica varia de 2 a 3% em peso, porém quando os valores são muito altos ( acima de 30% ),o solo é considerado solo orgânico. A matéria orgânica coloidal (húmus) possui propriedades físicas e químicas próprias, e propiciam ao solo uma melhoria em suas propriedades físicas (estruturação, porosidade, retenção de água, etc.) e químicas  (aumenta a retenção de nutrientes, fornece nutrientes ao solo, etc.).

2.4    Componente líquido

O componente líquido do solo vem a ser a água do solo, porém na realidade trata-se de uma solução, uma vez que a água contém minerais (cátions e ânions) dissolvidos, e essa água e esses minerais serão absorvidos pelas plantas. A água do solo fica retida nos microporos e é drenada para as camadas mais profundas do solo, pela acção da gravidade, quando está nos macroporos, os quais são responsáveis pela aeração do solo. A água do solo esta retida a tensões variáveis, porém, quando os valores de tensão são muito elevados, mesmo existindo água no solo a mesma não pode ser absorvida pelas plantas, que murcham, às vezes de maneira irreversível.

2.5 Componente gasoso

O componente gasoso vem a ser o ar do solo, que possui a mesma composição qualitativa do ar atmosférico (possui os mesmos componentes), porém difere quantitativamente, possuindo teores mais elevados de dióxido de carbono ( CO2 ) e teores mais baixos de oxigénio (O2 ), visto que os organismos do solo respiram, consumindo oxigénio e liberando dióxido de carbono. Processos naturais, como variações na pressão barométrica e de temperatura, chuvas, etc., promovem a renovação do ar do solo, propiciando sempre um bom suprimento de oxigénio para as raízes das plantas.  

2.6 Composição das partículas

Pode parecer à primeira vista que a composição das partículas de um solo é uma característica muito importante deste. No entanto, não existem correlações práticas entre a composição das partículas de um solo e os seus comportamentos. O que é importante é que ajuda na interpretação e a compreensão desse comportamento.

A natureza e arranjo dos átomos em uma partícula de solo, isto é, a sua composição química, influencia de forma significativa na permeabilidade, compressibilidade, resistência ao cisalhamento e na propagação de tensões nos solos, especialmente aqueles de natureza mais fina.

Existem, com efeito, certos minerais que conferem propriedades especiais. Já se referiu anteriormente que a montmorilonita dá grande expansibilidade ao solo. Também a haloisita, com as suas formas alongadas, dá origem a solos com pesos específicos muito baixos. Estas e muitas outras razões que serão referidas mais tarde justificam que a base indispensável na compreensão dos fundamentos do comportamento das argilas e em particular como evolui no tempo, é afectado pela pressão e “ambiente”. Apresentar-se-ão alguns elementos de mineralogia das argilas e descrever-se-ão alguns minerais de interesse para o engenheiro civil.

As partículas de solo podem ser orgânicas ou inorgânicas. As partículas inorgânicas são minerais. Um mineral é um elemento ou um composto químico natural (tem composição química que pode ser expressa por uma fórmula) formado por processos naturais. Os minerais classificam-se de acordo com a natureza e arranjo dos seus átomos. Os mais importantes são os silicatos, pois que mais de 90% do peso dos solos existentes na terra são minerais de silicatos.

Referências Bibliográficas LUTGENS, F.K. e E.J. TARBUCK, The Atmosphere: an introduction to Metorology. Prentice Hall, 1989. MORAN, J.M. e M.D. MORGANN, Meteorology: atmosphere and the science of weather. MacMillan, 1989.

  1. Anusse, Rafique; ANUSSE (2015). Pedogeografia. [S.l.: s.n.] ISBN II Ed. Verifique |isbn= (ajuda)