Usuário(a):Zordaz/Testes

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O processo de impeachment de Dilma Rousseff consistiu em uma questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato de Dilma Rousseff como a Presidente da República do Brasil. A crise política que culminou nesse processo começou com a carência de governabilidade no começo do segundo mandato da presidente Dilma. Seus opositores na eleição de 2014 não tomaram uma posição moderada, conforme o costume no Brasil. Ao contrário, o PSDB entrou imediatamente com um recurso judicial, pedindo a recontagem dos votos, e com outras ações na Justiça Eleitoral, pedindo a cassação da chapa vencedora. [1] Havia também um descontentamento dentro da base parlamentar governista, que se formou gradativamente ao longo dos quatro anos do primeiro mandato, devido ao tratamento dado pela presidente aos parlamentares aliados, numa relação com o Congresso muito diferente daquela do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um desses parlamentares era Eduardo Cunha, eleito Presidente da Câmara, que foi se tornando cada vez mais hostil ao governo. [1]

O povo também não tinha uma boa relação com o governo Dilma. Grandes manifestações em todo o país, em março e abril de 2015, começavam a revelar enorme descontentamento de uma parcela relevante da população com Dilma. Esses protestos eram a continuidade daqueles que haviam ocorrido em junho de 2013, inicialmente contra o aumento das tarifas de ônibus nas grandes capitais. Nesse momento, a economia brasileira entrava em uma das recessões mais profundas da história do país, com forte desequilíbrio fiscal, inflação elevada e desemprego cada vez maior. A solução encontrada pelo então Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi adotar um ajuste fiscal, que contrariava o discurso da campanha eleitoral que havia elegido Dilma. [1] A deterioração da economia levou a presidente a quedas recordes de popularidade e, pela primeira vez, se ouviu a palavra "impeachment". Dilma recorreu ao Vice-Presidente Michel Temer como coordenador político do governo, mas logo este começou a falar da necessidade de uma unificação nacional, insinuando que isso só poderia acontecer se ele fosse o novo presidente. A essa situação política e econômica grave, somou-se a Operação Lava Jato, que desvendou um imenso esquema de corrupção, envolvendo vários políticos e empresas e atingindo o PT acima de tudo. As delações premiadas levaram Cunha a ser objeto de investigação policial e de processo judicial.

Então, em 2 de dezembro de 2015, O processo iniciou-se com a aceitação, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, de denúncia por crime de responsabilidade oferecida pelo Procurador de Justiça aposentado Hélio Bicudo e pelos advogados Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal. As acusações versavam sobre desrespeito à lei orçamentária e à lei de improbidade administrativa por parte da presidente, além de lançarem suspeitas de envolvimento da mesma em atos de corrupção na Petrobras, que eram objeto de investigação pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato. Havia, no entanto, juristas que contestavam a denúncia dos três advogados, afirmando que as chamadas "pedaladas fiscais" não caracterizavam improbidade administrativa e que não existia qualquer prova de envolvimento da presidente em crime doloso que pudesse justificar o impeachment. A resposta de Dilma foi acusar O Congresso de uma tentativa de golpe de Estado, alegando que não havia evidência de crime de responsabilidade. Os defensores do impedimento sustentaram que as pedaladas haviam levado à desorganização das contas públicas, que, por sua vez, levaram o país à inflação e ao desemprego. A partir da aceitação do pedido, formou-se uma comissão especial na Câmara dos Deputados, a fim de decidir sobre a sua admissibilidade. O roteiro começou com os depoimentos dos autores do pedido e teve seguimento com a apresentação da defesa de Dilma. Enquanto isso, manifestações de rua contra e a favor do impedimento ocorriam periodicamente em todo o país.

O relatório da comissão foi favorável ao impedimento da presidente Dilma: 38 deputados aprovaram o relatório e 27 se manifestaram contrários.

  1. a b c Alexandre Caverni e Eduardo Simões (17 de abril de 2016). «Brasil chega dividido à votação do impeachment de Dilma neste domingo». Prtal Terra. Consultado em 17 de abril de 2016.  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)