Vestiaritas
Vestiaritas | |
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País | Império Bizantino |
Unidade | guarda imperial |
Criação | século XI |
Extinção | século XIII |
Comando | |
Comandante | primicério |
Vestiaritas (em grego: βεστιαρῖται; romaniz.: Vestiaritai; singular: βεστιαρίτης) era um regimento de guarda-costas e oficiais fiscais do Império Bizantino que existiu entre os séculos XI e XV.
História e funções
[editar | editar código-fonte]Os Vestiaritas apareceram nas fontes em meados do século XI, com o primeiro vestiarita conhecido, João Iberitzes, atestado em 1049.[1] Como o nome indica, eles tinham uma conexão com o guarda-roupa e o tesouro imperiais, o vestiário, provavelmente inicialmente apontados como seus guardas. A partir de 1080, eles foram formalmente divididos em dois grupos: os Vestiaritas "internos" ou "domésticos" (esō ou oikeioi vestiaritai), ligados ao tesouro pessoal do imperador bizantino (esō/oikeiakon vestiarion), sob um grande primicério; e os "externos" (exō vestiaritai), sob um primicério, que estava provavelmente ligado ao tesouro público ou estatal (basilikon vestiarion).[2] Gradualmente substituíram diversos outros grupos de guarda-costas armados que os imperadores se utilizavam quando estavam em Constantinopla, como os manglabitas ou os pantéotas (pantheōtai), e se tornaram um grupo exclusivo de agentes confidenciais do imperador.[3] Como escreveu a princesa e historiadora Ana Comnena, eles eram os cortesões que ficavam mais "próximos" do imperador.[1] Com a crise militar da década de 1070, eles se transformaram também num regimento de guarda regular do palácio, servindo juntamente com a guarda varangiana no exército bizantino do período dos comnenos[4][5]
Os Vestiaritas aparecem nas fontes até 1387 e provavelmente continuaram a existir depois disso. Nos séculos XIII e XIV, porém, o papel que eles desempenhavam era puramente fiscal: eles eram responsáveis por alistar soldados e carroças nas províncias, sob o controle do doméstico dos temas do oriente.[1][6] O principal Vestiaritas era chamado de protovestiarita (em grego: πρωτοβεστιαρίτης) nos séculos XIII e XIV (que não deve ser confundido com o mais antigo e mais importante cargo de protovestiário). Ele é atestado até pelo menos 1451, quando estava na função Jorge Frantzes[7][8] No "Livro dos Cargos", de meados do século XIV, de Pseudo-Codino, o título está na décima-nona ordem de precedência, após o paracemomeno do quarto imperial.[9] De acordo com a mesma obra, suas insígnias eram: um cajado de madeira (dicanício) com botões em ouro e ouro vermelho, um chapéu do tipo esciádio com bordados do tipo clápoto, outro tipo de chapéu chamado escarânico, de seda branca e dourada, com bordados em fio-de-ouro e imagens do imperador na frente e atrás e, finalmente, um robe de seda indicativo do cargo, chamado cabádio.[10]
Referências
- ↑ a b c Kazhdan 1991, p. 2163.
- ↑ Oikonomides 1976, p. 130.
- ↑ Oikonomides 1976, p. 129.
- ↑ Bartusis 1997, p. 271.
- ↑ Oikonomides 1976, p. 129–130.
- ↑ Guilland 1967, Tome I, p. 589.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 1750; 2163.
- ↑ Guilland 1967, Tome II, p. 203–209.
- ↑ Verpeaux 1966, p. 137.
- ↑ Verpeaux 1966, p. 157.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Vestiaritai», especificamente desta versão.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bartusis, Mark C. (1997). The Late Byzantine Army: Arms and Society 1204–1453. Philadelphia: University of Pennsylvania Press. ISBN 0-8122-1620-2
- Guilland, Rodolphe (1967). Recherches sur les Institutions Byzantines, Tomes I and II. Berlim: Akademie-Verlag
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Oikonomides, Nikolaos (1976). Travaux et Mémoires 6. Paris: E. de Boccard
- Verpeaux, Jean (1966). Pseudo-Kodinos, Traité des Offices. Paris: Éditions du Centre National de la Recherche Scientifique