Cifra de transposição

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Na criptografia clássica, uma cifra de transposição procede à mudança de cada letra (ou outro qualquer símbolo) no texto a cifrar para outro (sendo a decifração efectuada simplesmente invertendo o processo). Ou seja, a ordem dos caracteres é mudada. Matematicamente trata-se da aplicação de uma função bijectiva para cifrar e da respectiva função inversa para decifrar.

De seguida encontram-se alguns exemplos.

Cifra das colunas[editar | editar código-fonte]

Na cifra das colunas, o texto a cifrar é escrito por colunas, com passagem para a coluna seguinte sempre que se atingir o número máximo de linhas. A mensagem é então escrita ou transmitida por linhas. Por exemplo, se houver 3 "linhas" a mensagem FUJAM TODOS. FOMOS DESCOBERTOS é escrita numa grelha como:

F A O S M D C E O P
U M D F O E O R S D
J T O O S S B T X Q

As letras no final servem para confundir o criptanalista ou obter um número já fixado de caracteres na mensagem. Esta fica assim:

FAOSM DCEOP UMDFO EORSD JTOOS SBTXQ

Trata-se de uma cifra muito fraca (é extremamente fácil de decifrar), mesmo quando se altera a ordem (por exemplo, colocando a mensagem seguindo uma espiral definida na grelha.

Transposição de colunas[editar | editar código-fonte]

A transposição de colunas comum consiste na escrita de uma chave como cabeçalho da grelha, seguida da mensagem escrita por linhas - sendo a última eventualmente completa por caracteres sem significado.

Depois, a mensagem é escrita (ou transmitida) por colunas, por ordem alfabética das letras no cabeçalho. Por exemplo, se a chave for ZEBRAS, e a mensagem for VAMOS EMBORA, FOMOS DESCOBERTOS, começa-se por obter a grelha:

Z E B R A S
V A M O S E
M B O R A F
O M O S D E
S C O B E R
T O S J E U

Ler-se-ia como:

SADEE MOOOS ABMCO ORSBJ EFERU VMOST

ou seja, a coluna A, depois B, E, R, S e por último Z (ordem alfabética das letras da chave ZEBRAS)

Para a decifrar, o destinatário tem apenas de dividir o comprimento da mensagem (30) pelo da chave (6), e ler as colunas pela ordem das letras da chave

Transposição interrompida[editar | editar código-fonte]

Numa transposição interrompida, certas posições na grelha são deixadas em branco, e não usadas quando se coloca na grelha o texto a cifrar. Isto provoca a utilização de padrões irregulares e torna o trabalho de criptanálise mais difícil.

Detecção e criptanálise[editar | editar código-fonte]

Como a transposição não afecta a frequência das letras ou símbolos individuais, uma transposição simples pode ser facilmente detectada pelo criptanalista efectuando uma análise de frequência dos símbolos. Se o texto exibe uma distribuição de frequência muito similar à da língua em que se supõe ter sido escrito, é provavelmente uma transposição, que pode ser "atacada" por prospecção de anagramas.

Combinações[editar | editar código-fonte]

A transposição é frequentemente combinada com outras técnicas; por exemplo, uma simples cifra de substituição combinada com uma transposição evita as fraquezas que ambas apresentam. A cifra ADFGVX é um exemplo deste tipo de combinação.