Habilitação e reabilitação auditiva: diferenças entre revisões
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Revisão das 14h06min de 25 de setembro de 2018
Histórico
A reabilitação audiológica é uma área recente no campo da audiologia. A Audiologia nasceu de colaboração interdisciplinar. Houve a prevalência de perda auditiva observada nas população após a II Guerra Mundial inspirou a criação do campo, como é conhecido hoje. O primeiro curso oferecido em uma universidade nos Estados Unidos para audiologistas, em 1946.[1]
Na década de 60, deu-se início ao ensino da Fonoaudiologia no Brasil englobando áreas da audição e linguagem, e nos anos 70, tiveram início os movimentos pelo reconhecimento dos cursos e da profissão.
A audiologia educacional, um dos campos da fonoaudiologia, foi descrito no Brasil de forma resumida em 2007 por Bevilacqua e colaboradoras. Os audiologistas realizam avaliações diagnósticas dos distúrbios auditivos e vestibulares, selecionam e ajustam as próteses auditivas.
Conceito
A abordagem aurioral é uma intervenção que tem como proposta priorizar a alterção primária: a audição. De forma que haja auxílio para que a criança possa usar sua audiçãoo residual e aprender a ouvir e falar de forma a evoluir conhecimentos, se integrar com as pessoas, e a participarem de atividades sociais, como dentro da própria família, escola, e grupos no geral. A abordagem aurioral visa desenvolver a sua audição residual, por menor que seja, mas que seja aproveitada. Na abordagem aurioral o canal sensorial da audiçao é priorizado, e considerado fundamental para o desenvolvimento da comunicaçao oral. Mesmo que durante o trabalho outros canais sensorias sejam ultilizados, de forma que auxiliem o desenvolvimento de linguaem oral, como a visão, se necessário, a leitura labial, estes são apoios de terapia, mas a prioridade sempre se mantem com sensação auditiva. [2]
Princípios
Na abordagem aurioral existe principios básicos e fundamentais para que a terapia possa ser desenvolvida de forma apropiada, na literatura é encontrado sete princípios:
1- Detecção e Intervenção Precoce
O diagnóstico precoce é muito importante para o desenvolvimento da criança com deficiência auditiva, pois é nos primeiros anos de vida que há a maturação neurológica, tempo ideal para a estimulação auditiva, já que nos primeiros anos de vida existe uma prontidão para adquirir habilidades como a linguagem.
2 – Dispositivos Eletônicos
A amplificação é o uso constante e correto do AASI ou do IC multicanal, pois é por meio destes que o deficiente auditivo poderá ouvir a fala e os sons ao seu redor.
3- Desenvolvimento da função auditiva
O desenvolvimento da função auditiva acontece quando existe um ambiente acústico favorável, e a partir da introdução da criança em um mundo sonoro, com contextos significativos. Isso envolve não apenas o processo de terapias, mas também o dia a dia da criança, por meio da linguagem incidental, sendo um processo prazeroso e divertido.
É importante também todos os cuidados possíveis com as condições acústicas do ambiente, sempre que possível atenuar ruídos para tornar-se uma qualidade mais clara do som, e manter o AASI sempre o mais eficiente possível.
4- Integrar
Na abordagem aurioral é fundamental desenvolver o resíduo auditivo, e assim integrando a audição à personalidade da criança. A criança deve ser capaz de monitorar sua fala em desenvolvimento, ou seja, ouvir suas próprias emissões, a voz de outras pessoas e compará-las. Assim, deve ser trabalhado o saber ouvir, para que haja o uso adequado do resíduo auditivo e preste atenção aos sons e saiba os significados que transmitem, possibilitando o domínio das habilidades da comunicação verbal.
5- Comunicação
O princípio de comunicação se refere às atividades comunicativas, que se iniciam desde de o primeiro ano de vida, quando a mãe conversa com o bebê. Mesmo os cuidadores de bebês surdos, devem falar e estimular a comunicação, pois se os cuidadores forem bons falantes, a criança também será. A comunicação envolve o falar e ouvir, essencial para efetividade comunicativa. Quando os pais ouvem e compreendem os filhos praticam um incentivo ao desenvolvimento da linguagem, já que é um meio da criança perceber que sua atividade comunicativa tem função.
6- Etapas das habilidades auditivas
As etapas das habilidades auditiva é o sexto princípio, nele o objetivo é fazer com que a criança com deficiência auditiva vivencie as mesmas etapas auditivas pelas quais as crianças ouvintes passam naturalmente, que são detecção auditiva, discriminação auditiva, reconhecimento auditivo e a compreensão. Estas etapas envolvem os sons ambientais e da fala, além dos processos psíquicos de atenção e memória, dos quais são fundamentais para o desenvolvimento.
7- Avaliação
Durante todo processo terapêutico a criança deve estar sendo avaliada, tanto no aspecto da linguagem, do AASI, no grau da deficiência auditiva e do seu relacionamento familiar. Para a efetiva avaliação, é essencial ter em mente que cada criança é única, com suas individualidades e seu próprio desenvolvimento, de acordo com fatores internos e ambientais, de convivência e etc.
E por conta disso, é difícil estabelecer exatamente o que esperar de cada um, o que pode ser feito é ter possibilidades gerais de certos objetivos a serem alcançados pelo trabalho terapêutico.[2]
Intervenção
Na intervencao o terapeuta segue passo a passo para planejar seu trabalho com a crianca:
- Avaliação da Criança
- Planejamento Terapêutico
- Metas Terapêuticas
- Identificar, selecionar, Colocar em uso
- Estrategias Terapêuticas
- Comunicação, fatores facilitadores
- Técnicas terapêuticas, destaques acústicos[2]
Avaliação das habilidades auditivas e linguagem
O desenvolvimento das habilidades auditivas e linguagem procede da mesma maneira para crianças com audição normal e para as crianças com deficiência auditiva. Mas as crianças com deficiência auditiva que fazem uso ou não do implante ou uso do AASI devido à perda auditiva o desenvolvimento ocorre num ritmo mais lento. [1]
O desenvolvimento da Linguagem está diretamente ligada ao desenvolvimento das habilidades auditivas. A crianças desenvolvem a linguagem escutando as palavras ao seu redor, se a criança tiver uma perda auditiva, dificulta para ela captar e reconhecer essas palavras e aprender. A perda auditiva quanto maior o grau maior é a dificuldade da percepção e discriminação da fala e maior é o défice de linguagem.
Para o desenvolvimento da audição e linguagem, é necessário que a criança aprenda um conjunto de habilidades essências como:
· Detecção auditiva
· Discriminação auditiva
· Reconhecimento auditivo
· Compreensão[3]
A Detecção auditiva é capacidade da criança perceber os sons existentes ao seu redor. A capacidade de prestar atenção se o som está presente ou ausente. Para as crianças com perda auditiva, ela só é capaz de desenvolver essa capacidade de reconhecer com o parelho de ampliação e junto com a abordagem aurioral e ensinado pelo pais a prestar atenção a presença do som. A família é que representa para criança o primeiro mecanismo percepção do som por isso o papel mais importante da família é dar assistência à criança para dar atenção e responder numa conversa. (Simmons-martin,1981)
A Discriminação auditiva é a capacidade de perceber deferentes sons como identificar diferentes intensidades, passos, duração, sons que veio primeiro, mas isso só é desenvolvido após adquirir a habilidade de detecção.
O Reconhecimento auditivo é a capacidade/ etapa onde a criança consegue repetir ou reconhecer um conjunto especifico de sons, por exemplo “oink” para o porco e “moo-o’ para vaca. Isso já requer o desenvolvimento da memória da crianças, a detecção do som e discriminação de um som do outro. Nessa etapa não a compressão, isso ocorre porque a criança ainda não compreendeu o que o som significa, mas sim memorizou.
A Compreensão é a capacidade de compressão dos sons, é etapa final, a mais difícil e necessária para desenvolvimento da audição e linguagem. É a utilização de todas a habilidades anteriores para que a criança conseguir repetir algumas palavras e demostrar que intende o que o conjunto de sons significa.[1]
Linguagem
Para a aquisição da linguagem é essencial a interação entre a audição, o social, o motor e funções cognitivas vinda da infância e parentes. Qualquer perda na capacidade auditiva, mesmo que pequena, impede a criança de receber adequadamente as informações sonoras que são essenciais para a aprendizagem da linguagem.[1]
O ideal seria que todas as crianças fossem submetidas a uma avaliação audiológica no período neonatal. Uma perda de audição não identificada pode ter consequências devastadoras sobre o desenvolvimento da palavra e da linguagem da criança, mas também sobre seu comportamento psíquico e social ( Oliveira et al., 1990; Roslyng – Jensen, 1997)
Devido ao benefício do uso implante ou AASI, e a métodos terapeutas a criança pode ser capaz de ouvir as palavras e desenvolver as habilidades auditivas, e assim conseguir escutar e compreender as palavras, e isso conduz a aprendizagem da linguagem.[4]
Referências:
- ↑ a b c d editor., Hull, Raymond H.,. Introduction to aural rehabilitation. [S.l.: s.n.] ISBN 9781597569095. OCLC 995048108
- ↑ a b c Pimentel Formigoni,Gisela Maria, Bevilacqua, Maria Cecilia (2003). Audiologia Educacional - Uma Opção Terapêutica Para A Criança Deficiente Auditiva (Cód: 4492457). [S.l.]: ProFono
- ↑ Oliveira, Patrícia Santos; Penna, Letícia Macedo; Lemos, Stela Maris Aguiar (dezembro de 2015). «Desenvolvimento da linguagem e deficiência auditiva: revisão de literatura». Revista CEFAC. 17 (6): 2044–2055. ISSN 1516-1846. doi:10.1590/1982-0216201517611214
- ↑ «Problemas auditivos na infância interferem no desenvolvimento da linguagem - Deficiência Auditiva». Deficiência Auditiva. 28 de agosto de 2015