Enunciado performativo: diferenças entre revisões

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Edição atual tal como às 23h14min de 6 de novembro de 2020

Em linguística e filosofia da linguagem, enunciado performativo é o conceito que designa sentenças que não apenas descrevem a realidade, mas também a modificam, isto é, são sentenças que, por si só, fazem uma ação. Os verbos prometer, jurar e aceitar, por exemplo, são considerados performativos pois a própria ação que significam é acionada no momento da enunciação: quando o falante enuncia Eu prometo, a ação de prometer ocorre no próprio ato de dizer.[1]

Os enunciados performativos foram, na história da linguística, colocados em oposição aos enunciados constativos.[2] Assim, há aqueles enunciados que apenas descrevem alguma coisa e há aqueles que performam pela própria fala.[3] A teoria dos atos de fala, formulada por John L. Austin, rompe com a antítese constativo-performativo ao considerar que todos os enunciados são, na verdade, performativos.[4][5] O que ocorre, a partir dessa perspectiva, é que alguns performativos são explícitos e outros são implícitos, trazendo uma construção do tipo Eu digo/ordeno/pergunto que e, com isso, não há como avaliá-los a partir de condições de verdade, mas de condições de sucesso e felicidade.[6]

Referências

  1. Pinto, Joana Plaza (2007). «Conexões teóricas entre performatividade, corpo e identidades». DELTA. 23 (1): 1-26. doi:10.1590/S0102-44502007000100001. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  2. Ottoni, Paulo (2002). «John Langshaw Austin e a Visão Performativa da Linguagem». DELTA. 18 (1): 117-143. doi:10.1590/S0102-44502002000100005. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  3. Marcondes, Danilo (2010). «Por uma visão performativa da pragmática: significado e ação». Cognitio: Revista de Filosofia. 11 (2): 267-278. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  4. Guimarães, Thayse Figueira; Moita Lopes, Luiz Paulo (2016). «Entextualizações estratégicas: performances sensualizadas de raça em práticas discursivas na Web 2.0». Linguagem em (Dis)curso. 16 (2): 289-307. doi:10.1590/1982-4017-160206-3515. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  5. Lima, Pedro Eduardo (2010). «A fala/ação como prática identitária». Ícone (UEG). 6: 18-32. Consultado em 25 de outubro de 2020 
  6. Soares, Jean (2016). «Os exemplos de Austin» (PDF). AnáLogos. 1: 40-48. doi:10.17771/PUCRio.Ana.28189. Consultado em 25 de outubro de 2020