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Lenda de Maria Fidalga: diferenças entre revisões

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Revisão das 18h48min de 1 de novembro de 2004

Certo fidalgo de Arcos de Valdevez andava intrigado com o desaparecimento do anel de sua mulher, e já lhe nasciam suspeitas sobre a sua fidelidade. Como a fama de Maria Fidalga lá chegara, vem então o fidalgo, acompanhado de um criado preto, em demanda do Assaia para deslindar o caso. Chegado ao Herbatune, é recebido pela bruxa e informado de que só poderia regressar na manhã seguinte, uma vez que ela apenas à meia-noite receberia do próprio Diabo, a informação desejada. O fidalgo sujeita-se e a bruxa prepara-lhe dormida e aguarda a meia-noite. Tem então lugar o oráculo. O Diabo informa-a de que o anel está no bucho do «ruço», o porco do fidalgo, mas proíbe-a de lho revelar; a ele, confirmar-lhe-ia as suspeitas sobre a infidelidade da esposa. Por artes do próprio Diabo, porém, o criado negro, para quem o agasalho contra o frio da noite fora apenas a proximidade da lareira, por uma fresta do tablado da cozinha, presenciou a entrevista. Na manhã seguinte, a bruxa comunica ao fidalgo a tramóia engendrada pelo Diabo. O fidalgo parte a galope para vingar a afronta. O negro, por sua vez, lança-se no seu encalço para o prevenir do logro e salvar a ama; depois de muito esforço, consegue transmitir-lhe o que escutara. Furibundo, sentencia o fidalgo: — Mato o porco, mas mato-te a ti com ela se não encontrar o anel. O negro confirma o que ouvira. Chegados a Valdevez, esventram o porco e aparece o anel. Então o fidalgo regressa ao Assaia. Uma vez aqui, prende Maria Fidalga ao rabo do cavalo e arrasta-a até à morte pelas lajes do Assaia. O Diabo traíra a sua aliada. José Ferreira