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Racionalismo: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h11min de 3 de novembro de 2004

Racionalismo

O desenvolvimento do método matemático, considerado como instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos, e sua aplicação às ciências físicas conduziram, no século XVII, a uma crescente fé na capacidade do intelecto humano para isolar a essência do real e ao surgimento de uma série de sistemas metafísicos fundados na convicção de que a razão constitui o instrumento fundamental para a compreensão do mundo, cuja ordem interna, aliás, teria um caráter racional. Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo, e cuja primeira manifestação aparece na obra de René Descartes.

O termo racionalismo pode aludir a diferentes posições filosóficas. Primeiro, a que sustenta a primazia, ou o primado da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade. Tal forma ou modalidade de racionalismo seria mais propriamente chamada intelectualismo, pressupondo uma hierarquia de valores entre as faculdades psíquicas. Em segundo lugar, racionalismo significa a posição segundo a qual só a razão é capaz de propiciar o conhecimento adequado do real. Por fim, o racionalismo ontológico ou metafísico consiste em considerar a razão como essência do real, tanto natural quanto histórico.

Respectivamente, essas posições correspondem ao racionalismo psicológico, racionalismo gnosiológico ou epistemológico e racionalismo metafísico. Em comum, existe a convicção de que a razão constitui o instrumento fundamental para compreensão do mundo, cuja ordem interna seria também racional. O sentido filosófico de razão, todavia, não pode ser fixado apenas a partir da linguagem corrente. O termo grego que a designa desde o nascimento da filosofia grega, logos, indica, embora não deixe de se referir à noção de cálculo, o discurso coerente, compreensível e universalmente válido. Caracteriza, além do discurso, o que ele revela, os princípios daquilo que "é" verdadeiramente. Em contraposição, os sofistas defenderam um pensamento "desse mundo", o da consciência comum.