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Conflito: diferenças entre revisões

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Revisão das 10h34min de 18 de novembro de 2004

Conflito Sempre que se deve escolher entre duas situações incompatíveis, sejam elas de prazer ou de perigo, instala-se um conflito. Conflito é um antagonismo psicológico que perturba a ação ou a tomada de decisão por parte da pessoa. Trata-se de um fenômeno subjetivo, muitas vezes inconsciente ou de difícil percepção. De modo geral, o indivíduo tem consciência apenas do sofrimento ou da perturbação de comportamento, originados do conflito reprimido. A abordagem condutista dos fenômenos psíquicos entende que a situação de conflito é fruto da concorrência de respostas incompatíveis, ou seja, um choque de motivos dentro do indivíduo. O prolongamento do estado de conflito pode acarretar fadiga, fraqueza, depressão nervosa etc. O estudo dos conflitos ajuda a compreender melhor alguns aspectos de certos desajustes comportamentais, neuroses, psicopatias e psicoses funcionais. A teoria psicanalítica de Freud parte da hipótese básica do conflito entre os impulsos de prazer e as imposições da realidade, que se expressam pelo choque entre as forças do id, que é o substrato instintivo da psique, e a repressão exercida pelo superego, que impõe ao comportamento as exigências ético-sociais. Desde o início do processo de socialização, a criança se depara com situações ambíguas, em que a busca do prazer é coibida pelo adulto quando esse prazer é inconveniente ou ameaçador. Assim, por exemplo, uma criança que rabisca as paredes com a intenção de corresponder ao desejo dos pais de que aprenda a escrever, pode ser castigada por isso. A ação do adulto é ao mesmo tempo protetora e restritiva, incentivadora e punitiva. É inegável a influência dos conflitos interpessoais do âmbito familiar na formação da personalidade e na gênese dos conflitos psicológicos. De modo geral, a terapia psicanalítica busca mostrar claramente os conflitos ao próprio analisando, para que ele possa elaborá-los e resolvê-los. Com uma concepção teórica diferente, Kurt Lewin define o conflito como a convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade. O conflito surge quando o indivíduo é atraído por duas valências, positivas mas opostas (desejo de assistir a uma peça e a um filme exibidos no mesmo horário e em locais diferentes) ou duas valências negativas (enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde agravado) ou uma positiva e outra negativa, ambas na mesma direção (desejo de pedir aumento e medo de ser despedido por isso). A obra de Salvatore Maddi classifica as teorias da personalidade segundo três modelos, um dos quais o de conflito. Esse modelo supõe que a pessoa esteja permanentemente envolvida pelo choque de duas grandes forças antagônicas, que podem ser exteriores ao indivíduo (conflito entre indivíduo e sociedade) ou intrapsíquicas (forças conflitantes do interior do indivíduo que se dão, por exemplo, entre os impulsos de separação, individuação e autonomia e os impulsos de integração, comunhão e submissão). Apesar das diferentes abordagens do conceito de conflito, todas elas reconhecem sua influência na origem dos desajustes psicológicos e até de processos perturbadores mais graves, como as neuroses e psicoses. O conflito, no entanto, pode ter efeitos positivos, em certos casos e circunstâncias, como fator motivacional da atividade criadora.