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Ciberespaço: diferenças entre revisões

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Revisão das 12h17min de 26 de novembro de 2004

Ainda que herméticas e metafísicas

Por Dum De Lucca Neto - SP, BR


Folhas soltas pelo espaço deslizam lépidas sobre o meu braço. Deixando brotar vertentes de um certo olhar de novembro. Na memória, sem ligar a mínima. No arremedo do medo ou no preconceito estigmatizado. Na intimidade retardada perdida no caos da paixão. Tempos de confusão eletrocutando qualquer tentativa de unir livros, discos e beijos. Poesias com carinho. Mais parece ódio, nojo, extermínio étnico racial afeito a dúzias de odes intracorpóreas. Mais parece uma bela canção Beatles entreaberta com sangue cerebral de aroma de fêmea. Folhas soltas no mar fincando gotas de ar transformação. Ação de lábios e pescadores respirando maresias horizontais. Isso representa a mais bela forma de relação intra urbana com o mar. Roçando o nada que envolve a vida entre o concreto e o asfalto. Pingos de chuva são apenas lágrimas cruas como lágrimas cruéis e imperdoáveis. Aceleração da desaceleração. Parece não ter sentido o enfileirar de frases e palavras. Taças de vinho. Bombardeiro sonoro amordaçado, enfeitiçando um coração fragmentado. Tentações brancas inteiras. Cheias como luas implodindo tímpanos atentos. Infelizmente aquele sonho sempre vem com alguém. Momentos de fraqueza explodindo pela imensidão dos campos de Saturno onde brotam incontestes amores indefesos. Verdades encostadas em árvores tristes. Ficamos em descanso. Movimentos quebrados, destronados como nunca. A confusão se instala na mente astuta e eletrodinâmica. Fincando espátulas. Fusíveis de descompressão alimentícia. Cada vez mais sem entender certas coisas. Faltam literaturas, mãos espadadas e carícias na face. Argumentos. Gotas tristes. Elementos do caráter humanos revitalizando as soluções animais. Racionalização, diabólica alma diluindo. Não indo a lugar nenhum. Porque a incoerência brinca em geral com o glacial e teatral terminal de cobres amarelados por falsos sorrisos. Como as profundezas dos instintos humanos. Eu poderia remontar olhares, expressões, friezas e mentiras. Um tiro dilacera a carne indefesa. Superfície galopante, imensidão do espaço entre televisores bluesísticos flutuadores de desejos incontroláveis. Amor. Três dias doloridos sem alguma centelha de nada melhor ou pior. Anomalias congênitas sentimentais. Quem é você? Gargalhada metálica cheia de alívio. Absolutamente nada. Apenas um espectro em plena osmose. Efêmera existência eletrocentrando o universo da poesia branca e incauta. Olhos castanhos, apenas paixão e um pêndulo forte. Envolvendo os anéis de Saturno. Fim de dia, domingo árido. Cortante, humano, áspero e gelado. Imagino uma fotografia inexistente. Os elefantes não podem pisar em mariposas coloridas e condutoras de energia multifacetada. Terminais de telefones sexuais, sonhos ultramarinos e subaquáticos. Não é nada, não tem história, não é realidade. Ovnis nas montanhas. Ser uma montanha é ser algo longe do espectro negro do encosto animal simplefásico. Encruzilhada densa, cibernética e doida. Utilidade e fatalidade. Uma poesia é tão inútil como um beijo negado. É cometa que resvala na alma do caminhante e não leva prá um canto qualquer do espaço sideral. Fraqueza de assimilação, da paixão. Do esquecer pela força, da podridão dos intermediários do poder. Olhando o sol cair entre as montanhas de Pinhal que banham meu espírito. Folhas soltas pelo espaço deslizam soltas pelos meus olhos. Geladas em forma e cor. Harmônicas e gaitas. Estrelas misturando-se ao violeta do céu. Isso vale uma verdadeira história, um enfileirar de palavras e frases. Ainda que herméticas e metafísicas.