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Independência: diferenças entre revisões

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Revisão das 22h51min de 12 de abril de 2004

O nascimento da independência (1918-1920) A ideia da separação da Rússia começou aintensificar-se nas várias esferas de poder social. Em Fevereiro de 1918 as negociações de paz entre a Rússia Soviética e a Alemanha foram interrompidas. Os russos e os Bolchevistas fugiram da ofensiva das tropas alemães para a Rússia. A Câmara da Terra formou com os representantes dog maiores partidos o Comité da Salvação da Estónia e foi no dia 24 de Fevereiro que o Manifesto da Independência da Estónia proclamou a República da Estónia. Foi a primeira república na Europa a construir-se por uma das pequenas nações até então oprimidas. O governo provisório foi nomeado (o presidente K.Päts) e declarou-se a neutralidade na guerra entre a Rússia e a Alemanha. Os alemães não reconheceram o Estado novo e ocuparam todo o território. O governo militar alemão assumiu o poder supremo, os privilégios aristocráticos foram restaurados e as propriedades senhoriais devolvidas à aristocracia. A economia ficou dominada pelos interesses da Alemanha.


A guerra da independência da Estónia Em Novembro de 1918, depois da queda da Alemanha, o govemo Provisório Estónio assumiu o poder. A Rússia Soviética atacou a Estónia e, para ocultar a agressão, foi fundada a Comuna Proletária da Estónia. No início do ano de 1919, 2/3 da Estónia estava sob o controlo dos Conselhos Soviéticos. Num contra-ataque a terra foi libertada em três semanas. As forças da defesa nacional foram chefiadas por General Johan Laidoner. O auxílio foi fornecido pela armada da Grã-Bretanha, pelos voluntários da Finlândia e da Escandinavia (4000 homens). O sucesso foi possível com uma mobilização total dos recursos. Na Primavera de 1919, oexército da Estónia já tinha 86 000 homens. Em Abril de 1919, reuniu-se pelas eleições livres a Assambleia Eleitoral que aprovou a declaração da independência, a lei da reforma agrária e constitucional. Em Junho e Julho de 1919, os báltico-alemães de Landeswehr foram combatidos com sucesso no Norte da Letónia. No Outono a actividade militar contra a Rússia Soviética ainda continuava, porém, no dia 2 de Fevereiro de 1920 foi concluído o Tratado de Paz de Tartu, em que a Rússia Soviética reconheceu a República da Estónia. É na época da Guerra da Independência que se situa a autodeterminação nacional dos estónios como nação e como Estado.

A Estónia sobre os poderes estrangeiros (1940-1991)

Primeira ocupação soviética Em 23 de Agosto com o pacto de Molotov-Ribbentrop (Hitler-Estalin) a Estónia foi incluída na esfera dos interesses da União Soviética e, sob ameaça das forças armadas, as suas bases militares instalaram-se na Estónia. Em Junho de 1940, a República da Estónia foi anexada e passou a fazer parte da União Soviética. Começou uma sovietização geral da sociedade, o que significava também a confiscação violenta das propriedades privadas. A economia foi centralizada à subordinação de Moscovo. Foi esta data, 14 de Junho de 1941, que marcou o começo das deportações em massa (para Siberia). Em consequência desta ocupação o desenvolvimento evolucional da sociedade interrompeu-se.

Ocupação alemã Na guerra entre a Alemanha e a União Soviética a Estónia viveu uma fase de soberania pela ocupação alemã. Houve uma esperança inspirada pelos alemães de a Estónia recuperar a sua independência, mas ficou frustrada, a Estónia foi ligada à Província do Leste do Reich, a economia foi orientada às necessidades da guerra. O povo estónio dividiu-se lutando em várias frentes: nas tropas alemãs, no Exército Vermelho russo num regimento de infantaria estónio e na Finlândia onde estavam refugiados e lutavam na frente de Karelia, ao lado dos finlandeses. Em 1944,7-8% da população refugiou-se, com receio de uma nova ocupação soviética, para o estrangeiro.

Segunda ocupação soviética Uma nova onda de sovietização ficou marcada pelo terror directo infligido ao povo. Até ao início dos anos 50, grupos armados clandestinos chamados metsavennad ofereceram resistência ao poder soviético. Nos anos 1944-45, as partes do país junto à fronteira com a Rússia foram anexadas, a Estónia perdeu quase 5% do seu território. Começou a transformação da sociedade conforme o modelo de desenvolvimento soviético: a industrialização forçada que trouxe à Estónia centenas de milhares de emigrantes (a população estónia na altura nem chegava a um milhão), iniciou-se uma política para diminuição sistemática da importância regional dos estónios. Na agricultura começaram a ser limitadas ou eliminadas as propriedades privadas por uma política (estricta) de impostos. 25 e 26 de Março de 1949 são outras datas de grandes deportações - 20 700 pessoas foram deportadas para a Siberia. O povo, amedrontado, começou a entrar nas cooperativas chamadas kolhoos, estas, porém, comprovaram serem ineficazes e o resultado foi o empobrecimento total dos camponeses. No final dos anos 40 começou um forte ataque contra a cultura nacional estónia: a perseguição aos intelectuaise a destruição dos valores culturais. Nas disputas internas do Partido Comunista Estónio, o poder supremo ficou completamente nas mãos dos russo-estónios, que aspiravam a uma sociedade com o seu modelo, sem nenhumas diferenças. O aperto da sovietização afrouxou um pouco em meados dos anos 50 com "o perfodo de degelo" de Chrustchev. Na economia aumentou uma certa autonomia de orientação pelo facto de a forte centralização se tornar menos intensa, e também a situação da agricultura melhorou. A maioria dos dcportados sobreviventes puderam voltar à Estónia. Não houve uma liberalização de grande impacto na sociedade. Nos anos 60 a cultura nacional teve um renascimento, os intelectuais estónios adoptaram as modernas tendências científicas e culturais que na Rússia Soviética ainda eram reprovadas. Nos anos 1970-80 o poder central soviético refortificou o controlo político e administrativo sobre a sociedade. Ao mesmo tempo os índices economicos da Estónia excederam a média da Rússia Soviética, o nível de vida era mais alto e aRepúblicaSoviética da Estónia foi apresentada como "a república exemplar". Continuou a imigração em massa, muitas vezes os imigrantes tinham vantagens sociais especiais, p. ex. a habitação ou outros bens. Assim as relações entre os residentes e imigrantes começaram a deteriorar, além disso em algumas décadas o número dos estónios tinha diminuido para 60% do total da população. Na transição dos anos 1970-80, o Partido Comunista da Estónia começou a fazer prevalecer o papel da língua russa e limitar a utilização do estónio em várias áreas. O descontentamento geral cresceu, surgiu o movimento dos dissidentes que enviaram as primeiras cartas de protesto à ONU.


A novo época do despertar da consciência nacional. Independência.

Em meados dos anos 80, as reformas de Moscovo permitiram a revelação pública do projecto da extracção de fosforite na Estónia, o que seria uma ameaça de catástrofe ecológica. A situação de perigo uniu o povo, grandes manifestações de protesto foram organizadas. Em 23 de Agosto de 1987 em Tallinn, os dissidentes uniram-se na primeira manifestação política, a oposição legal e os intelectuais exigiram a autonomia económica. A chamada "revolução de canção" em 1988 despertou definitivamente a sociedade. Foi restaurada a bandeira nacional, a população foi orientada pela Frente Popular da Estónia que reuniu as multidões, e cujo objectivo era democratizar a sociedade gradualmente, e por uma táctica step by step, recuperar a independência. No dia 16 de Novembro de 1988, o Conselho Supremo viu-se obrigado a aprovar a declaração de soberania que afirmou a supremacia da legislação estónia. Isso marcou o começo da desintegração nos métodos parlamentares da Rússia e da União Soviética. Pouco a pouco a Estónia conseguiu o seu reconhecimento a nível internacional. Nos anos 1988-91 a sociedade civil foi restaurada: houve eleições livres, foram instituidos vários partidos, facções políticas e novas organizações-associações, foi restabelecida a liberdade de imprensa. O Partido Comunista da Estónia desintegrou-se e perdeu as suas posições. Em Dezembro de 1989,o Congresso de Deputados da URSS aboliu a vigência dos protocolos secretos do Pacto de Hitler-Estalin. O Movimento do Comité dos Cidadâos Estónios inspirado por este facto histórico e fez-se representar pelo Comité Estónio, juntamente com o qual insistiram na restauração do poder oficial do Estado legal. Os órgãos de poder da Estónia aumentaram gradualmente bem como a sua independência em relação a Moscovo: estabeleceram a polícia; definiram uma fronteira económica, na economia começou a transição da economia de planeamento, para a de mercado livre; iniciou-se a pequena privatização. Em 3 de Março de 1991 em referendo 77,8% da população, 1/3 dos quais residentes não-nacionais, aprovaram a restauração da independência da Estónia. No dia 20 de Agosto de1991, durante o distúrbio de intervenção armada do Exército Soviético, o Conselho Supremo da Estónia aprovou a declaração da independência do Estado - a República da Estónia. Desde então a República da Estónia teve depressa a reconhecimento a nível internacional. No dia 17 de Setembro de 1991 a Estónia foi aceite na Organização das Nações Unidas.