Umbanda

Comecemos explicando a etimologia da palavra Umbanda e sua semântica, ou seja, sua origem e seu significado. A maioria das línguas hoje faladas no mundo são heranças de uma língua mãe há muito perdida, onde o Sânscrito, o Hebraico e o Neengatu (Tupi), entre outras, são as suas mais antigas descendentes que conhecemos. O termo Umbanda tem sua origem nesta língua mãe, analisemos; AUM (UM por contração), significa Deus, ou, que vem de Deus, o Seu Verbo, o Som da Criação, o Ternário Divino; BAN significa Conjunto, e DA ou DAM ou ADM significa Lei ou Regra. Assim, AUMBANDAM ou UMBANDA, quer dizer CONJUNTO DAS LEIS DEUS ou LEI MAIOR DIVINA, a LEI MATER, é um Mantra, um Som Sagrado, pois a sua vibração sonora imprime no éter a idéia da manifestação de Deus e Suas Leis de Criação e Evolução, predispondo quem a pronuncia à sentir esta vibração e sintonizar-se com ela.

Em um passado muito distante, que a história não conseguiu reunir elementos para registros, Escolas Iniciáticas alcançaram altos estudos sobre a natureza e suas manifestações, sobre os fundamentos da existência humana, compreendendo, através da Ciência do Verbo, a manifestação do Princípio Inteligente Absoluto. Dotados de uma maior sensibilidade psíquica, estudaram a Alma e sua natureza, a relação dos números com a Criação de Deus, reunindo Ciência, Religião, Filosofia e Arte em um só bloco, onde o esforço do conhecimento humano não se conflitava e nem se dispersava. Mas, devido ao fenômeno da transmigração das almas, o conhecimento transmitido foi sofrendo alterações em suas bases originais, chegando a um ponto de se ter a chave e não saber entrar. Personificava-se e dava-se aspecto teatral aos Princípios Divinos para que, aqueles que não compreendiam aquilo que precisava ser sentido em espírito, conseguissem digerir um conhecimento com um sabor mais agradável à sua capacidade intelectiva. Ainda podemos ver alguma coisa desses esforços nas mitologias dos povos da Índia, da África, da Grécia e das Américas.

Nos tempos áureos da raça vermelha, estes conhecimentos fizeram a felicidade de muitas almas, a fonte jorrava e muitos puderam beber, saciando uma sede inerente ao ser humano. Negros, Brancos e Amarelos também tiveram acesso a esta fonte, contribuindo para a fragmentação de um conhecimento que deu suporte espiritual a existência de um povo por muitos e muitos anos.

O homem já atingiu por diversas vezes adiantados estágios de cultura e desenvolvimento espiritual, e a dificuldade de se comprovar estas conquistas deve-se a constantes alterações na geografia do planeta causadas por cataclismas periódicos que em geral apagam os vestígios das culturas anteriores aos mesmos, além da ignorância e do preconceito do homem, que destrói o que não conhecem. Mesmo assim muitos destes conhecimentos chegaram até nós nos dias de hoje, embora fragmentados, cabendo a nós o esforço de reunir estes fragmentos, redescobrir o que foi perdido e organizar o que nos for revelado.

Estas pequenas pinceladas na história do saber espiritual e científico do homem e de sua antigüidade, foi necessária para que se saiba que a ancestralidade espiritual da Umbanda teve origem nos primórdios destes conhecimentos, e hoje, ela está encarregada de fazer esta corrente interpenetrar o campo astral e humano do Brasil, e UMBANDA foi a palavra de força que abriu os caminhos dos espíritos "ponta de lança", pois Ela expressa a síntese da Ciência Espiritual, levando a mensagem do Cristo aos terreiros, aos centros, as cabanas, etc., encontrando, de início, forte resistência por força de uma tradição religiosa, mas que aos poucos foi cedendo, dando espaço aos espíritos que foram arregimentados para o trabalho nesta corrente por questões de afinidades espirituais, provando que na seara do Cristo, todos tem oportunidade ao trabalho, onde não há discriminação e nem preconceito, onde permeia a humildade e a simplicidade , que exemplarmente Jesus viveu.

A tradição religiosa do Oriente, da África e das Américas, contém fragmentos desta Ciência Mãe, a qual me referi acima, e atualmente, pessoas comprometidas sinceramente com o objetivo de reunir esses fragmentos, trabalham em sintonia com os Mentores da Corrente Espiritual de Umbanda, selecionando e organizando, as verdadeiras peças que um dia fizeram parte da estrutura da Tradição Antiga do Saber Humano.

Obviamente que, atualmente o que vemos como Umbanda, em sua maioria, são práticas de caráter popular, de aspecto externo e sincrético, com a presença de imagens de santos católicos, rituais afros, etc.. Tudo isso é tolerado e compreendido pelos Mentores Espirituais de Umbanda, pois atende as necessidades espirituais de um povo, respeitando-se o livre arbítrio, desde que não hajam excessos que venham trazer prejuízos espirituais aos integrantes. A partir daí, a Corrente Espiritual de Umbanda age, como "polícia de choque", controlando esses excessos, com ordens e direitos para tal ação. Claro que são respeitados todos os princípios e leis que regem a evolução das almas, porque muitas vezes uma aparente confusão faz parte de um plano para atingir determinados objetivos, que nós, somos incapazes de compreender. Isso me faz lembrar um dos ensinamentos de Jesus que disse, "o escândalo é necessário, mas ai de quem provoca o escândalo".

Paralelamente, há grupamentos que adotam práticas de aspecto interno, pautadas em estudos, pesquisas e revelações espirituais, analisando seus efeitos e benefícios, em consonância com os preceitos do evangelho de Jesus. São estes grupos que conseguirão reunir elementos para a formação de uma unidade doutrinária.

Este é um espaço aberto, e o texto acima, extraído de nosso livro e que está em nossa página, é fruto de uma experiência de mais de vinte e cinco anos, com profundos estudos e investigação espiritual. Talvez outros tenham diferentes opiniões, mas, o importante é o respeito, o respeito ao pensamento alheio, à investigação da verdade, sua ou a dos outros, sem exigir que a sua verdade prevaleça, mas que se esforce em demonstrar os seus postulados à quem desejar lhe ouvir.

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