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Volkswagen Karmann-Ghia: diferenças entre revisões

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Revisão das 21h52min de 27 de novembro de 2004

A década de 50 representou um marco na história do automóvel, como sendo a época da expansão e do crescimento de uma nova categoria de veículos marcados por características diferenciadas, sobretudo quanto ao aspecto estético, até então dominado pelos modelos grandes e robustos. A Volkswagen apesar de já representar o restrito grupo dos fabricantes de carros pequenos, queria além do seu já bem sucedido sedan (o Fusca), produzir um carro que representasse o impacto visual desta nova geração. Em busca deste carro, os executivos da VW procuraram a Karmann. A história desta empresa alemã, remete ao ano de 1874, em Osnabruck -na Alemanha. A Karmann celebrizou-se na Europa pelo cuidado com que seus artesãos trabalhavam madeiras raras para produzir as mais luxuosas e bem construídas carruagens. Com o advento do automóvel, o fabricante adaptou-se para com igual eficiência passar a fazer carrocerias para automóveis. Mas ao que parece o projeto inicial apresentado pela Karmann não agradou muito aos alemães da VW. Foi então, que Luigi Segre - responsável pelo renomado "carroziere" italiano Ghia - apresentou a Wilhelm Karmann o desenho que mais tarde viria a ser conhecido como o primeiro Karmann Ghia. Aprovado por Heinrich Nordhoff, então presidente da VW, em 1955 o primeiro Volkswagen Karmann Ghia deixa a linha de montagem em Osnabruck, como modelo 1956. A resistente mecânica alemã - uma vez que a base mecânica era a mesma do "Fusca" - através do motor 1200 cc de 36 cavalos, somada ao inédito e belo estilo da italiana Ghia italiano, fez com que o logo no seu primeiro ano de produção, o modelo vendesse mais de 10.000 unidades! Dois anos mais tarde viria a versão cabriolet (conversível), provocando um aumento para o patamar dos 18.000 carros e, chegando ao pico de mais de 33.000 em 1960. O sucesso conseguido pelo carro bem como os planos de crescimento da empresa no Brasil, fez com que a VW resolvesse produzi-lo aqui em 1964. Neste ano as primeiras unidades e as opções de motorização acompanharam o mercado europeu. A inicial motorização 1200 de 36 cavalos, foi brevemente substituída em 1967, pelo famoso motor 1500, de 52 cavalos, conferindo um pouco mais de "esportividade" ao modelo e levando aos 125 km/h de velocidade máxima. Assim o desempenho finalmente era condizente com o aspecto, pelo menos para os padrões da época. As alterações no modelo então foram muito pequenas, como detalhes de abertura do capô e alterações mecânicas necessárias em função da maior potência, como o redimensionamento do sistema de freios. Foi assim, sem novidades até 1971, quando o Karmann Ghia ganharia o novo motor 1600 que apesar de 2 cavalos menos potente, tinha um torque maior. Agora eram 10,8 kgfm a 2800 rpm, contra 9,9 kgfm a 2600 rpm do antigo 1500, que respondiam por mais força em arrancadas e retomadas. Esta reformulação na linha do Karmann Ghia não foi suficiente para dar sobrevida ao modelo. No mesmo ano a Volkswagen do Brasil decide por tirá-lo de linha, enquanto o modelo europeu ainda seria fabricado até 1974. A verdade é que mesmo com suas linhas ainda modernas e praticamente sem concorrentes nacionais, o peso dos anos fazia com que suas vendas caíssem. Desta forma numa tentativa de revitalizar o modelo, a Volkswagem preparou para apresentar no Salão do Automóvel de 1970, o Karmann Ghia TC (Touring Coupê). Apesar de manter vários vínculos estéticos com o seu antecessor o TC, basicamente constituia um novo carro, destinado até mesmo a outro nicho do mercado (mais caro!). Ao invés da plataforma do sedan, o TC baseava-se na plataforma do TL. A sua traseira fastback e detalhes dos faróis e pará-lamas o faziam assemelhar-se muito ao Porsche 911. A adoção de freios a disco nas rodas dianteiras e um baixo centro de gravidade contribuiam para o apelo esportivo que a montadora queria do modelo. O motor mesmo sendo um 1600, como nos últimos Karmann Ghias, no TC vinha com o mesmo acerto da motorização que equipou o "Super-Fuscão": quatro cilindros contrapostos, quatro tempos, traseiro, diâmetro e curso do cilindro de 85,5 x 69 mm; 1584 cc, taxa de compressão de 7,2:1; potência máxima de 65HP SAE a 4600 rpm; torque máximo de 12 mkg SAE a 3000 rpm; sistema de alimentação com dois carburadores de corpo simples, de aspiração descendente. Como resultado a Volkswagen anunciava que seu novo esportivo era capaz de atingir 145 km/h. Sem dúvida, o TC era uma proposta interessante para o mercado de esportivos nacionais. Mas duas outras opções (além do seu preço), contribuíram para uma vida curta do carro. A primeira, vinha da Puma, que teve justamente nos anos em que o TC foi fabricado, sua época mais forte no mercado brasileiro. A segunda opção de concorrência veio da própria Volkswagen, com o SP1 e SP2, que constituiram um esportivo bem mais moderno e atraente na época. Assim, com vendas bastante baixas durante sua vida, em 1975 o TC deixa a linha como o último Karmann Ghia a ser fabricado.