Muhammad Ali: diferenças entre revisões
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Revisão das 03h01min de 29 de dezembro de 2004
Boxeador estadunidense, antigo membro da Nação do Islã. Nasceu em Louisville, Kentucky, em 1942, recebendo o nome de Cassius Marcellus Clay. Em 1959 venceu um campeonato de boxe nacional, o Golden Gloves e, em 1960, tornou-se campeão olímpico em Roma. Entrando para o boxe profissional, em 1964, tornou-se campeão mundial derrotando a Sonny Linston. Em 1967, recusou lutar na Guerra do Vietnã, sob o argumento de que sua religião o proibia. Por esta recusa, foi tirado seu título, sendo sentenciado a cinco anos de prisão. Em 1970, porém, a Suprema Corte reviu a decisão. Em 1974, reconquistou o título de campeão mundial de boxe derrotando George Foreman. Perdeu o título para Leon Spinks, em 1978, mas o recuperou no mesmo ano diante do próprio Spinks. Foi derrotado por Larry Holmes, em 1980. Retirou-se, então, do boxe, apresentando posteriormente sinais de acometimento por Síndrome de Parkinson. Reagindo ao racismo assumido e legalizado da sociedade estadunidense, os pretos (e pretomestiços) uniram-se em diversas organizações, destacando-se entre elas a NAACP (National Association for Advancement of Colored People) e a Nação do Islã, cujos membros também eram conhecidos como Black Muslims (Pretos Muçulmanos), entidade liderada por Elijah Muhammad. A Nação do Islã é uma organização religiosa racista que só aceita pretos entre seus membros e defende o isolamento entre pretos e brancos, que deve se dar através da criação de um país separado dos EUA. Cassius Clay, porém, só assumiu publicamente sua nova fé no dia seguinte à sua vitória sobre Linston, em 1964. Ao unir-se à Nação do Islã, Cassius Clay adotou um novo nome, Cassius X, em referência a seu orientador Malcolm X, rejeitando seu nome inglês - de "escravo", como defendem os membros da organização. Com a censura a Malcolm X pela direção da Nação do Islã, conseqüente a comentários de Malcolm X sobre o assassinato do Presidente John Kennedy, Cassius X adotou o nome escolhido por Elijah Muhammad para ele, Muhammad Ali. Tornou-se, ao lado de Malcolm X, um dos mais destacados membros da organização, permanecendo nela após a saída de Malcolm X, em 1964, que mesmo assim foi mantido entre suas amizades. Posteriormente Ali voltou-se para o Islamismo ortodoxo em sua forma sunita. A liberdade de expressão, o racismo assumido, a não distinção entre negros e negromestiços pelo racismo anglo-saxão, colaboraram para levar os negros estadunidenses a se unirem e organizarem-se eficientemente, contrastando com os negros e mestiços brasileiros que ainda vivem em grande parte iludidos e imobilizados pela propaganda de nossa elite racista da não existência de racismo no país, a que se somam leis de censura que abafam, sem resolver, o racismo nacional.