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Roberto Dinamite: diferenças entre revisões

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Revisão das 02h46min de 30 de dezembro de 2004

ROBERTO DINAMITE

Carlos Roberto de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1954, às 4:25 hs em Duque de Caxias. Logo cedo , Roberto (que naquela época era conhecido com Calu) começou a mostrar intimidade com a pelota.

Aos 12 anos o pequeno Calu já era titular do principal time do bairro, o Esporte Clube São Bento, onde se destacava como artilheiro.

Foi atuando no São Bento que, três anos mais tarde, Calu chamou a atenção de Gradim, olheiro do Vasco, responsável por garimpar jovens talentos nos campos de pelada espalhados pelo subúrbio do Rio de Janeiro. Um mês depois já estava jogando na equipe juvenil dirigida pelo saudoso Célio de Souza.

Em um ano de clube, Roberto ganhou 15 quilos, graças a um rigoroso trabalho muscular, tornando-se um dos jovens mais promissores do clube, recebendo constantes elogios de treinadores e dirigentes.

Em 28 de novembro de 1971, uma quinta-feira, o time principal do Vasco estava jogando no Maracanã contra o Internacional. Roberto, então um amador de apenas 17 anos que só tinha jogado durante metade de uma partida contra o Bahia 14 dias antes, era chamado no segundo tempo para entrar no lugar de Gílson Nunes.

Com 17 minutos de jogo, Roberto recebeu a bola na intermediária. Como ninguém consegueia pará-lo, ele avançou, enganou a defesa adversária com uma ginga de corpo e tocou forte no canto esquerdo. Gol do Vasco, primeiro gol do garoto Roberto no time profissional.

No dia seguinte o Jornal dos Sports estampava em letras garrafais a manchete criada pelo jornalista Aparício Pires: "GAROTO DINAMITE-EXPLODIU !".

Era o adeus definitivo de Calu, e surgimento de Roberto Dinamite, que viria a ser o maior ídolo da história do Vasco, imortalizando a camisa 10.

A segunda metade dos anos 70 foi de consagração para o jogador. Ano após ano, jogo após jogo, ele ia deixando de ser o garoto promissor e passava a ser o grande ídolo da torcida vascaína, Roberto Dinamite.

Em 1974, foi o artilheiro do campeonato brasileiro e um dos maiores responsáveis pela conquista do campeonato pelo Vasco. A partir daquele ano, Roberto definitivamente passou a ser ídolo da torcida, que passou a exigir sua presença na seleção brasileira, fato que aconteceu raramente em sua carreira, devido a questões políticas.

Em 1977, o Vasco estava impossível e foi campeão estadual com uma campanha histórica. Roberto foi um dos maiores responsáveis pelo título, inclusive por fazer o último gol na disputa de pênaltis na decisão.

Já em 1978 o Vasco não foi o campeão, mas Roberto voltou a brilhar, sendo o artilheiro do campeonato estadual.

Ainda nesse ano, Roberto conseguiu ser convocado para a seleção brasileira que disputaria a copa do mundo na Argentina. Ele, que não estava nos planos da CBF, foi convocado para o lugar do atacante Nunes, que se contundiu às vésperas da competição.

Na Copa da Argentina, Roberto, que ficou na reserva nos dois primeiros jogos, marcou o gol da classificação para a segunda fase, contra a Áustria. Depois, marcou dois gols contra a Polônia, em jogo que poderia ter marcado a classificação da seleção para a final, caso o Peru não facilitasse o jogo para a Argentina perdendo por 6x0.

O fim da década de 70 trouxe o desespero para a torcida do Vasco. Nos últimos dias da década surgiu a notícia de que os dirigentes do Barcelona viriam ao Brasil contratar Roberto Dinamite, o que aconteceria dias depois.

Os anos 80 começaram com tristeza para a torcida do Vasco e para Roberto. No início de 1980 ele foi contratado pelo Barcelona, mas acabou não se adaptando ao clube, sendo muito criticado lá.

Sabendo disso, Márcio Braga, presidente do Flamengo, decidiu contratá-lo. A torcida do Vasco fez pressão e a diretoria do clube o contratou novamente.

A volta de Roberto ocorreu no dia 5 de maio de 1980, num jogo VascoxCorinthians. 110.000 pessoas presenciaram a explosão de Roberto que fez 5 gols e decretou a vitória do Vasco por 5x2. Foi a volta triunfal do maior ídolo do clube.

No ano de 1981 ele foi novamente o artilheiro do campeonato estadual, atingindo a marca histórica de 31 gols, mesmo sem ter podido disputar o primeiro turno do campeonato devido a uma contusão.

Em 1982, Roberto, sempre discriminado pela imprensa e pelos dirigentes da CBF, não foi convocado para a seleção brasileira que disputaria a copa.

No entanto, como Careca havia se contundido, Roberto foi chamado para a seleção. Só que, ao contrário do que acntecera na copa de 1978, dessa vez Roberto não teve chance nem de ficar no banco de reservas.

Pelo campeonato estadual desse ano Roberto comandaria o Vasco na conquista do título, além de marcar o seu gol de número 500.

Em 1984, Roberto foi novamente o artilheiro do campeonato brasileiro, marcando 16 gols na campanha do Vasco vice-campeão. Em 1985 Roberto voltou a ser artilheiro do campeonato estadual, com 12 gols marcados.

Em 1986, mais uma vez Roberto foi injustiçado e não foi convocado para a seleção que disputaria a copa do mundo do México. Mas mesmo assim, continuou mostrando seu brilhante futebol e foi vice-artilheiro do campeonato estadual com 19 gols, sendo superado apenas por Romário, seu companheiro de equipe, que fez 20 gols.

Em 1987, Roberto continou brilhando e levou o Vasco a mais um título estadual. Novamente ele foi o vice-artilheiro, com 15 gols, sendo novamente superado apenas por Romário, que fez 16 gols.

Em 1988, Roberto sofreu com seguidas contusões e atuou em poucas partidas no campeonato estadual e no campeonato brasileiro, fazendo respectivamente 3 e 9 gols nos dois campeonatos.

Em 1989, Roberto foi desprestigiado pelo clube e acabou sendo emprestado para a Portuguesa-SP. Tudo isso devido a antigas desavenças entre ele e o presidente do clube, Antônio Soares Calçada, surgidas quando ele e Antônio Lopes declararam seu apoio a Eurico Miranda nas eleições de 1982, quando Eurico concorria contra Calçada.

Ele retornou ao clube em 1990, mas acabou ficando na reserva, mesmo fazendo gols nos jogos em que atuava. Cada vez mais desprestigiado dentro do clube, ele acabou saindo do clube em 1991, indo jogar no Campo Grande.

Retornou em 1992, em meio ao campeonato brasileiro, onde somente atuou em 2 partidas contra o Santos, sendo que em uma delas teve um gol legítimo anulado pelo árbitro, o que acabou eliminando o Vasco da competição em que era o time com maior pontuação.

Ainda em 1992 voltou a ser titular e capitão da equipe e comandou o grupo nas conquistas invictas da copa Rio e do campeonato estadual, fazendo gols importantes e alcançando a marca de 700 gols marcados.

Após o último jogo do campeonato, Roberto deu sua camisa de presente para o presidente do Vasco, Antônio Soares Calçada, num gesto misto de provocação e proposta de paz, acabando com uma inimizade antiga.

No mesmo ano, Roberto foi eleito vereador e encerrou sua carreira no futebol, passando a atuar somente nos campos da política, mas nunca abandonando o Vasco, sempre aconselhando os jogadores mais jovens e acompanhando o time mesmo nos momentos mais difíceis.