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Antroposofia: diferenças entre revisões

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Revisão das 18h35min de 18 de janeiro de 2005

== Antroposofia ==

Extraído da Wikipedia, a enciclopédia gratuita. Baseada nas idéias da ‘ciência espiritual’ de Rudolf Steiner, a Antroposofia (‘conhecimento do ser humano’) é uma filosofia que surgiu no contexto do movimento teosófico de Helena Blavatsky. A Sociedade Antroposófica foi formada em 1912, depois que Steiner saiu da Sociedade Teosófica Adyar devido a divergências com sua líder, Annie Besant. Ele foi acompanhado por um grande número de membros da Seção Alemã da Sociedade Teosófica, e tornou-se o presidente deste grupo. A Antroposofia difere da Teosofia em seu foco prático, sua ênfase no desenvolvimento de impulsos artísticos, em ter como base teórica o esoterismo ocidental (mais do que o esoterismo Hindu ou Budista), e por sua visão positiva do Cristo que, contudo, ainda é bastante diferente da visão Cristã comum. Steiner definiu a Antroposofia como “um caminho de conhecimento para guiar o Espiritual do ser humano ao Espiritual do Universo.” Afirma que as pessoas não são meramente observadoras separadas do mundo externo. De acordo com Steiner, a realidade surge somente na união do espiritual e do físico – i.e., “onde o conceito e a percepção se encontram". O objetivo do antropósofo é tornar-se “mais humano”, ao aumentar sua consciência e deliberar sobre seus pensamentos e ações. Pode-se atingir altos níveis de consciência pela meditação e observação dos fenômenos da Natureza e do próprio processo cognitivo. Steiner descreveu e desenvolveu numerosos exercícios para a obtenção da capacidade de experienciar o mundo supra-sensível. Os antropósofos vêem os seres humanos como que constituídos de três membros inter-relacionados: o corpo, a alma e o espírito. Esta visão é completamente desenvolvida nos livros de Steiner Teosofia e A ciência oculta (Compare com o Gnosticismo, que tem uma visão trimembrada relativamente parecida. Contudo, para o Gnosticismo, o Cristo é, fundalmentalmente, uma experiência mística, enquanto que para Steiner, a sua encarnação também foi uma realidade histórica). A base epistemológica da Antroposofia está contida na obra A filosofia da liberdade, assim como em sua tese de doutoramento, Verdade e ciência. Estes e vários outros livros de Steiner anteciparam a gradual superação do idealismo cartesiano e do subjetivismo kantiano da filosofia do século XX. Assim como Edmund Husserl e Ortega y Gasset, Steiner foi profundamente influenciado pelos trabalhos de Franz Brentano, e havia lido Wilhelm Dilthey em detalhe. Por meio de seus primeiros livros, de cunho epistemológico e filosófico, Steiner tornou-se um dos primeiros filósofos europeus a superar a ruptura entre sujeito e objeto que Descartes, a física clássica, e várias forças históricas complexas gravaram na mente humana ao longo de vários séculos. Steiner também ministrou vários ciclos de palestras para médicos, a partir dos quais surgiu um movimento de medicina antroposófica que se espalhou pelo mundo e agora inclui milhares de médicos, psicólogos e terapeutas, e que possui seus próprios hospitais e universidades médicas. Outras vertentes práticas da Antroposofia incluem: a arquitetura (Goetheanum), a Agricultura Biodinâmica, a educação infantil e juvenil (Pedagogia Waldorf), a farmácia homeopática (Wala, Weleda, Sirimim), a filosofia (A "Filosofia da Liberdade”), a Euritmia ("o movimento como verbo visível e som visível"), e os centros para ajuda de crianças especiais (Vilas Camphill). Contudo, a Antroposofia possui seus detratores. Os críticos designaram-na como um culto com similaridades em relação aos movimentos da Nova Era. Se for um culto, contudo, é um que fortemente enfatiza a liberdade individual. Ainda, alguns críticos sustentam que os antropósofos tendem a elevar as opiniões pessoais de Steiner, muitas das quais são estranhas às visões das religiões ortodoxas, da ciência e das humanidades, ao nível das verdades absolutas. Se existe alguma verdade nesta crítica, a maior parte da culpa pertence não a Steiner, mas a seus estudantes. Steiner freqüentemente estimulou seus estudantes a testarem tudo o que ele dizia, e em muitas ocasiões, até mesmo implorou a eles que não tomassem nada do que dissesse com base na fé ou autoridade. Outra crítica afirma que alguns antropósofos parecem distanciar suas atividades públicas da possível inferência de que a Antroposofia é baseada sobre elementos esotéricos religiosos, tendendo a apresentá-los ao público como uma filosofia acadêmica não-sectária. Uma dificuldade em avaliar essa crítica é que ela contém um preconceito oculto porque ignora uma questão que a antroposofia procurou levantar e responder: é possível para aquele que pensa ser tanto cientificamente quanto espiritualmente cognitivo, ao mesmo tempo? A Antroposofia afirma que isso é possível. A crítica supramencionada, por outro lado, assume que não é possível, e portanto encontra uma contradição entre a afirmação de um não-sectarismo e um embasamento na experiência supra-sensível.