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Revolta da vacina: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h10min de 5 de fevereiro de 2005

Revolta da Vacina Movimento popular ocorrido em 1904 no Rio de Janeiro contra a vacinação obrigatória determinada pelo governo para combater a varíola. No início do século XX, o Rio de Janeiro é a maior cidade do país. A inexistência de saneamento básico e de controle sanitário deixa seus 720 mil habitantes à mercê de freqüentes epidemias de febre amarela, peste bubônica, varíola e outras doenças. A população pobre, moradora de cortiços nos bairros mais insalubres, é a principal vítima do caos da saúde pública.

O presidente Rodrigues Alves (1902-1906) investe pesadamente no saneamento do Distrito Federal. Apóia os planos do prefeito Pereira Passos para a reurbanização do centro da cidade e nomeia o biólogo e cientista Oswaldo Cruz (1872-1917) para chefiar o Departamento Nacional de Saúde Pública e conduzir a reforma sanitária.

Impostas violentamente aos cariocas, as campanhas de saneamento e vacinação obrigatória terminam perdendo seu caráter benéfico e ganham um cunho autoritário. Sem entender o alcance e a eficácia das medidas, a população reage a elas. A remoção forçada dos populares dos cortiços e morros centrais para bairros distantes gera enorme tensão social na capital. Cresce também a disputa política em torno da votação da lei que torna universal e obrigatória a vacinação contra a varíola. A lei é aprovada pelo Congresso Nacional a 31 de outubro de 1904. Em 5 de novembro, a oposição cria a Liga Contra a Vacina Obrigatória e, a 10 de novembro, começam os confrontos entre populares e forças policiais. Os conflitos causam mortos e feridos. No dia 14, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha rebelam-se contra o governo federal, que ordena o bombardeio dos morros do bairro da Saúde, reduto da insurreição. A 16 de novembro, Rodrigues Alves revoga a Lei da Vacina Obrigatória. No dia seguinte, com apoio do Exército e da Marinha, a polícia ocupa o bairro da Saúde e acaba com a revolta.