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Braga: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h06min de 6 de julho de 2003

Resenha histórica

A ocupação humana da região onde se integra o município de Braga remonta a milhares de anos, estando documentada por vestígios que adquirem monumentalidade a partir do período megalítico. Na época correspondente à Idade do Ferro, desenvolveu-se a denominada "cultura castreja", característica do povo "brácaro" que ocupava estrategicamente sítios fortificados nos pontos altos do relevo.

O processo de romanização iniciou-se por volta do ano 200 A.C., consolidando-se a partir dos primórdios da nossa era, com a fundação da primeira cidade de Braga - Bracara Augusta.

A partir do século V, as invasões bárbaras (povos: Suevo e Visigodo), trouxeram à região profunda conturbação que se prolongou com os Árabes até finais do século VIII, só se iniciando o processo reorganizativo nos finais do século seguinte.

Cerca de 1070, D. Pedro, primeiro Bispo de Braga, reorganiza a Diocese, conhecendo a cidade e a área envolvente um clima de franco fortalecimento das suas estruturas fundamentais. A urbe vai-se desenvolvendo em torno da Catedral circunscrita ao núcleo amuralhado e sucessivamente fortificado ( D. Henrique, D. Dinis e D. Fernando), não sofre significativa expansão. Braga no século XVI, é uma cidadela que vive à margem dos ventos dos descobrimentos e do "progresso" consagrado na época. D. Diogo de Sousa (insigne Arcebispo), homem de ideias renascentistas, vai transformá-la de tal forma, que se pode falar em refundação, sobrevivendo a nova Bracara, quase inalterada, até ao século XIX.

Ao período vivido entre meados de quinhentos e as primeiras décadas de setecentos, associa-se um fervoroso clima de religiosidade, patente na afluência de comunidades religiosas que vão construir Mosteiros, Conventos e Igrejas, apagando sucessivamente os edifícios de traça romana e influenciando a própria arquitectura civil através do recobrimento das fachadas do casario com gelosias.


No século XVIII, Braga ressurge e brilha nas floreadas curvas do Barroco, protagonizadas pelos Arcebispos da Casa de Bragança e pelo génio artístico de André Soares (Arquitecto 1720- 1769), que lhe conferiram para a eternidade, um legado excepcional, verdadeiro Ex-Libris do Barroco em Portugal. No final do século assiste-se com Carlos Amarante (Engenheiro e Arquitecto 1742-1815) à transição para o Neoclássico.

A centúria seguinte traz consigo focos de conflito e destruição (invasões francesas e lutas liberais), afluindo a partir da segunda metade, o dinheiro e o gosto dos "brasileiros" (emigrados portugueses regressados do Brasil). Introduzem-se na cidade algumas "melhorias" a nível de infra-estruturas e equipamentos e o centro cívico deixa a tradicional zona da Sé, passando para o Jardim Público, hoje chamado Avenida Central.

A viagem em curso pelo século XX, consolidou e implementou novos instrumentos de desenvolvimento (água, saneamento, transportes, etc.), importando mencionar em termos de património construído o edifício do Teatro Circo e o conjunto de fachadas que definem o topo nascente da Avenida da Liberdade.

O período pós-revolução traduziu-se num enorme crescimento a todos os níveis (demográfico, económico, cultural, urbanístico), convertendo-se Braga, muito provavelmente na terceira cidade do País. Ao nível das intervenções arquitectónicas, há que referir ainda, embora com a devida ressalva da proximidade temporal, o Mercado Municipal do Carandá e o Palácio de Exposições e Desportos, edifícios considerados importantes no contexto da arquitectura portuguesa contemporânea. Por outro lado, assiste-se a uma actuação permanente e sensibilizada em prol do magnífico património arquitectónico bracarense.