António de Montesinos: diferenças entre revisões

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Frei '''António de Montesinos''' foi um [[frade]] e pregador [[Ordem dos Pregadores|dominicano]] que se distingui no combate contra o abuso ao qual se submetiam os indígenas da América por parte dos colonizadores.
Frei '''António de Montesinos''' foi um [[frade]] e pregador [[Ordem dos Pregadores|dominicano]] que se distingui no combate contra o abuso ao qual se submetiam os indígenas da América por parte dos colonizadores.


Enviado para a América em 1510 pelo cardeal [[Gonzalo Jiménez de Cisneros]], com outros companheiros a fim de missionar as novas terras, deparou-se com uma situação com que não contava. Em 1511, por ocasião da missa do quarto domingo do advento, a 21 de Dezembro de 1511 e após aturado estudo da situação concreta daquelas populações à luz da fé cristã, a Comunidade a que pertencia encarregou-o de pronunciar um Sermão que haveria de ficar na História como a primeira defesa dos direitos naturais e humanos dos índios americanos.
Enviado para a América em 1510 pelo cardeal [[Gonzalo Jiménez de Cisneros]], com outros companheiros a fim de missionar as novas terras, deparou-se com uma situação com que não contava. Em 1511, por ocasião da missa do quarto domingo do advento, a 21 de Dezembro de 1511 e após apurado estudo da situação concreta daquelas populações à luz da fé cristã, a Comunidade a que pertencia encarregou-o de pronunciar um Sermão que haveria de ficar na História como a primeira defesa dos direitos naturais e humanos dos índios americanos.


«''Todos vós estais em pecado mortal.
«''Todos vós estais em pecado mortal.

Revisão das 12h13min de 22 de junho de 2014

Frei António de Montesinos foi um frade e pregador dominicano que se distingui no combate contra o abuso ao qual se submetiam os indígenas da América por parte dos colonizadores.

Enviado para a América em 1510 pelo cardeal Gonzalo Jiménez de Cisneros, com outros companheiros a fim de missionar as novas terras, deparou-se com uma situação com que não contava. Em 1511, por ocasião da missa do quarto domingo do advento, a 21 de Dezembro de 1511 e após apurado estudo da situação concreta daquelas populações à luz da fé cristã, a Comunidade a que pertencia encarregou-o de pronunciar um Sermão que haveria de ficar na História como a primeira defesa dos direitos naturais e humanos dos índios americanos.

«Todos vós estais em pecado mortal. Nele viveis e nele morrereis, devido à crueldade e tiranias que usais com estas gentes inocentes. Dizei-me, com que direito e baseados em que justiça, mantendes em tão cruel e horrível servidão os índios? Com que autoridade fizestes estas detestáveis guerras a estes povos que estavam em suas terras mansas e pacíficas e tão numerosas e os consumistes com mortes e destruições inauditas? Como os tendes tão oprimidos e fatigados, sem dar-lhes de comer e cura-los em suas enfermidades? Os excessivos trabalhos que lhes impondes, os faz morrer, ou melhor dizendo, vós os matais para poder arrancar e adquirir ouro cada dia... Não são eles acaso homens? Não tem almas racionais? Vós não sois obrigados a amá-los como a vós mesmos? Será que não entendeis isso? Não o podeis sentir?»

No entanto os colonizadores imputam aos frades o desejo de subverter as leis e a ordem. O almirante, acompanhado por outras autoridades, decide dirigir-se à casa dos religiosos sendo recebido pelo prior Frei Pedro de Córdoba. O superior explica que António de Montesinos apenas foi a voz da comunidade. Que esta tinha estudado à luz da fé e do Evangelho a situação e que nada havia a retirar do que tinha ido dito. Que quando um elemento da casa pregava era toda a comunidade que pregava.

De volta a Espanha, é membro da Junta presidida por Juan Rodríguez de Fonseca cujas preposições são a base das Leis de Burgos (1512). Em 1528 viajou com vinte frades para a Venezuela, tendo-se como sua última noticia que morreu martirizado em 1545. É autor de "Informatio iuridica in Indorum defensionem"