Concílio de Vannes: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 6: Linha 6:
Esta foi a primeira vez que a cidade dos [[Vênetos (Gália)|vênetos]] recebeu uma [[diocese]] e as ordens religiosas católicas. Os bispos que se apresentaram no concílio foram: São [[Nonéquio I de Nantes|Nonéquio I]], [[Bispo de Nantes]]; São [[Perpétuode Tours|Perpétuo]], [[Bispo de Tours]] e [[Artêmio de Rennes|Artêmio]], [[bispo de Rennes]].
Esta foi a primeira vez que a cidade dos [[Vênetos (Gália)|vênetos]] recebeu uma [[diocese]] e as ordens religiosas católicas. Os bispos que se apresentaram no concílio foram: São [[Nonéquio I de Nantes|Nonéquio I]], [[Bispo de Nantes]]; São [[Perpétuode Tours|Perpétuo]], [[Bispo de Tours]] e [[Artêmio de Rennes|Artêmio]], [[bispo de Rennes]].


A presença de uma comunidade cristã no território foi estabelecida um tanto antes da realização do concílio ''venetiano'' de Vannes, já que a existência de um bispo em Vannes fora atestada desde [[453]], por sua presença no [[Concílio de Angers]] <ref>Frélaut Bertrand, História do Vannes , p. 19</ref> , mas foi somente pelo idos de [[461]] ou [[465]], quando da realização do referido concílio, é que foi formalizada, identificada e documentada a existência de um [[bispo de Vannes]] [e considerado historicamente como sendo o primeiro]. Este reconheceu a ''Paternus'', um [[galo-romana]], como [[santo padroeiro]] da cidade e clessificou-o como sendo um dos [[sete santos fundadores da Bretanha]]. {{Nota de rodapé|Os Sete Santos fundaram sete cidades episcopais: Foram os episcopados de [[Saint-Malo|Saint Malo]], fundada por [[São Malo]] (ou ''Maclou''); de [[Dol-de-Bretagne|Dol da Bretanha]], fundada por [[São Sansão]]; de [[Saint-Brieuc|Saint Brieuc]], fundada por [[São Brioco]]; de [[Trégor]], fundada por [[São Tugdual]]; de [[Saint Pol de Léon]], fundada por São [[Paulo Aureliano]]; de [[Quimper]], fundada por [[São Corentino]] e de [[Vannes]] fundada por [[São Paterno]].}} Já que ele sendo um bretão (de [[Armórica]]) havia migrado para a [[País de Gales|Bretanha Insular]], onde fundou mosteiros, dentre os quais, o mais famosos, foi o de "Lhan-Paderne-Vaur" – “Igreja do Grande Paterno”, [[Condado de Cardigan|condado de Cardigan]], e depois recebera a diocese de [[Diocese de Vannes|Vannes]] do rei [[Caradoc]]. {{Nota de rodapé|Em um romance hagiográfico denominado “Vita Paterni”, o bispo é envolvido em lendas e fábulas}} e fora responsável junto com o bispo de Dol, Sansão pela organização eclesiastica da região. {{Nota de rodapé|No romance [ou lenda] ''Padarn Beisrudd ap Tegid'' (tradução literal: ''O manto escarlate de Paternus, filho de Tegid'') No romance, o manto ou túnica cria um elo entre ''Paternus'' e o lendário [[Rei Arthur|Arthur]]. Esta túnica, manto ou casaco figura entretanto como um dos [[Treze Tesouros da Ilha da Grã-Bretanha]].}}
A presença de uma comunidade cristã no território foi estabelecida um tanto antes da realização do concílio ''venetiano'' de Vannes, já que a existência de um bispo em Vannes fora atestada desde [[453]], por sua presença no [[Concílio de Angers]] <ref>Frélaut Bertrand, História do Vannes , p. 19</ref> , mas foi somente pelo idos de [[461]] ou [[465]], quando da realização do referido concílio, é que foi formalizada, identificada e documentada a existência de um [[bispo de Vannes]] [e considerado historicamente como sendo o primeiro]. Este reconheceu a ''Paternus'', um [[galo-romana]], como [[santo padroeiro]] da cidade e classificou-o como sendo um dos [[sete santos fundadores da Bretanha]]. {{Nota de rodapé|Os Sete Santos fundaram sete cidades episcopais: Foram os episcopados de [[Saint-Malo|Saint Malo]], fundada por [[São Malo]] (ou ''Maclou''); de [[Dol-de-Bretagne|Dol da Bretanha]], fundada por [[São Sansão]]; de [[Saint-Brieuc|Saint Brieuc]], fundada por [[São Brioco]]; de [[Trégor]], fundada por [[São Tugdual]]; de [[Saint Pol de Léon]], fundada por São [[Paulo Aureliano]]; de [[Quimper]], fundada por [[São Corentino]] e de [[Vannes]] fundada por [[São Paterno]].}} Já que ele sendo um bretão (de [[Armórica]]) havia migrado para a [[País de Gales|Bretanha Insular]], onde fundou mosteiros, dentre os quais, o mais famosos, foi o de "Lhan-Paderne-Vaur" – “Igreja do Grande Paterno”, [[Condado de Cardigan|condado de Cardigan]], e depois recebera a diocese de [[Diocese de Vannes|Vannes]] do rei [[Caradoc]]. {{Nota de rodapé|Em um romance hagiográfico denominado “Vita Paterni”, o bispo é envolvido em lendas e fábulas}} e fora responsável junto com o bispo de Dol, Sansão pela organização eclesiastica da região. {{Nota de rodapé|No romance [ou lenda] ''Padarn Beisrudd ap Tegid'' (tradução literal: ''O manto escarlate de Paternus, filho de Tegid'') No romance, o manto ou túnica cria um elo entre ''Paternus'' e o lendário [[Rei Arthur|Arthur]]. Esta túnica, manto ou casaco figura entretanto como um dos [[Treze Tesouros da Ilha da Grã-Bretanha]].}}


==Decisões do concílio==
==Decisões do concílio==

Revisão das 00h47min de 4 de julho de 2014

O Concílio de Vannes foi em verdade um concílio provincial e lealizou-se na cidade de Vannes no ano 461 [1] ou 465 [2] e foi convocado e presidido por São Perpétuo, bispo metropolitano da Arquidiocese de Tours. Este concílio inaugurou "oficialmente" a fundação do bispado de Vannes e oficiou a consagração do santo padroeiro da cidade: São Paterno

Ícone de São Paterno de Vannes pintadapour 'Association orthodoxe sainte Anne (Bretanha).
A Catedral de Vannes

História

Esta foi a primeira vez que a cidade dos vênetos recebeu uma diocese e as ordens religiosas católicas. Os bispos que se apresentaram no concílio foram: São Nonéquio I, Bispo de Nantes; São Perpétuo, Bispo de Tours e Artêmio, bispo de Rennes.

A presença de uma comunidade cristã no território foi estabelecida um tanto antes da realização do concílio venetiano de Vannes, já que a existência de um bispo em Vannes fora atestada desde 453, por sua presença no Concílio de Angers [3] , mas foi somente pelo idos de 461 ou 465, quando da realização do referido concílio, é que foi formalizada, identificada e documentada a existência de um bispo de Vannes [e considerado historicamente como sendo o primeiro]. Este reconheceu a Paternus, um galo-romana, como santo padroeiro da cidade e classificou-o como sendo um dos sete santos fundadores da Bretanha. [nota 1] Já que ele sendo um bretão (de Armórica) havia migrado para a Bretanha Insular, onde fundou mosteiros, dentre os quais, o mais famosos, foi o de "Lhan-Paderne-Vaur" – “Igreja do Grande Paterno”, condado de Cardigan, e depois recebera a diocese de Vannes do rei Caradoc. [nota 2] e fora responsável junto com o bispo de Dol, Sansão pela organização eclesiastica da região. [nota 3]

Decisões do concílio

O Concílio de Vannes foi conclusivamente dedicado a santo Paterno[nota 4], prestando-lhe as honras e o reconhecimento devidos por sua atuação como bispo de Vannes episcopus Venetensis (bispo dos vênetos). O concílio também propugnou sobre os limites atribuídos ao bispado de Vannes, que respondia à diocese metropolitana de Tours,[4] e cujo limite territorial ficou definido pelo concilio, como sendo a região (dos Veneti) de Vannes, cujos limites eram:

Os bispos reunidos neste concilio ponderaram e decidiram sobre dezesseis itens, alguns deles forram:

Cânone Primeiro

"... Serão separados da comunhão da igreja aos homicidas e falsas testemunhas, até que estes cumpram com a devida penitência."

Cânone Segundo

"... Serão separados da comunhão da igreja aqueles que, repudiando suas esposas, pratiquem o adultério, até que pove a inverdade ou corrija o erro da prática..."

Cânone Terceiro

"... Normatizar ao clero, a quem o casamento é proibido, que não se envolva em casamentos de outros, nem se envolva ou permaneça em lugares onde os seus olhos e ouvidos, para os sagrados mistérios, possam ser contaminados com imagens ou linguagem obscena."

Cânone Décimo terceiro

"... Condenar, muito veementemente a embriaguez na igreja como fonte de todos os tipos de pecados, a qual será passível de punição fisicamente..."

Cânone Décimo quarto

"Sob pena de excomunhão, os clérigos não deverão se envolver em adivinhação pela herança dos santos e da Sagrada Escritura."

Outras decisões

  • Proibiu-se aos clérigos em compartilhar refeições com os judeus;
  • Obrigação para o clero e os monges submeterem-se à autoridade episcopal;
  • Ordenou-se para que os habitantes das cidades atendessem à matinas;
  • Proclamação de uma única regra nos ofícios divinos: a unidade litúrgica dentro da mesma província.

Outros Concílios de Vannes

Na sua cronologia histórica, o historiador e diplomata francês Jacques Maria José Luís (1815-1897), conde de Mas Latrie, relatou outros concílios que foram realizadas em Vannes:

Ver também

Concílios não-ecumênicos

Notas

  1. Os Sete Santos fundaram sete cidades episcopais: Foram os episcopados de Saint Malo, fundada por São Malo (ou Maclou); de Dol da Bretanha, fundada por São Sansão; de Saint Brieuc, fundada por São Brioco; de Trégor, fundada por São Tugdual; de Saint Pol de Léon, fundada por São Paulo Aureliano; de Quimper, fundada por São Corentino e de Vannes fundada por São Paterno.
  2. Em um romance hagiográfico denominado “Vita Paterni”, o bispo é envolvido em lendas e fábulas
  3. No romance [ou lenda] Padarn Beisrudd ap Tegid (tradução literal: O manto escarlate de Paternus, filho de Tegid) No romance, o manto ou túnica cria um elo entre Paternus e o lendário Arthur. Esta túnica, manto ou casaco figura entretanto como um dos Treze Tesouros da Ilha da Grã-Bretanha.
  4. O bispo São Paterno de Vannes ficou também conhecido como Paterno o Ancião, para distingui-lo de seu homônimo e Paterno de Avranches, bispo Coutances, na Normandia.
  5. O paganismo foi tema de discussão e foi condenado, assim como seus praticantes, no Concílio de Arles, em 442; no Concílio de Vannes, em 491; no Concílio de Orleans, em 541; no II Concílio de Tours, em 567; no Concílio de Auxerre, em 605; no Concílio de Clichy, em 627; no Concílio de Toledo, em 693; no Concílio de Leptines, em 743; no Concílio de Aachen, em 789 e no Concílio de Mayence, em 813, entre outros.

Referências

  1. Louis Mas Latrie, cronologia histórica dos papas, concílios e concílios gerais ... , p. 319
  2. Paul Abbot Filsjean, Pons Augustin Alletz, Dicionário de concílios ... , p. 428
  3. Frélaut Bertrand, História do Vannes , p. 19
  4. A. Chédevile, H. Guillotel e Brittany santos e reis , Rennes, 1984, p. 114.

Bibliografia

  • Bertrand Frélaut História de Vannes , John Paul Gisserot Publishing, 2000 leitura on-line .
  • Louis de Latrie Mas , cronologia histórica dos papas, concílios e concílios gerais da Gália e da França , Krabbe PH, Paris, 1836 leitura on-line.
  • Padre Paulo Filsjean, Pons Augustin Alletz, Dicionário de concílios: seguido por uma coleção de cânones o mais notável , o irmão de Gauthier et Cie, Paris, 1835 leitura on-line.
  • Ramsay MacMullen Voting about God in early church councils - Yale University Press , 2006/10/10 - 170 leitura on-line.
  • Alletz, Pons Augustin (1703-1785) Diccionario portatil de los Concilios, que contiene una suma de todos los Concilios Generales, Nacionales, Provinciales, y Particulares...:a que se ha añadido una Colección de los Cánones más notables... - En Madrid : en la imprenta de Antonio Perez de Soto, a costa de la Real Comañía de Impresores y Libreros del Reyno - 1772 leitura on-line.
  • Alletz, Pons Augustin (1703-1785) Diccionario portatil de los Concilios Alletz, Pons Augustin (1703-1785) Diccionario portatil de los Concilios leitura on-line.
  • Vita Sancti Paterno: A Vida de São Padarn , escrito em Cemis, Pembrokeshire , no século XII. Encontrado na Biblioteca Britânica Cotton Manuscrito Vespasiano A xiv.
  • Vita Sancti Paterni: A Vida de São Padarn e o Miniu Original", Trivium 33 (2003) ( Charles Thomas e David Howlett).