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Governo Lula (2003–2011): diferenças entre revisões

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Revisão das 21h37min de 14 de julho de 2004

 O governo Lula é o resultado de anos e anos de esperanças de um povo, consumidas ao longo de períodos mais desastrosos da história brasileira. Os brasileiros saíram de um período ditatorial, em que os militares comandavam todas as ações e decidiam quais os modelos que deveriam ser seguidos pela população a partir de 1964. Na resistência a esse regime de força, surgiram os movimentos populares entre os quais estava situado o sindicalismo do ABC paulista. 
  Lula, o líder sindical veio exatamente a reboque dessa necessidade imperiosa de transformação. O povo que lutava contra a opressão e a tortura, vendo seus filhos serem mortos ou desaparecidos através do expediente do exílio, não compreendeu de imediato o surgimento da liderança de Luiz Inácio Lula da Silva.
  Lembro-me muito bem que em entrevistas diversas concedidas a órgãos de imprensa da esquerda, o sentimento desse líder era como que um sinal de esperança na revitalização de um tempo novo para os brasileiros. 
  Por três ocasiões, Lula colocou seu nome como candidato às preferências eleitorais brasileiras e, somente, há cerca de dois anos mais ou menos é que essa compreensão surgiu no íntimo do povo de uma maneira espetacular. Lula venceu as eleições de forma comovente, até. Mas o passar do tempo revelaria que seu governo, infelizmente, estará atrelado às forças do regime capitalista, responsável também pelo grande distanciamento da vitória de um povo. 
  Somos, a bem da verdade, uma nação riquíssima, de altas potencialidades e que se projeta no mundo moderno como uma das mais importantes tanto econômica quanto culturalmente falando. Mas o olhar da elite econômica desse país se mantém vivamente afeiçoado a uma paisagem onde o lucro do capital é a única forma de especulação, enquanto o seu povo atravessa as mais profundas dificuldades. 
  Desemprego, fome, miséria, falta de moradia, baixa escolaridade, dificuldades de acesso ao atendimento à saúde, tudo isso tem se revelado verdadeiros "dragões da maldade", para utilizar uma expressão de um de seus filhos mais importantes o cineasta Gláuber Rocha - "O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro" -, a dinamitar o esforço coletivo e social desa nação. 
  O presidente Lula, eleito, parece ter sucumbido às pressões das gestões externas, comandadas de Washingthon pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), este um dos órgãos contra quem mais o líder sindical, hoje na presidência, combateu. Há um distanciamento muito grande entre as ações do governo Lula em benefício direto ao povo. Algumas prátias condenáveis de governos recentes, como os de Sarney, Collor e Itamar Franco e FHC, repetem-se com uma surpreendente assiduidade, interpondo-se na realização do verdadeiro desiderato do bem comum, que é a esperança de um governo popular, que prive os ricos de um pouco de sua ganância e abasteça os celeiros vazios da fome nacional. O povo quer Lula como o da teoria de outros anos, renegando o lula da prática de hoje em dia. 

Nonato Albuquerque jornalista www.antenaparanoica.blogger.com.br Fortaleza-CE-BR