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Cucumbi: diferenças entre revisões

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Revisão das 04h14min de 21 de julho de 2004

CACUMBI

Não se sabe ao certo a origem do Cacumbi, acredita-se que é uma variação de outros tipos de dança como Congada, Guerreiro e Reisado. O grupo apresenta-se na Procissão de Bom Jesus dos Navegantes e no Dia de Reis, quando a dança é realizada em homenagem a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Pela manhã, os integrantes do grupo assistem à missa na igreja, onde cantam e dançam em homenagem aos santos padroeiros. Depois das louvações, o grupo sai às ruas cantando músicas profanas e, à tarde, acompanham a procissão pelas ruas da cidade.

Seus personagens são o Mestre, o Contra-Mestre e os dançadores e cantadores; o grupo é composto exclusivamente por homens. Os componentes vestem calça branca, camisa amarela e chapéus enfeitados com fitas, espelhos e laços. Só o Mestre e o Contra-Mestre usam camisas azuis. O ritmo é forte, o som marcante e o apito coordena a mudança dos passos. Os instrumentos que acompanham o grupo são: cuíca, pandeiro, reco-reco, caixa e ganzá.

No Sergipe, o Cacumbi é encontrado nos municípios de Lagarto, Japaratuba, Riachuelo e Laranjeiras.

O maculelê é remanescente do cucumbi, e hoje tem vida própria.


Na Enciclopédia da Música Brasileira - Instrumento folclórico de origem africana, usado na dança homônima e também nas taieiras.

Dança dramática ou folguedo. Alguns autores a consideram de origem banto. Segundo Melo Morais Filho, o nome era dado na Bahia aos negros congos que, no dia da circuncisão dos filhos (ritual da puberdade), faziam uma refeição de cucumbe e realizavam o bailado do cucumbi.

Artur Ramos vê em cucumbe - que ele chama cucumbre - a origem do termo cucumbi (provavelmente "pepino", como se depreende do espanhol e do francês, deixando presumir influência remota islâmica, o que excluiria a hipótese banto como origem africana). Hoje parece estar em desuso, e suas últimas referências no Brasil datam do séc. XIX. Provavelmente surgido na Bahia, o bailado foi daí levado ao Rio de Janeiro pelos negros. Realizava-se no Natal e no Carnaval. No Rio de Janeiro, organizado em sociedades carnavalescas, talvez tenha originado, segundo Luciano Gallet, os cordões e blocos atuais.

Os personagens vestiam-se com tangas e cocares de penas, adornavam-se com colares de coral, miçangas e dentes de animais, e usavam armas como arco-e-flecha e pequenos bastões (grimas). Os personagens conhecidos são: rei, rainha, capataz (chefe do grupo), língua (embaixador ou intérprete), quimboto (feiticeiro), mameto (criança, filho dos reis) e caboclo, todos solistas; havia ainda príncipes, princesas, embaixadores, áugures e outros que dançavam, tocavam e executavam coros. Na apresentação do cucumbi, formam-se dois grupos: o do rei negro e o do caboclo (grupo de índios). Após dançarem, o grupo do caboclo ataca o do rei negro. O caboclo mata o mameto, filho do rei, e o língua, enviado pelo rei, comunica o fato à rainha.

A pedido dela, o quimboto ressuscita o mameto através de magia e fulmina o caboclo com o olhar. O caboclo, também pela magia, ressuscita e tenta matar novamente o mameto. Trava-se uma batalha entre os dois grupos, e o caboclo e os índios são vencidos.

Ao final, o quimboto ou se casa com a filha do rei ou a recusa, se já for casado. O grupo entoa as louvações e a despedida e vai apresentar-se em outra parte. Citam-se os seguintes instrumentos: ganzás, xequerês, chocalhos, tamborins, adufes, agogôs, marimbas e pianos-de-cuia.

Artur Ramos vê nos cucumbis uma reminiscência das lutas entre monarquias africanas e das lutas do matriarcado, dada a importância da rainha na dança. Esse autor e o historiador Luís Edmundo o relacionam à dança dramática dos congos e congadas. Outros, inclusive Oneyda Alvarenga, acham essa relação errônea, considerando os cucumbis muito mais semelhantes aos quilombos. Também conhecido como quicumbi.

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