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Campo Belo: diferenças entre revisões

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Revisão das 17h41min de 4 de março de 2004

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Acredita-se que o local servia de pouso para os viajantes, pela proximidade com a Estrada Real. Uma tradição oral nos conta que viajando por ínvios caminhos, uma dessas caravanas vindas do sul e em demanda do oeste de Minas, acampou casualmente, ao entardecer de um dia muito claro e quente, perto de manso regato, para descansar e passar a noite.

Em pesquisa pela redondeza do pouso, quis a fortuna que ao chefe de expedição se deparasse no âmago da floresta, uma verde alcatifa aureolada por mato fechado. E ao leve farfalhar do arvoredo que lamentava o fim do dia, a voz do sertanista se elevou triunfal numa exclamação que está atravessando séculos - Que campo belo!

Acampara o viajor próximo ao córrego que posteriormente veio a chamar-se "Lavapés"; ficava o campo belo à distância, na graciosa encosta de uma colina. Romão Fagundes do Amaral, era como se chamava o aventureiro.

Mais tarde, dizem que aí por 1720, às terras do campo belo chegou uma senhora por nome de Catarina Parreira, vinda de Suaçui, aqui em Minas, segundo uns, de Portugal, segundo outros.

Cerca de dez anos após sua chegada, D. Catarina, católica fervorosa, deu início às obras de monumental igreja.

Poucas cidades terão os primórdios de sua história desconhecidos como a nossa. Por mais que investigássemos não foi possível precisar a época em que foi a nossa Matriz construída. A data que demos (1720) foi estabelecida por meio de cálculos resultado de esforço de memória de velhos campo-belenses que nos deram informações. Dentre eles, fala-nos o Sr. José Martins Parreira Lopes e pessoas que historiavam a fundação de Campo Belo: Professor Manoel Francisco de Menezes, e do grande escultor, discípulo do famoso Aleijadinho, Francisco Gorgônio de Menezes.

O primeiro nome desta terra foi Povoação do Ribeirão São João, nome que ainda se conserva no pequeno curso d’água que banha esta cidade.

Deve datar de 1783 a substituição do nome do povoado para Arraial do Senhor Bom Jesus de Campo Belo e, em 24 de setembro de 1818, conforme alvará régio, passa a denominar-se Freguesia ou Distrito Administrativo do Senhor Bom Jesus de Campo Belo, pertencente a Vila de São Bento do Tamanduá, hoje cidade de Itapecerica. Em 28 de setembro de 1879, definitivamente aqui instalada a Vila de Campo Belo e, por lei provincial de 23 de setembro de 1884, foi elevada à categoria de cidade.

A instalação da comarca deu-se em 7 de março de 1892. Junto veio a Imprensa com a primeira edição de "O Campo Belo", que foi o primeiro jornal aqui fundado.

Em 10 de fevereiro de 1898, foi inaugurada a Estrada de Ferro Oeste de Minas, beneficiando o progresso de uma vasta zona, rica e fértil, ligando São João Del Rei a Ribeirão Vermelho, Lavras, passando por Campo Belo, Candeias, com destino a Catalão, na Província de Goiás. Este roteiro visava também a ligação com Barra Mansa na Província do Rio de Janeiro.

O prédio da estação tem arquitetura modesta, localizado à Praça Ibraim Abrão. Ligada a esta Estação, existe uma sub-Estação denominada Jarbas Gambogi que servia de embarque e desembarque de gado para o Rio de Janeiro, uma das fontes de renda do município. Atualmente, com a privatização da Rede Ferroviária, os prédios foram cedidos para a cidade, que utiliza o antigo prédio da Estação para o Museu Municipal e o prédio da sub-Estação foi transformado em um Posto de Saúde.

O transporte feito hoje pela Estrada de Ferro é somente o de cargas.

No final do século XIX, em 1895 foi criado o 1º Colégio particular, o Colégio Nunes que foi fechado em 1899. Outros vieram, mas tiveram o mesmo fim.

No início do século não via a Coroa Portuguesa, com bons olhos a instrução no Brasil, tanto é que dificultava e até fechava escolas públicas, que seriam abertas à revelia de Portugal. Anos depois da Independência, começaram a aparecer as primeiras escolas. Com o tempo a população, por si mesma, reivindicava a criação de grupos escolares pelo Estado. Foi então, criado no ano de 1908, o 1º Grupo Escolar nesta cidade, seu prédio foi inaugurado em 22 de janeiro de 1910, tendo como patrono o grande campo-belense e vigário da paróquia Cônego Ulisses Furtado de Sousa.

Em 1920, aqui chegaram dos Estados Unidos D. Ruth B. See, Henriqueta Armstrong, D. Evangelina Deslandes e fundaram o Colégio Evangélico "Henriqueta Armstrong", este Colégio particular Americano se entrelaça com a Igreja Presbiteriana local, no sentido de propagar a doutrina.

Por outro lado, chamando para o redil do Senhor as almas através do catolicismo, eleva-se em 1930, o majestoso prédio do Colégio e Escola Normal "São José", dirigido pelas Irmãs Servas do Espírito Santo, vindas da Alemanha, este colégio era restrito ao sexo feminino.

Em 1933, funda-se o "Colégio Campo Belo", que depois veio a chamar Colégio Dom Cabral, dirigido pelos Padres Crúzios, vindos da Holanda, este educandário também era restrito ao sexo masculino.

A principal praça, a da Matriz ou Cônego Ulisses, além de sua elegante arborização, é muito grande e bonita, seu projeto foi executado pelo técnico em construção de jardins Sr. Júlio Sternnetz, alemão.

Além desta praça, existem outras, tais como a Praça Menotti D’Áurea, localizada atrás da Velha Matriz, construída em 1960, a Praça Nossa Senhora Aparecida, onde se encontra o marco centenário de emancipação política-administrativa do município e de onde teria, segundo a lenda, Romão Fagundes do Amaral exclamado: que campo belo!!

Segundo o historiador local Sr. José Miserani de Carvalho, em sua obra "Velharias", as origens de Campo Belo encontram-se entre fins do século XVI, quando, por aqui andou, o bandeirante Lourenço Castanho, perseguindo os ferozes índios cataguases, data em que se deu início da civilização nestas terras.