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História do esperanto: diferenças entre revisões

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Revisão das 17h59min de 14 de maio de 2004

História do Esperanto (Primeiros anos) Resumo por Adonis Saliba (Jan,2004)

Em 26 de Julho de 1887 apareceu em Varsóvia o primeiro libro (Unua Libro) de nossa língua: Internacia Lingvo, com introdução e manual completo de Dr. Esperanto. O autor era um jovem médico e que usava esse pseudônimo com receio de prejudicar sua reputação. Lejzer Ludwik Zamenhof trabalhou muito e gastou bastante dinheiro para fazer o lançamento e a propaganda de seu projeto.

Os primeiros sucessos superaram as esperanças de Zamenhof. No "Unua Libro" ele solicitou que se fizesse uma promessa para se aprender o Esperanto, pois ele objetiva formar um grupo de falantes de 10 milhões de pessoas. Isso não aconteceu, naturalmente, e muitos que se interessaram pela língua não fizeram essa promessa, mas começaram a se dedicar profundamente ao idioma e, até mesmo, a utilizá-lo. Centenas de cartas chegavam a Zamenhof com muitas aprovações e conselhos. Havia muitas propostas de mudança e melhoria da língua. O Unua Libro foi lançado em 5 idiomas: russo, polonês, alemão, francês e inglês.

Essas propostas comumente se contrariavam. Muitos gostavam de coisas que os outros propunham ao contrário, de forma que no fim de 1887, Zamenhof lançou o seu Dua Libro de la Lingvo Internacia, no qual ele agradecia o interesse pela língua, o apoio e os conselhos. Ele prometeu editar alguns cadernos de estudo com respostas e soluções às perguntas, mas argumentou uma coisa seriíssima nessa edição, dizendo que não teria responsabilidade na direção dessa língua. Ele disse que gostaria de ser apenas o iniciador da língua e não o seu criador. Esse foi o fato mais marcante na história do Esperanto, pois ao se despojar da língua, ele a deixou livre para crescer de uma forma natural. O uso realmente fez o Esperanto atingir sua maturidade, com uma personalidade lingüística que se desenvolveu muito rapidamente. Mas, apesar desse fato, ele foi muito bom em sua língua. Foi tão bom que, até hoje, suas obras originais e traduzidas, compõem a base de fundamentação do Esperanto. Tudo que ele escreveu é citado como referência de bom uso do idioma e como referência para outros escritores.

No início da história do idioma, até o final de 1888, Zamenhof recebeu vários pedidos de mudanças possíveis para o Esperanto. Ele observou que todas as mudanças futuras deveriam ser feitas por uma academia lingüística universal e também que a língua seria estabelecida e sedimentada a partir de mãos dos escritores e de seus falantes.

Zamenhof tinha uma visão ampla e clara de todo o processo lingüístico e humano do Esperanto. Deu mais um grande passo, nesse momento, pois emitiu uma consideração que fez a língua se tornar absolutamente natural. Foi a partir desses passos de liberdade é que ele centralizou plenamente a língua em torno de um fundamento que já perdura a mais de um século sem qualquer problema de dialetização. Por outro lado, Zamenhof fez uma língua genial, humana e plenamente utilizável, fato que não ocorreu nos mais de 900 projetos de línguas planejadas, nem antes e nem depois do Esperanto. A visão de independência e liberdade de Zamenhof e a qualidade da língua planejada fizeram do Esperanto, com o passar dos anos, uma língua madura e sem variantes.

Em 1888, ainda estava em plena expansão o Volapük, idioma projetado em 1878, pelo padre alemão Scheleyer, o qual a regia despotamente os aspectos línguüísticos do Volapuk, ditando novas regras e palavras. Essa concorrente do Esperanto era difícil e pouco flexível, mas fora o melhor projeto antes do Esperanto surgir. É Interessante citar que em Novembro de 1887, entre o primeiro e o segundo livro de Zamenhof, a Sociedade Filosófica da Filadélfia elegeu um grupo para analisar o Volapük. Eles chegaram à conclusão que esse idioma planejado não era a solução para uma língua internacional e que a língua do Doutor Esperanto representava essa possibilidade. Já em 1888, o clube volapukista de Nuremberg, ao receber os livros do Dr. Esperanto se convenceram da superioridade do Esperanto em relação ao Volapük e assim, se transformou no primeiro grupo esperantista existente. Um grande pioneiro dessa época é Leopold Einstein, de Nuremberg e que ajudou muito no estabelecimento do Esperanto na Alemanha, mas que faleceu em 1890, trabalhando pouco mais de 2 anos pelo movimento.