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Diretas-Já: diferenças entre revisões

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Revisão das 23h26min de 10 de outubro de 2004

O movimento Diretas Já foi precedido pelo movimento estudantil, pela campanha da anistia, pelas greves do ABC, pela fundação da CUT, além de outros movimentos oriundos da vontade popular.

A Ditadura Militar não tinha mais gás para suportar à pressão social exercida por toda a população, ou cedia, ou iria acabar acontecendo uma grande tragédia econômica e social.

O regime de exceção, moribundo, não tinha como deter o anseio popular, pelo restabelecimento do direito do povo em escolher pelo voto direto aos seus dirigentes. Essa vontade se manifestava através das declarações dos políticos de oposição em discursos e propostas no Parlamento, artigos na imprensa nacional e estrangeira com denúncias das torturas e desmandos, a mesma imprensa internacional que apoiou ao golpe em 1964.

As moções em assembléias eram constantes. A Igreja Católica, aquela mesma que ajudou a colocar uma das ditaduras militares mais terríveis e autoritárias da América Latina através da Marcha da Família com Deus pela Liberdade no poder, também se voltara contra os ditadores.

Tudo isso foi confluindo, avolumando como uma onda arrasadora se transformando na primeira manifestação pública pelas Diretas Já na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, no dia 27 de novembro de 1983. O número de participantes estava muito além do que se esperava, sob o grito de guerra: “presidente quem escolhe é a gente”, “um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos eleger o presidente do Brasil”..., entre outros.

Com a crise econômica se aprofundando e o Brasil mergulhado na recessão com uma inflação galopante, os partidos políticos de oposição se fortalecem, as entidades de classe e os sindicatos se mobilizam, com a classe média, a mesma que apoiou ao golpe de 1964, empobrecendo cada vez mais.

Em 1984, o País atinge massa crítica suficiente e reúne condições para se mobilizar na campanha pelas Diretas Já, o capital estrangeiro percebendo, se volatiliza, explodindo ainda mais a inflação que já estava fora de controle, devido à alta dos juros internacionais contra o Brasil.

Os militares não tinham nem o apoio da população, nem sua simpatia, tal os erros injustificados que cometeram pela incompetência e arrogância de seus auxiliares economistas, que achavam que dívida externa não se paga, se rola.

Com a sua administração desastrada, da falta de planejamento e de visão em longo prazo, do excesso de confiança numa economia baseada no capital estrangeiro financiado pelos Estados Unidos, ruiu o castelo de cartas da revolução, fugindo a todo e qualquer controle, deixando a população na hiperinflação, inclusive o soldo dos militares de menor hierarquia.

Os americanos também se voltaram contra o método administrativo brasileiro, subindo os juros, devido às crises externas, e internas, agravando ainda mais nossa situação.

A emenda das diretas foi derrotada na Câmara dos Deputados em 25 de abril, mas, em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheu Tancredo Neves (PMDB e pela Frente Liberal) contra Paulo Maluf do PDS (ex ARENA, como novo presidente da República.

Tancredo integrava a Aliança Democrática, que era a frente de oposição formada pelo PMDB e pela Frente Liberal, formada por dissidentes do PDS (ex ARENA) que, oportunistas, quando viram o regime implodir, trataram de mudar de partido.

A eleição marcou o fim da ditadura militar, e o processo de redemocratização do País se completou em 1988, no governo José Sarney, ex integrante do PDS (ARENA).

Com a promulgação da nova Constituição, o Brasil entrou finalmente no caminho da Democracia, porém economicamente quebrado.

Bibliografia:

Explode um novo Brasil: Diário da campanha das Diretas, Ricardo Kotscho,

Diretas Já!, Henfil