Mestre (Carbonária)

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Mestre é o terceiro grau dos membros da organização secreta de carácter político-religioso Carbonária Portuguesa.

A origem do seu nome prende-se aos primordios da fundação da Carbonária enquanto associação secreta, que exerceu a sua principal actividade desde o fim do sec XVIII a meados do século XIX, os primeiros carbonários nas suas comunicações, usavam de expressões próprias dos ofícios porque eram denominados os seus membros em Itália (carbonari - carvoeiros) e, em França (fendeurs - lenhadores), esta organização também era denominada como Maçonaria Florestal, sendo que a designação de Mestre não é estranha a esta organização.

Sendo o terceiro grau sabe-se que teria algum símbolísmo, não se sabe qual mas a haver seria similar ao Mestre na maçonaria, também é provavel que só Mestres maçons pudessem aceder a este grau, pelo que uma segunda cerimónia de exaltação seria desnecessária e poderia explicar o facto de as fontes que temos sobre esta organização, excluirem qualquer observação sobre alguma cerimónia de passagem dos graus inferiores para este grau ao contrário das extensas e promenorizadas descrições que fazem ao ritual de iniciação que corresponderia ao grau de Rachador e às menções superficiais efectuadas ao ritual do grau de Carvoeiro.

A função dos que pertenciam a este grau era mais de espírito organizacional e de liderança do que operacional e eram os membros que liderariam as Choças e eram os únicos que integravam e compunham as Barracas e as Vendas, que segundo Luz de Almeida, só pertenceriam carbonários decorados com este grau, o mesmo também acontecia aos que acediam ao Conselho Florestal.

O grau anterior era o Carvoeiro e o seguinte seria o de Mestre Sublime na estrutura da Carbonária Portuguesa .

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • MONTALVOR, Luís de (direcção),História do Regime Republicano em Portugal, Capítulo: A obra revolucionária da propaganda: as sociedades secretas (pp. 202–56, Vol II), Lisboa, 1932
  • ROCHA MARTINS, D: Manuel II (Memórias para a História do seu Reinado), p. 143, Lisboa, Sociedade Editora José Bastos, s. d., Volume I - Capítulo IV A Carbonária
  • Entrevista a Luz de Almeida, Jornal República de 29 de Setembro de 1911
  • VENTURA, António, A Carbonária em Portugal 1897-1910, Livros Horizonte, 2008 (2.ª Ed.), ISBN 978-972-24-1587-3
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